sábado, 14 de março de 2015

Amazonas puxa novo boom do petróleo na Amazônia


Entreposto do petróleo da região de Urucu
Com reservas totais de 187, milhões de barris de petróleo e 89,7 milhões de metros cúbicos de gás natural distribuídos nas bacias sedimentares dos rios Solimões e Amazonas, o Amazonas puxa uma nova corrida pelo petróleo e pelo gás natural na Amazônia brasileira.
O novo boom do petróleo começa 25 anos depois da descoberta da província petrolífera de Urucu, na Bacia do Solimões, no município de Coari, a 363 quilômetros de Manaus. Conforme assinala reportagem do jornal A Crítica, de Manaus (AM,  empresas privadas brasileiras e estrangeiras voltam seus investimentos para a região.
Por isso, de acordo com a reportagem, somente no Amazonas, este mercado deverá receber investimentos bilionários nos próximos três anos, com a expectativa de geração de mais oito mil novos empregos no estado.  A reportagem assinala que, ao contrário do que ocorreu no passado, quando a Petrobras desbravava sozinha esse mercado, agora a empresa tem concorrentes.
Está em jogo um mercado considerado estratégico pelo governo brasileiro. Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), apesar da altíssima qualidade do petróleo encontrado em Urucu, são as reservas de gás que fazem da região um mercado muito importante, pois o Brasil ainda importa boa parte do gás natural consumido no país da Bolívia. Hoje, o Amazonas já responde por 18% de toda a produção nacional de gás natural.
Atualmente, a Petrobras produz 56,5 mil barris de petróleo por dia e 9,7 milhões de metros cúbicos de gás natural diários dos poços que mantém no município de Coari. Desde 2005, retomou perfurações em regiões próximas às reservas de Urucu e, no ano passado, descobriu poços de petróleo altamente rentáveis.

Entrada de empresas privadas

Segundo a reportagem de A Crítica, pelo menos duas empresas privadas estão entrando agressivamente nesse mercado e a principal delas tem capital estrangeiro, mas é brasileira por nascimento: HRT Oil & Gas. A companhia é operadora de 21 blocos localizados na bacia sedimentar do Solimões. Hoje, a petrolífera vem prospectando em áreas nos municípios de Carauari, Tefé e Coari. No ano passado, a empresa vendeu 45% de suas operações na Amazônia para a anglo-russa TNK-BP, resultado de uma joint-venture entre a TNK (Rússia) e a British Petroleum (Reino Unido), que prometeu injetar US$ 1 bilhão na empreitada.
Além da HRT, a Petrogal Brasil também vem atuando no Amazonas. Ela é uma subsidiária da companhia de energia portuguesa Galp. A Petrogal tem a concessão de dois blocos em parceria com a Petrobras e vem fazendo pesquisas na Bacia Sedimentar do Amazonas, entre os municípios de Rio Preto da Eva, Itapiranga e Silves.
Segundo o especialista Walter De Vitto, da Tendências Consultoria, o mercado de gás e petróleo no Amazonas vai continuar aquecido nos próximos anos. “O preço do barril de petróleo está em alta no mercado internacional e isso tende a encorajar as empresas a se lançar nessa empreitada. Observamos que como o foco da Petrobras, que é o principal ator desse mercado, vai estar voltado para os investimentos na camada do pré-sal, empresas menores, como a HRT, poderão encontrar boas oportunidades de negócio na região”, afirma De Vitto. 
Para o economista e secretário de Estado da Fazenda, Isper Abrahim, o aquecimento do mercado deverá continuar pelos próximos anos e ele já vislumbra a criação de um novo pólo econômico que poderá ser tão importante para o Amazonas quando é hoje o Pólo Industrial de Manaus (PIM): o gás-químico. “No curto prazo, nós teremos todos os insumos para implantarmos um polo gás-químico importante no Estado. Teremos o gás natural, energia elétrica vinda do linhão de Tucuruí e a silvinita. Poderemos entrar fortes no mercado de fertilizantes, onde o Brasil ainda é um dos maiores importadores desse tipo de produto”, afirma Abrahim.

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