quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Opalas e garimpos

Opala

>
Seu nome viria do sânscrita "upala" que quer dizer pedra preciosa, ou ainda do grego "opallios" e do latim "opalos" Ela se distingue pela irisação conforme o ângulo de visão em forma de arco-iris, que deram o termo "opalescênça". Gel de silicio hidratado, ela não cristaliza.
Pline o Antigo trata a opala e é graças à suas escritas que o nome latinizado desta pedra "opalus" chegou até aqui..
Em 1075, o bispo de Rennes lhe conferiu poderes especiais e, pensando que seu proprietario podia se tornar invisivel, a denominou "pedra dos ladrões".
O rei Louis XI teria feito cortar as mãos de um lapidario que teria quebrado uma magnifica pedra que ele o teria confiado.
Necessario ressaltar que sendo muito fragil, devendo ser lapidada com extrêmas precauções, esta pedra se quebra frequentemente em ponto de preparação. Nos dias atuais, nos paises anglo-saxões, ela permanece como a pedra simbolizando os noivados.
A heroina do romance de Walter Scott, Anne de Geierstein, que passou por terriveis aventuras, usava uma opala e, tendo-a lançada ao mar sua vida volta a ser tranquila. Um rumor se desenvolveu, divulgado na França pela imperatriz Eugênia que teria sido impressionada pela leitura do romance, afirmando que ela era maléfica. Ela foi proibida à côrte dos czars. Os diamantarios da época propagaram esta idéia, sem duvida porque eles tinham receio que seus clientes deixassem de lhes pagar se eles a quebrassem trabalhando-a.
Foi a Rainha Vitoria que usando uma opala da Australia em sua corôa assegara a promoção da opala da Australia em todo o Commonwealth.
Atualmente, criações dignas de elogios, voltaram a colocar a opala no lugar que ela merece em joalheria.
Suas cores são extremamente variaveis, verde, rosa, laranja vivo (opalas de fogo), indo até o "arlequim" à magnifica irisação.
A quincita é uma opala rosa descoberta em Quincy-sur-Cher perto de Bourges no centro da França, sua coloração rosa é devido à pigmentos de origem vegetal trazidas pelas algas no momento da formação da opala.
O cacholong é uma opala branca chamada porcelanica pois ela tem um aspecto de uma porcelana, onde a variedade utilizada em joalheria provém principalmente de uma região proxima do rio Kashgar no Xinjiang chinês. Sua composição se situa entre a opala e a calcedônia, até mesmo o jaspe, e sua especificidade é que ela é muito porosa. A camada superficial branca de uma rocha é constituida de cacholong e a presença desta camada significa que a rocha ou a calcedônia foi exposta muito tempo às variações climaticas permitindo a formação desta camada de cacholong que é portanto um indicador de sua ancianidade.

Local de extração

Durante milhares de anos, as opalas foram recolhidas perto de Cervenitsa no vale da Vah (região de Dubnik, atual Eslovaquia), mas as fontes foram esgotadas.
Entretanto pode-se citar os Estados Unidos (daho, Nevada, California, Oregon, Alaska, o Brasil, o Honduras, o México (onde os Astecas a exploraram e a mostraram à Cortez), a Etiopia, a Guatemala, a Indonésia, o Japão, a Russia, o Peru...e a França com suas jazidas dos Alpes Maritimos (Biot) e de Quincy, perto de Mehun-sur-Yèvre (Cher).
A Australia contém as principais jazidas : A caracteristica destas jazidas australianas é que são de origem sedimentar (como no Brasil) ao passo que outras jazidas são de origem vulcânica.(Nova Galles do Sul : Lighting Ridge, White Cliffs, Victoria, Queensland, Australia meridional :Coober Peddy, Andamooka).
A caracteristia dessas jazidas australianas é que elas são de origem sedimentar (como o Brasil) ao passo que as outras jazidas são de origem vulcânica.
Depois dos anos 70 : descoberta das opalas do Peru, chamadas também opalas dos Andes, elas são azuis, verdes, amarelas, rosas, translucidas ou opacas e sem irisação, são lapidadas em facetas ou em cabochões.
Hoje na Etiopia, opalas transparentes translucidas, com fogos de todas as cores, são produzidas.
O cacholong provém principalmente do Xinjinag chinês mas também de Ouzbequistão, da Mongolia, da Islândia, da Italia, da Austria, da França no Var, da Republica Tcheca na Moravia.
Ver las fotos das minas/outras fotos

