O primeiro mapa geológico de um cometa
Como sabemos a Geologia, já há algum tempo, não se restringe exclusivamente à Terra como o nome implica.
A Geologia estuda, também, o universo e seus corpos espaciais como cometas, asteroides, planetas, luas, sois etc..
É com essa ótica que a missão espacial Rosetta está reescrevendo a
história da geologia espacial ao pousar, analisar, mapear e sondar o
núcleo a atmosfera e a cauda de um grande cometa, o 67P
Churyumov-Gerasimenko.
A nave Rosetta está equipada com a câmera Osiris, capaz de fotografar
com precisão de até 15cm por pixel a superfície do cometa e com um
espectrógrafo de ultra violeta de grande sensibilidade, a Alice, que irá
analisar o cometa como um todo.
Desta forma foi feito o primeiro mapa geológico do 67P (imagem), onde
foram mapeadas várias “regiões” com características geomorfológicas
distintas. O mapa é fruto do trabalho de alta resolução da Osiris e é o
primeiro passo na direção de um mapa geológico e suas camadas de
geologia, geomorfologia, geoquímica que integrarão o primeiro GIS de um
cometa.
A superfície do cometa é compartimentada em áreas dominadas por
crateras, depressões, boulders, mesas, e por outras, mais planas,
cobertas por gelo e poeira. As rochas do cometa estão bastante
fraturadas, estruturadas e, em alguns casos brechadas. Na região onde a
Philae pousou é possível ver com clareza brechas e aglomerados
fraturados.
Espera-se que a superfície irá mudar à medida que o cometa se aproxime
do Sol, quando os ventos solares irão gerar uma forte sublimação, jatos e
a coma, a cauda do cometa de grandes proporções que será analisada pelo
espectrógrafo Alice.
A Alice (foto abaixo) é uma contribuição da NASA ao projeto Rosetta. O
espectrógrafo de ultra violeta de alta definição pesa menos do que
quatro quilos e fica embarcado na nave Rosetta.
A Alice vai analisar as feições espectrais do núcleo, da atmosfera e da cauda do cometa em uma faixa entre 70 a 205nm.
Um dos trabalhos do espectrômetro é o de analisar a abundância de gases
nobres na cauda, na região onde o vento solar interage com a ionosfera
do cometa.
O núcleo do cometa será, também, analisado em detalhe pela Alice o que
resultará em mapas composicionais da superfície e dos jatos. Os dados
serão estudados e fornecerão informações sobre a temperatura de formação
do cometa e sobre a sua origem. Uma atenção especial será dedicada ao
conteúdo de água, CO2, CO, C, H, N e S.
Enfim o trabalho da Alice está mal começando, mas os seus resultados
escreverão uma nova página da Geologia, Astronomia e da origem do
Universo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário