A província mineral do Tapajós,
com dimensões maiores que Portugal, é a maior área de mineração do
mundo, com 100 mil quilômetros quadrados. Foi criada em 1958 e já chegou
a ser explorada por cerca de 100 mil garimpeiros, no auge da produção.
Localizada no sudoeste paraense, a 1,3 mil quilômetros de Belém, a área
já contou com cerca de 500 pistas ativas de pouso para pequenos aviões,
que transportavam ouro, víveres e garimpeiros.
A produção anual da região girava entorno de cinco toneladas, desde 1958, mas registrou recorde a 14 toneladas/ano, no final dos anos oitenta. A produção total do garimpo, até hoje, equivale a 736 toneladas de ouro ou 16 vezes a produção total do garimpo de Serra Pelada, no sudeste paraense. Ou seja, pela cotação atual do ouro, o Tapajós já rendeu, por essa estimativa, US$ 2 bilhões.
Porém, os dados oficiais são de que o garimpo produziu, até 2006, 194 toneladas de ouro. Com a exaustão das camadas de fácil acesso (lavra manual), conhecidas como ouro de aluvião (mais longe da fonte) e coluvião (mais perto da fonte), o garimpo entrou em decadência. Só empresas, com lavras mecanizadas, têm condições de explorar o ouro primário a partir de rochas muito duras.
Também as denúncias sobre a degradação ambiental, a contaminação do meio ambiente pelo uso descontrolado de mercúrio na separação do ouro das impurezas, ajudaram a construir uma imagem negativa da atividade garimpeira. Isso fez o governo estabelecer rígidas normas visando a preservação do meio ambiente pelos mineradores.
Tapajós é um desafio quando a tarefa é enumerar indicadores de sustentabilidade para a área. O próprio garimpo, em si, um capítulo à parte da atividade mineral brasileira, que hoje procura se inserir dentro dos conceitos de indústria ambientalmente e socialmente saudável.
Com a criação da Associação dos Mineradores de Ouro do Tapajós (AMOT), a interlocução das empresas com as autoridades públicas ficou mais fácil para a retomada das atividades, em bases sustentáveis. O garimpo tem uma regulação própria, baseada nas leis de mercado. Hoje, apenas a Serabi Mineração está produzindo ouro na região, explorando a mina do Palito, com 40 toneladas de ouro. Outras 10 empresas estão pesquisando e aguardando a definição das regras do jogo, pelo governo.
O geólogo e consultor ambiental independente, Alberto Rogério Benedito da Silva, explica o motivo do declínio de uma parceria que foi tão promissora por um tempo. "Entre 90 e 96, a onça do ouro estava cotada entre US$ 380 e US$ 400. Depois, o preço foi caindo até chegar a US$ 260. Só ultimamente, o ouro recuperou um pouco seu valor e está cotado a US$1.300, disse.
Mineral estratégico, o ouro é sempre cobiçado por exploradores aventureiros, por mais que seu preço oscile. Sua exploração está presente em 236 mil quilômetros quadrados da Amazônia, em pontos separados e longínquos, o que prova seu poder de capital. Transportado de avião, barco ou em precárias vias rodoviárias, como é o caso do ouro garimpado, o mineral sempre atrairá aqueles que pensam em fazer fortuna. Talvez por isso, o trabalho social e ambiental em áreas garimpeiras seja, ao mesmo tempo sacerdotal e necessário.
Com a descoberta de ouro no rio Tapajós, houve uma extraordinária transformação na região. Milhares de garimpeiros invadiram cidades como Itaituba e Santarém, ganharam os rios e floresta em busca do precioso metal. Estimativas conservadoras indicam que mais de 50 mil homens passaram a garimpar na região, sem, praticamente, nenhum controle por parte do Estado.
As conseqüência dessa atividade foram danosas, com graves. A partir dos anos oitenta, muito se falou sobre a contaminação ambiental pelo mercúrio. Chegou- se a prever a repetição, no Tapajós, do acidente de Minamata - uma baía no Japão, palco da maior catástrofe ambiental causada por mercúrio na história da humanidade.
A produção anual da região girava entorno de cinco toneladas, desde 1958, mas registrou recorde a 14 toneladas/ano, no final dos anos oitenta. A produção total do garimpo, até hoje, equivale a 736 toneladas de ouro ou 16 vezes a produção total do garimpo de Serra Pelada, no sudeste paraense. Ou seja, pela cotação atual do ouro, o Tapajós já rendeu, por essa estimativa, US$ 2 bilhões.
Porém, os dados oficiais são de que o garimpo produziu, até 2006, 194 toneladas de ouro. Com a exaustão das camadas de fácil acesso (lavra manual), conhecidas como ouro de aluvião (mais longe da fonte) e coluvião (mais perto da fonte), o garimpo entrou em decadência. Só empresas, com lavras mecanizadas, têm condições de explorar o ouro primário a partir de rochas muito duras.
Também as denúncias sobre a degradação ambiental, a contaminação do meio ambiente pelo uso descontrolado de mercúrio na separação do ouro das impurezas, ajudaram a construir uma imagem negativa da atividade garimpeira. Isso fez o governo estabelecer rígidas normas visando a preservação do meio ambiente pelos mineradores.
Tapajós é um desafio quando a tarefa é enumerar indicadores de sustentabilidade para a área. O próprio garimpo, em si, um capítulo à parte da atividade mineral brasileira, que hoje procura se inserir dentro dos conceitos de indústria ambientalmente e socialmente saudável.
Com a criação da Associação dos Mineradores de Ouro do Tapajós (AMOT), a interlocução das empresas com as autoridades públicas ficou mais fácil para a retomada das atividades, em bases sustentáveis. O garimpo tem uma regulação própria, baseada nas leis de mercado. Hoje, apenas a Serabi Mineração está produzindo ouro na região, explorando a mina do Palito, com 40 toneladas de ouro. Outras 10 empresas estão pesquisando e aguardando a definição das regras do jogo, pelo governo.
O geólogo e consultor ambiental independente, Alberto Rogério Benedito da Silva, explica o motivo do declínio de uma parceria que foi tão promissora por um tempo. "Entre 90 e 96, a onça do ouro estava cotada entre US$ 380 e US$ 400. Depois, o preço foi caindo até chegar a US$ 260. Só ultimamente, o ouro recuperou um pouco seu valor e está cotado a US$1.300, disse.
Mineral estratégico, o ouro é sempre cobiçado por exploradores aventureiros, por mais que seu preço oscile. Sua exploração está presente em 236 mil quilômetros quadrados da Amazônia, em pontos separados e longínquos, o que prova seu poder de capital. Transportado de avião, barco ou em precárias vias rodoviárias, como é o caso do ouro garimpado, o mineral sempre atrairá aqueles que pensam em fazer fortuna. Talvez por isso, o trabalho social e ambiental em áreas garimpeiras seja, ao mesmo tempo sacerdotal e necessário.
Com a descoberta de ouro no rio Tapajós, houve uma extraordinária transformação na região. Milhares de garimpeiros invadiram cidades como Itaituba e Santarém, ganharam os rios e floresta em busca do precioso metal. Estimativas conservadoras indicam que mais de 50 mil homens passaram a garimpar na região, sem, praticamente, nenhum controle por parte do Estado.
As conseqüência dessa atividade foram danosas, com graves. A partir dos anos oitenta, muito se falou sobre a contaminação ambiental pelo mercúrio. Chegou- se a prever a repetição, no Tapajós, do acidente de Minamata - uma baía no Japão, palco da maior catástrofe ambiental causada por mercúrio na história da humanidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário