quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A Philae está viva! Primeiras fotos enviadas


A Philae está viva! Primeiras fotos enviadas

Publicado em: 13/11/2014 15:08:00


A Philae pousou!

A notícia do pouso bem sucedido foi motivo de intensa comemoração no mundo científico. A Missão Rosetta, com mais de 10 anos desde o lançamento, está, agora, realmente começando.

 A nave robótica Philae havia pousado no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko: uma nova página da história espacial havia sido feita.

O pouso foi tenso.

Os arpões de atracação não funcionaram e a nave ricocheteou no cometa, três vezes, vindo a se estabilizar depois de 1km do primeiro choque. Ela está em terreno muito irregular (veja a foto) aparentemente pendurada em apenas duas de suas três “pernas”.

O primeiro choque quase projetou o artefato de 110kg,  de volta ao espaço, o que seria o pior desastre possível.



Na imagem é possível ver o local planejado para o pouso e a cratera escura onde a Philae está aprisionada, a 1 km de distância.

Após a parada constatou-se um sério problema: a nave está em um local muito escuro, possivelmente encaixada no fundo da  cratera.

Na foto observa-se que o local do pouso é muito irregular e escuro. As fotos tiveram que ser intensificadas para serem visualizadas já que a superfície é quase preta.

Algo que chama a atenção de todos é a cor do cometa, muito escura, mais escura do que o carvão normal, o que prenuncia uma grande quantidade de matéria rica em carbono, para não dizer orgânica...

Estima-se que os cometas sejam os responsáveis pela disseminação de água e de vida: a base da teoria da Panspermia. Uma das possíveis descobertas a ser feita é a existência de matéria orgânica compatível com a vida.

O cometa deve ser constituído por gelos de composições variadas intercalados com materiais carbonosos, escuros e poeira seca muito fina. As análises feitas indicam a presença de água congelada, dióxido de carbono, metanol, amônia e uma variedade de compostos orgânicos já analisados através do espectrômetro a bordo da Rosetta.

 Observa-se que o cometa foi submetido a inúmeros esforços e está intensamente fraturado, brechado e estruturado, o que implica em tectonismo possivelmente relacionado às órbitas ao redor do Sol e a possíveis impactos de meteoritos ao longo de seus bilhões de anos. O cometa pode, também ter agregado inúmeros pedaços de outros corpos espaciais com as composições mais variadas.




Os próximos dados a serem divulgados já poderão conter análises do material coletado pela Philae. Ela está equipada com radar de penetração nas sapatas e de espectrômetro para analisar as rochas.

 Segundo o pessoal da missão a quantidade de luz que o robô está recebendo é insuficiente para gerar a eletricidade necessária para que a missão seja bem sucedida.

As baterias tem uma carga, atual, de 50 horas. Se elas descarregarem a Philae entrará em hibernação até que sejam novamente carregadas.

No momento a nave opera normalmente e as comunicações entre a nave Rosetta e a Philae só ocorrerão duas vezes por dia graças a órbita da Rosetta em relação à nave estacionada na superfície do 67P.

Possivelmente a órbita da Rosetta será otimizada para permitir uma comunicação mais frequente. 

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