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| O garimpo é uma forma de exploração de
minérios valiosos através de meios mecânicos ou manuais, que pode ser
realizada a céu aberto ou em minas escavadas nas rochas. Entretanto, o
garimpo é considerado uma forma predatória ao meio ambiente. Durante o
garimpo na Serra Pelada, o ouro era extraído da pepita utilizando o
mercúrio na sua forma líquida, que tem a propriedade de capturar os
grãos de ouro formando uma amálgama, uma espécie de liga. |
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| Existe um aparelho artesanal construído para
separar o ouro da lama extraída no garimpo. Apelidado de “cobra fuma”,
nele existem placas com mercúrio sobre as quais corre água com barro e
que servem para reter o ouro presente na lama. O fluxo de água faz com
que o ouro entre em contato com o mercúrio sendo imediatamente
aprisionado. O processo é, em geral, muito rudimentar e causa grandes
perdas de mercúrio que é transportado pelas águas para os rejeitos onde
se infiltra. |
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| A parte do amálgama que não foi perdida na
garimpagem é, após alguns dias, processada pelo garimpeiro com o intuito
de recuperar o ouro e parte do mercúrio metálico, através de uma
separação gravimétrica. Este processo torna-se como a maior fonte de
contaminação dos garimpeiros, pois o amálgama separado é queimado,
geralmente a céu aberto, liberando grandes quantidades de mercúrio para a
atmosfera. Durante o processo, quantidades variáveis de mercúrio são
perdidas na forma metálica para rios e solos, e rejeitos contaminados
são deixados a céu aberto na maioria dos sítios de garimpo. Alguns
garimpeiros também faziam o uso do maçarico para vaporizar o mercúrio
deixando somente o ouro na sua forma sólida. Neste processo, os vapores
de mercúrio, pela inexistência de equipamentos de proteção, máscaras e
capelas, eram inalados diretamente pelos garimpeiros. Este contato
direto com o mercúrio desencadeou uma série de problemas de saúde na
população da Serra Pelada, levando a morte de muitos garimpeiros ou
deixando marcas para a vida toda. |
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