sábado, 12 de julho de 2014

Em comissionamento, projeto incrementa produção de concentrado de nióbio em 40%

Em comissionamento, projeto incrementa produção de concentrado de nióbio em 40%
Recuperação de minério do under flow do ciclone de primeira classificação será adotada em outras plantas

A Anglo American Fosfato Brasil, que extrai nióbio na mina Boa Vista, em Catalão (GO), foi uma das laureadas no 16º Prêmio de Excelência da Indústria Minero-metalúrgica Brasileira com o trabalho “Recuperação de nióbio contido no Under Flow do ciclone primeira classificação da planta Tailings”. É da autoria de Joselito Dásio da Silva, gerente de Operações de Nióbio, Pauliano Cruz, coordenador de Produção, Daniel Gonçalves, coordenador de Produção, Kleber Macedo, engenheiro de Processos, e do Grupo de Melhoria NbUSTER, criado e implantado em 2012 para melhorar os índices de recuperação de minério na planta Tailings.
 
A Anglo American Fosfato Brasil é uma empresa de mineração e produtos químicos fosfatados, onde seu bem mineral alvo é a apatita, porém dados de pesquisa mineral e operacionais mostraram a presença constante do mineral pirocloro, com teores médios de alimentação do processo de concentração de apatita de 0,28 % de Nb2O5. Durante as etapas de concentração de apatita, o pirocloro sofre enriquecimento, principalmente no rejeito da flotação, onde chega a duplicar o teor inicial.

Para recuperar o nióbio contido no rejeito de concentração de apatita, foi construída, pela Anglo American Nióbio Brasil, uma planta de concentração (planta Tailings) com etapas de classificação, moagem, deslamagem, flotação de sílica, separação magnética, flotação de nióbio e transporte de concentrado por tubulação até a planta de lixiviação.

A planta Tailings entrou em operação em agosto de 2008 e representa 35% da produção de nióbio da empresa. A partir de 2011, foi implementado um sistema de controle de processo avançado com uso de inteligência artificial.

Como a planta opera como uma unidade adicional às existentes, houve um impacto social positivo nas comunidades vizinhas, pois foi construída de acordo com os padrões socioambientais de desempenho da Anglo American na região, que são transparentes. Como um benefício direto para a comunidade, a contratação de 30 novos funcionários para trabalhar nas áreas de manutenção, operação e suporte da planta.

O rejeito gerado pelas plantas da Anglo American Fosfatos é submetido a uma classificação prévia por hidrociclones, onde a fração fina (< 150 #) é beneficiada na planta Tailings para gerar o concentrado de Nb2O5. Devido à baixa eficiência desse tipo de equipamento, 30% da fração fina são perdidos no Under Flow (UF) do hidrociclone e descartados na barragem de rejeitos.

O projeto se baseou na construção de uma planta (anexa à atual) de separação magnética e dois estágios de peneiramento de alta frequência, um com corte em 100# e outro com corte em 150#, para recuperação dos finos presentes no UF dos ciclones.


Peneiramento de alta frequência 3

O projeto foi aprovado no final de 2012, a construção se iniciou em março de 2013 e a planta entrou em operação em outubro de 2013. A produção da Planta Tailings foi acrescida em 21%, o Ebitda do negócio nióbio em 13% e payback de 10 meses. Foram investidos US$ 6 milhões.

O projeto, que está em fase de comissionamento e passa por ajustes operacionais e de manutenção, está superando os objetivos propostos. O aumento da massa alimentada e com maior teor de nióbio (pirocloro) facilita o processo de flotação que quando ajustadas as variáveis desta etapa, aumentará a recuperação metalúrgica da planta.

O incremento de produção esperado no projeto era de 21%, e do início da operação até agora, essa melhoria chegou a 40%, comparando alimentação de mesmo teor de nióbio e a mesma massa alimentada no processo. Se projetarmos esse incremento de produção para cálculo dos custos, obtemos uma redução de 29% no custo unitário da Planta.

Outro benefício desse projeto é que ele está sendo encarado como exemplo de renovação tecnológica em classificação de minérios para aplicação na Planta Boa Vista, que processa minério da mina de mesmo nome além de  outras plantas do Grupo Anglo American.
 

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