Os celulares serão uma “mina” de ouro?
Você sabia que com 38 celulares é possível recuperar um grama de ouro?
Sabia, também, que é necessário moer e processar 3.000kg de minério na
maior mina de ouro do Brasil, em Paracatu, para obter um grama?
Esta matemática mostra que a reciclagem de materiais eletrônicos
descartados, nobres como os celulares, parece ser interessante
economicamente.
Essa foi a promessa que atraiu muitos empresários para a indústria da
reciclagem. Eles chegaram cheios de ideias e sonhos, mas rapidamente
perceberam que a “mina de ouro dos celulares e dos circuitos
eletrônicos” não é um “negócio da China” como muitos acreditavam.
O que falta na reciclagem de produtos nobres é o volume da matéria prima, os celulares.
Não existem garantias de que o volume de material aurífero será contínuo
ao longo do empreendimento. Na maioria das vezes o empresário abandonou
o investimento ao perceber que não existiam circuitos com ouro em
quantidade suficiente para manter o próprio negócio.
É esse volume que diferencia o “garimpo urbano” da mineração organizada de ouro como a de Paracatu.
Na mina da Kinross, uma operação a céu aberto em larga escala, são
processadas 55 milhões de toneladas de minério por ano. Cada tonelada
tem uma média de 0,42 gramas de ouro recuperável.
Ou seja: a cada dia são processados mais de 150.000 toneladas, de onde são recuperados 63.000 gramas de ouro.
Para recuperar a mesma quantidade de ouro em um processo de reciclagem
de celulares serão necessários 2.394.000 telefones celulares por dia.
Não há como competir. Os celulares podem até ter quantidades elevadas de
ouro, mas os empreendimentos para a extração desse ouro sempre estarão
na esfera das microempresas.
Se você quiser grandes lucros opte pela mineração.
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