O dilaceramento do nosso patrimônio
É difícil ser um acionista de uma empresa envolvida
por escabrosos casos de corrupção e assolada por uma verdadeira
quadrilha que suga os seus recursos e destrói a sua imagem. Uma empresa
que tem o seu maior projeto, o pré-sal, ameaçado pela, quase eleita,
candidata Marina.
Como explicar que essa empresa, sem autodeterminação, corrompida e
ameaçada, que viu o seu valor de mercado ser reduzido em 65% desde 2008,
ainda possa atrair investimentos?
Será que os acionistas que ainda apostam na Petrobras sabem algo que nós meros mortais não sabemos?
Talvez eles acreditem que o pior já esteja passando. Que a corrupção, as
ingerências, o roubo e os descalabros estejam com os dias contados e
que a Petrobras vai voltar a crescer saudável sem essas sanguessugas,
saindo definitivamente das páginas policiais.
Será que veremos essa metamorfose após as eleições?
A Petrobras de hoje é o foco de um dos maiores casos de corrupção da
história do Brasil, que começa a ser desvendado com os depoimentos do
seu ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato .
Segundo a delação de Costa, veiculada pela Revista Veja, a Petrobras vem
sendo corrompida por funcionários, políticos do PT, PMDB, PP, e
empreiteiras, nos últimos anos, em um caso de corrupção similar ao do
mensalão do PT.
Costa diz que esse grupo, que inclui dezenas de políticos, se beneficia
de um esquema, que desvia o dinheiro da Petrobras através de
superfaturamentos e propinas. Um escândalo de proporções bilionárias.
O propinóleo, segundo palavras do Governador Alkmin, não é um “fato
isolado” e a Petrobras pode ter sido “assaltada literalmente” pela base
aliada da presidente Dilma Roussef.
A candidata Marina foi mais além e esbravejou que o PT colocou um diretor na Petrobras para “assaltar os cofres” da estatal.
Palavras duras mesmo para políticos em época eleitoral, mas muito suaves se o propinóleo for, realmente, comprovado.
Para piorar as coisas para a Petrobras, Marina confirmou, em várias
ocasiões, que, se eleita, deverá investir em outras fontes de energia
como o etanol, a biomassa, a energia eólica e a solar ao invés do
petróleo.
Essas declarações de Marina foram interpretadas, por muitos, como uma
forte redução nos investimentos do pré-sal, o que deverá reduzir a
arrecadação dos Estados, Municípios e dos investimentos da educação.
A grita foi geral. Marina retrocedeu, assustada, tentando desdizer, mas
apavorando mais ainda os investidores que percebem nela uma boa dose de
incoerência.
Em quem acreditar? Esta é a pergunta que os brasileiros, os acionistas e os investidores da Petrobras estão se fazendo.
Para colocar mais fogo na fogueira da Petrobras, um dos assessores
econômicos de Marina, o polêmico Eduardo Giannetti, disse que, se
eleita, Marina vai aumentar os impostos da gasolina. Segundo Gianetti a
Petrobras está vendendo gasolina com prejuízo e que o investimento que
Marina pretende fazer, para acelerar a produção de etanol, irá diminuir a
demanda de petróleo.
A notícia é, obviamente, ruim para a dilacerada e combalida Petrobras.
Gianetti, um dos gurus de Marina, já havia feito várias declarações
polêmicas no livro de Ricardo Arnt “O que os economistas pensam sobre
sustentabilidade”.
Como não poderia deixar de ocorrer os investidores estão fugindo em
massa da Petrobras. Somente nesta sexta a queda foi de quase 6%, a pior
desde abril.
O que vemos é o dilaceramento de uma das melhores empresas da América
Latina, um patrimônio do povo brasileiro, que valia US$309 bilhões em
2008 e, hoje, vale apenas US$110 bilhões.
Reflita antes de votar.
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