Utilização em joalheria

A lapidação das opalas é muito delicada.
A opala de fogo é lapidada em facetas ou em cabochões, algumas têm fôgo.
Somente as opalas preciosas são empregadas em joalheria e os especialistas distinguem toda uma série de variantes :
As opalas comuns :de inumeras cores, mas sem fogo.
As opalas preciosas :opala nobre ou arlequim (antigamente chamada oriental), com todas as possibilidades de cores e de fogos, sendo as mais contadas de fogos vermelhos.
A opala hidrofana que é opaca e se torna transparente quando molhada de agua. Opala branca, opala negra, matriz (com veias de rocha metalica), opala d'agua (ou hialita, transparente opalescente), girassol : que é sempre embaçada e leitosa. Observa-se também opalas contendo inclusões, como a opala dendritica, opala musse, (espuma)...
O cacholong sendo uma materia muito porosa, absorve todos os liquidos e semore tratada para impedir de se manchar.
A opala é a pedra de aniversario do 14° ano de casamento.

Cuidado e precaução no cotidiano

Ela é uma das gemas mais frageis : ela é sensivel aos choques, aos costméticos, aos sabões, aos produtos de limpesa e é necessario evitar de guarda-la manipulando-a, até em lavar as mãos.
Montada em anel, é necessario evitar as batidas, os arranhões.
Ela é conservada em bom estado desde que mergulhada na agua o mais frequente possivel. Ela poderia alias permanecer continuamente dentro d'agua ! Sem humidade, a opala acaba "morrendo", quer dizer perder sua opalescença, seus fogos, se desintegrar. Ela perde facilmente seu polimento.
A opala, contendo de 3 à30% de agua, se desidrata e pode se partir se ela for conservada ao ar muito sêco, dai a necessidade de conserva-la ao abrigo do calor, numa atmosfera humida. Os gemologos se reservam o direito de não medirem seu indice de refração, por causa da agressividade do liquido otico.Atenção também ao calor da iluminação das vitrinas de joalheiros.

Litoterapia cultural e historica

Notemos que muitos litoterapeutas atribuem propriedades especificas à cada variedade de opala. Assim, a opala comum teria efeitos calmantes, tranquilizantes, estimularia e favoreceria o sono enquanto que a opala de fogo regularizaria os periodos de menstruação, ajudaria a procriação feminina e facilitaria os partos, oportuno sobretudo ao chacra do sexo eliminando as inibições, reforçando o desejo...
Atribui-se à opala o poder de favorecer o sono, os sonhos amorosos. Ela é uma pedra de ternura, de pureza dos sentimentos, da fidelidade e da confiança mutua.
A opala preta surpimiria o medo do escuro.Em razão de sua irisação, a opala constitui um laço entre nos e os diversos "coloridos" da vida. Os orientais lhe atribuiram a reunião das virtudes de todas as outras pedras, o que o médico e naturalista Boèce de Boodt confirma no século XVII°.
Simbolo de amor terno, da confiança, da pureza, ela iniciaria ao potencial luminoso de todos os fenômenos naturais e poderia aumentar nossa percepção ao nivel destes que são de origem cosmica, à luz branca que se divide em sete cores que se misturam para dar todas as outras. As cores dominantes indicariam os chacras aos quais elas correspondem.
A opala poderia também nos fazer sentir nossos desejos, nossas necessidades, nossas fraquezas e nossos bloqueios, mas ela despertaria também em nosso coração um sentimento de alegria, de satisfação.
A opala de fogo parece contribuir com um papel particular reativando nossos sentimentos e clareando nossa compreenção.
Ela corresponde ao signo de Peixes, de Câncer (a opala clara), de Sagitario, de Aquario, de Escorpião (a opala preta) de Aries (a opala de fogo)

