quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O primeiro mapa geológico de um cometa

O primeiro mapa geológico de um cometa


Como sabemos a Geologia, já há algum tempo, não se restringe exclusivamente à Terra como o nome implica.

A Geologia estuda, também, o universo e seus corpos espaciais como cometas, asteroides, planetas, luas, sois etc..

É com essa ótica que a missão espacial Rosetta está reescrevendo a história da geologia espacial ao pousar, analisar, mapear e sondar o núcleo a atmosfera e a cauda  de um grande cometa, o 67P Churyumov-Gerasimenko.

A nave Rosetta está equipada com a câmera Osiris, capaz de fotografar com precisão de até 15cm por pixel a superfície do cometa e com um espectrógrafo de ultra violeta de grande sensibilidade, a Alice, que irá analisar o cometa como um todo.

Desta forma foi feito o primeiro mapa geológico do 67P (imagem), onde foram mapeadas várias “regiões” com características geomorfológicas distintas. O mapa é fruto do trabalho de alta resolução da Osiris e é o primeiro passo na direção de um mapa geológico e suas camadas de geologia, geomorfologia, geoquímica que integrarão o primeiro GIS de um cometa.

A superfície do cometa é compartimentada em áreas dominadas por crateras, depressões, boulders, mesas, e por outras, mais planas, cobertas por gelo e poeira. As rochas do cometa estão bastante fraturadas, estruturadas e, em alguns casos brechadas. Na região onde a Philae pousou é possível ver com clareza brechas e aglomerados fraturados.

Espera-se que a superfície irá mudar à medida que o cometa se aproxime do Sol, quando os ventos solares irão gerar uma forte sublimação, jatos e a coma, a cauda do cometa de grandes proporções que será analisada pelo espectrógrafo Alice.

A Alice (foto abaixo) é uma contribuição da NASA ao projeto Rosetta. O espectrógrafo de ultra violeta de alta definição pesa menos do que quatro quilos e fica embarcado na nave Rosetta.

espectrógrafo UV


A Alice vai analisar as feições espectrais do núcleo, da atmosfera e da cauda do cometa em uma faixa entre 70 a 205nm.

Um dos trabalhos do espectrômetro é o de analisar a abundância de gases nobres na cauda, na região onde o vento solar interage com a ionosfera do cometa.

O núcleo do cometa será, também, analisado em detalhe pela Alice o que resultará em mapas composicionais da superfície e dos jatos. Os dados serão estudados e fornecerão informações sobre a temperatura de formação do cometa e sobre a sua origem. Uma atenção especial será dedicada ao conteúdo de água, CO2, CO, C, H, N e S.

 Enfim o trabalho da Alice está mal começando, mas os seus resultados escreverão uma nova página da Geologia, Astronomia e da origem do Universo.

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