quinta-feira, 28 de maio de 2015

A onda chinesa: Baosteel quer comprar a quarta maior produtora de ferro

A onda chinesa: Baosteel quer comprar a quarta maior produtora de ferro do

mundo


Os chineses estão colocando suas peças no tabuleiro. É um jogo agressivo cujo resultado final é a dominação.

Na semana passada eles injetaram bilhões na Vale em troca de minério de alta qualidade e baixo preço. Foi uma comoção geral entre os australianos.

Agora é da Austrália que vem a mais nova jogada estratégica chinesa. A Baosteel a maior siderúrgica da China está de olho na Fortescue, a quarta maior produtora de minério de ferro do planeta.

Isso mesmo!

A Fortescue, a mesma empresa que ontem tentava torpedear a aliança China-Vale.

A notícia estremeceu o mundo mineral, mais uma vez.

As ações da Fortescue já subiram 16% após o vazamento da informação.

A Fortescue, por sua vez, se faz de morta e diz nada saber.

A empresa tem uma dívida de US$2.5 bilhões e dois meses atrás o seu CEO estava em Xangai com o chapéu na mão, em busca de ajuda financeira para rolar a dívida... a conta fecha.

O interessante é que a Fortescue produz um minério de mais baixa qualidade (57% Fe) com um custo bastante elevado (US$39/t), que não consegue competir com o minério da Vale, Rio e BHP.

Qual seria o motivo do interesse da Baosteel em comprar um minério pior e mais caro?

Talvez, por trás desta compra possa existir uma gigantesca novidade: a Baosteel pode estar querendo implantar uma indústria siderúrgica na Austrália.

Se pensarmos bem, até que não seria uma estratégia tão inusitada, pois faz sentido econômico e político. Os australianos querem adicionar valor ao seu minério e a Baosteel pode começar a virada da mesa que irá repercutir no mundo mineral.

O mesmo quase aconteceu aqui no Brasil quando a Vale e a mesma Baosteel assinaram acordos para a construção de megasiderurgicas no Maranhão e no Espírito Santo com capacidade de mais de 8 milhões de toneladas de aço.

A jogada era explêndida.

A parceria da Vale com a Baosteel foi até aprovada pelo Cade por unanimidade, mas o negócio não prosperou por problemas ambientais.

Hoje a Vale continua vendendo minério bruto moído sem valor agregado e, talvez os australianos, nesta nova perspectiva, comecem a lucrar em cima da venda de aço e de produtos acabados...

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