O kimberlito Régis localiza-se no
município do Carmo do Paranaíba, Minas Gerais. A intrusão possui formato
elíptico e área aproximada de 1 km2. Com provável idade cretácea
intrude rochas metassedimentares Neoproterozóicas do Grupo Bambuí. O
ambiente geotectônico permanece em debate entre Faixa Brasília e Cráton
do São Francisco. A presente dissertação contempla a descrição de
afloramentos e de dois testemunhos de sondagem, com 250,6 e 316,4
metros. Através da caracterização macroscópica e petrográfica buscou-se
subdividir a intrusão em fácies e compreender os mecanismos formadores
destes depósitos, além de caracterizar o manto através dos xenólitos. A
química mineral foi utilizada para caracterizar os minerais de xenólitos
mantélicos e alguns minerais kimberlíticos, com aproveitamento para
classificação de rocha. A área mapeada e os dois testemunhos descritos
foram subdivididos em 9 unidades faciológicas principais, com base na
estrutura, contatos, textura e associação mineral. Duas unidades,
descritas em superfície, são correlacionáveis a outras duas descritas
nos testemunhos. Estas fácies demonstram uma sucessão sedimentar
grano-estrato decrescente interpretadas como produtos de fluxo de
detritos e decantação em ambiente subaquoso, possivelmente lacustrino.
As outras 5 unidades são distinguidas entre si pela estrutura, textura,
tipo e proporção entre cristais, magmaclastos e xenólitos. Estas últimas
foram interpretadas como sendo piroclásticas com base nas seguintes
feições: (1) xenólitos mantélicos, crustais e de rochas encaixantes com
borda de reação; (2) presença de lapili peletal com borda vítrea de
resfriamento; (3) presença de magmaclastos amebóideis; (4) acumulações
de cristais de olivinas em camadas; entre outras. Os xenólitos
mantélicos foram caracterizados petrograficamente como
granada-lherzolito e dunitos. A granada é composta predominantemente
pela molécula piropo, sua composição química situa-se no campo de
peridotito lherzolítico. A olivina é forsterítica, com Fo entre 0,90 e
0,92%. O ortopiroxênio predominante é enstatita. Dentre os
clinopiroxênios identificam-se variedades de augita, diopsídio, onfacita
e aegirina-augita. A geotermobarometria indica amostragem em condições
de equilíbrio com o diamante. As análises químicas de flogopita
kimberlítica situam-se no campo do kimberlito tipo I e do lamproíto, e
seguem a linha de tendência do kimberlito tipo I. A composição da
ilmenita localiza-se no campo de kimberlitos cratônicos. As análises
indicaram que o kimberlito Régis apresenta potencial diamantífero, e as
fácies caracterizadas podem ser empregadas visando um melhor
aproveitamento da lavra.
Título em inglês
Petrography and mineral chemistry of Regis kimberlitic pipe, western of Minas Gerais - Brazil
Palavras-chave em inglês
Alkaline rocks
Diamond
Geochemistry
Kimberlite
Mantle xenoliths
Diamond
Geochemistry
Kimberlite
Mantle xenoliths
Resumo em inglês
The Regis Kimberlite surfaces in the
Carmo do Paranaíba County, western of the State of Minas Gerais, Brazil.
The pipe forms a 1km2 elliptical body. A Cretacic age for the
instrusion seems the most probable. It intruded Neoproterozoic
metamorphic rocks of Bambuí Group, and if it is located on Sao Francisco
Craton or Brasilia Belt remains on doubt. The studies comprise two
drills hole, with 250.6 and 316.4 meters, and outcrops descriptions. The
kimberlite rocks and their mantle xenoliths samples were investigated
through the macroscopic and microscopic characterization. The mantle and
kimberlitic minerals have been analysed chemically and were used to
support the rocks classification. The surveyed area, including the
drilled hole cores, was subdivided into nine facies units. The division
was based on structures, contact types, correlated rock texture and
mineral association. Two units, with outcrop description, are correlated
to two units with drill hole core description. This facies shows a
fining-upward sedimentary sequence understood as deposited by debris
flow and decantantion on lacustrine environment. In respect to the other
five units each one has a specific proportion of crystals, magmaclasts
and mantle xenoliths, furthermore a structure and rock fabric. This was
explained as formed by pyroclastic flows based on: (1) crustal and
mantle xenoliths with reaction rims; (2) pelletal lapilli with glassy
rims; (3) ameboid magmaclasts; (4) accumulation of olivine in layers,
and others. The mantle xenoliths were characterized through petrographic
examination as garnet lherzolite and dunite. The garnet is
predominantly pyrope, and plots on the lherzolític field. The olivine is
forsteritic, with Fo between 0.90 to 0.92%. The ortopyroxene is
predominantly enstatite. Among the clinopyroxene recognizes augite,
diopside, omphacite and aegirine-augite. The geothermobarometry reveals
sampling on diamond P-T conditions. The kimberlitic phlogopite chemical
composition plots on kimberlite type-1 and lamproite field, with the
kimberlite type-1 trend. The ilmenite chemical compositions reflect a
cratonic environment. The results presented here indicate a
diamondiferous potential of the Regis kimberlite. The facies units
characterized here may be used to a better mine planning.
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