O
novo boom do petróleo começa 25 anos depois da descoberta da província
petrolífera de Urucu, na Bacia do Solimões, no município de Coari, a 363
quilômetros de Manaus. Conforme assinala reportagem do jornal A Crítica, de Manaus (AM, empresas privadas brasileiras e estrangeiras voltam seus investimentos para a região.
Por
isso, de acordo com a reportagem, somente no Amazonas, este mercado
deverá receber investimentos bilionários nos próximos três anos, com a
expectativa de geração de mais oito mil novos empregos no estado. A
reportagem assinala que, ao contrário do que ocorreu no passado, quando
a Petrobras desbravava sozinha esse mercado, agora a empresa tem
concorrentes.
Está
em jogo um mercado considerado estratégico pelo governo brasileiro.
Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), apesar da altíssima
qualidade do petróleo encontrado em Urucu, são as reservas de gás que
fazem da região um mercado muito importante, pois o Brasil ainda importa
boa parte do gás natural consumido no país da Bolívia. Hoje, o Amazonas
já responde por 18% de toda a produção nacional de gás natural.
Atualmente,
a Petrobras produz 56,5 mil barris de petróleo por dia e 9,7 milhões de
metros cúbicos de gás natural diários dos poços que mantém no município
de Coari. Desde 2005, retomou perfurações em regiões próximas às
reservas de Urucu e, no ano passado, descobriu poços de petróleo
altamente rentáveis.
Entrada de empresas privadas
Segundo a reportagem de A Crítica,
pelo menos duas empresas privadas estão entrando agressivamente nesse
mercado e a principal delas tem capital estrangeiro, mas é brasileira
por nascimento: HRT Oil & Gas. A companhia é operadora de 21 blocos
localizados na bacia sedimentar do Solimões. Hoje, a petrolífera vem
prospectando em áreas nos municípios de Carauari, Tefé e Coari. No ano
passado, a empresa vendeu 45% de suas operações na Amazônia para a
anglo-russa TNK-BP, resultado de uma joint-venture entre a TNK (Rússia) e
a British Petroleum (Reino Unido), que prometeu injetar US$ 1 bilhão na
empreitada.
Além
da HRT, a Petrogal Brasil também vem atuando no Amazonas. Ela é uma
subsidiária da companhia de energia portuguesa Galp. A Petrogal tem a
concessão de dois blocos em parceria com a Petrobras e vem fazendo
pesquisas na Bacia Sedimentar do Amazonas, entre os municípios de Rio
Preto da Eva, Itapiranga e Silves.
Segundo
o especialista Walter De Vitto, da Tendências Consultoria, o mercado de
gás e petróleo no Amazonas vai continuar aquecido nos próximos anos. “O
preço do barril de petróleo está em alta no mercado internacional e
isso tende a encorajar as empresas a se lançar nessa empreitada.
Observamos que como o foco da Petrobras, que é o principal ator desse
mercado, vai estar voltado para os investimentos na camada do pré-sal,
empresas menores, como a HRT, poderão encontrar boas oportunidades de
negócio na região”, afirma De Vitto.
Para
o economista e secretário de Estado da Fazenda, Isper Abrahim, o
aquecimento do mercado deverá continuar pelos próximos anos e ele já
vislumbra a criação de um novo pólo econômico que poderá ser tão
importante para o Amazonas quando é hoje o Pólo Industrial de Manaus
(PIM): o gás-químico. “No curto prazo, nós teremos todos os insumos para
implantarmos um polo gás-químico importante no Estado. Teremos o gás
natural, energia elétrica vinda do linhão de Tucuruí e a silvinita.
Poderemos entrar fortes no mercado de fertilizantes, onde o Brasil ainda
é um dos maiores importadores desse tipo de produto”, afirma Abrahim.
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