Imitações e tratamentos

Apesar da imitação ser das mais mal feitas, pois a opala possuindo uma fonte fixa de fundo e uma outra proveniente da reflexão da luz, conseguiram mesmo assim imita-la. No século XVIII°, se serviam de vidro tingido em azul palido de aparência leitosa que era envolvido de um tecido de seda tingida. Foi também utilizado asas de borboletas, plumas de passaro-mosca, de pavão e também de vidro ou de resina. Imita-se também inserindo uma camada de madrepérola entre uma meia esfera de vidro opalescente ou numa resina.
A opala leitosa se reproduz mergulhando lascas metalicas em diversos coloridos num vidro opalescente. O corte de uma fina tira de uma madrepérola de uma certa concha do australiana, polida, sobreposta de prata, depois cimentada sobre o cristal ou vidro produz um excelente efeito.
A opala de fogo se imita utilizando uma espécie de baquelita que devolve uma aparência de uma chama ondulante na superficie mas ela é bem menos densa. E é dificil utilizar liquidos pesados de mesmo indice de refração para detectar as falsas pedras pois a opala natural é muito porosa.
Foi criado dublets com opalas muito finas coladas sobre uma opala comum ou um ônix ou um cimento preto podendo dar a ilusão de uma opala preta. Triplets une-se uma camada suplementar, encima, cristal de rocha, calcedônia translucida ou matéria plastica de baixa qualidade. Estas criações fraudulentas devem ser assinaladas sem ambiguidade.
Opala sintética é fabricada desde os anos 70.

Melhoramentos

As opalas que temem a desidratação devem ser regularmente imersas na agua.

Pedras historicas e legendas

As opalas célebre : a maior do mundo, dita Hungara, pesava 2410 quilates. Uma das mais belas e também muito grande, ainda conservada no Museum de historia natural de Viena, foi descoberta no leito de um riacho em Dubnik, em 1775, ela pesa mais de 600 gramas, medindo 12 por 5,7cm.
O Museum de historia natural de Nova York expõe uma das maiores opalas australianas (50x15 cm) e a Smithsonian Institution de Washington detém uma pesando 155 quilates.
O Tesouro britânico possui um dos dois fragmentos provenientes da fratura de uma opala descoberta no fim do século XIX° em Queensland, ela pesa 250 quilates e sua irisação reflete vermelho, violeta, verde, carmim. O museu de Bucareste possui a coleção mais completa de opalas de Dubnik : 366 926 amostras, pesando no total 58 645 quilates!
O Museum nacional de historia natural de Paris conserva uma opala fazendo parte do tesouro da coroa e tendo pertencido à Louis XVIII. Duas pedras de grande valor, a Orphanus que ornava a coroa do Saint Empire romano germânico e o Fogo troiano (ainda dito Incêncio de Troia) da imperatriz Josefina desapareceram.
Uma muito antiga legenda indica que no amanhecer da humanidade, num continente longinquo, bem além mar, um arco-iris depositou um Deus que os que habitavam la, reconheceram como sendo criador do tempo dos sonhos. Ora, um dia, sem prevenir e sem razão aparente, se foi. O arco-iris desaparecera, ele também, mas no lugar onde ele havia tocado o solo, as rochas se transformaram em pedras preciosas multicores. Este continente longinquo se tornou a Australia. A pedra preciosa aos multiplos brilhos irisados foi denominada opala.
Na idade média, acreditava-se que os ladrões que usavam uma envoltura numa folha de louro se tornavam invisiveis.
Na Roma antiga, onde ela era considerada como um amuleto, um senador, Nonius, preferira se exilar no Egito onde ele morreu pobremente, mas, conservando sua pedra, preferindo do que ceder uma opala do tamanho extraordinario de uma noz que Marco Antonio queria lhe tomar para oferecer à Cleopatra

Um comentário: