A onda chinesa: Baosteel quer comprar a quarta maior produtora de ferro
A onda chinesa: Baosteel quer comprar a quarta maior produtora de ferro do
mundo
Os chineses estão colocando suas peças no tabuleiro. É um jogo agressivo cujo resultado final é a dominação.
Na semana passada eles injetaram bilhões na Vale em troca de minério de
alta qualidade e baixo preço. Foi uma comoção geral entre os
australianos.
Agora é da Austrália que vem a mais nova jogada estratégica chinesa. A
Baosteel a maior siderúrgica da China está de olho na Fortescue, a
quarta maior produtora de minério de ferro do planeta.
Isso mesmo!
A Fortescue, a mesma empresa que ontem tentava torpedear a aliança China-Vale.
A notícia estremeceu o mundo mineral, mais uma vez.
As ações da Fortescue já subiram 16% após o vazamento da informação.
A Fortescue, por sua vez, se faz de morta e diz nada saber.
A empresa tem uma dívida de US$2.5 bilhões e dois meses atrás o seu CEO
estava em Xangai com o chapéu na mão, em busca de ajuda financeira para
rolar a dívida... a conta fecha.
O interessante é que a Fortescue produz um minério de mais baixa
qualidade (57% Fe) com um custo bastante elevado (US$39/t), que não
consegue competir com o minério da Vale, Rio e BHP.
Qual seria o motivo do interesse da Baosteel em comprar um minério pior e mais caro?
Talvez, por trás desta compra possa existir uma gigantesca novidade: a
Baosteel pode estar querendo implantar uma indústria siderúrgica na
Austrália.
Se pensarmos bem, até que não seria uma estratégia tão inusitada, pois
faz sentido econômico e político. Os australianos querem adicionar valor
ao seu minério e a Baosteel pode começar a virada da mesa que irá
repercutir no mundo mineral.
O mesmo quase aconteceu aqui no Brasil quando a Vale e a mesma Baosteel
assinaram acordos para a construção de megasiderurgicas no Maranhão e no
Espírito Santo com capacidade de mais de 8 milhões de toneladas de aço.
A jogada era explêndida.
A parceria da Vale com a Baosteel foi até aprovada pelo Cade por
unanimidade, mas o negócio não prosperou por problemas ambientais.
Hoje a Vale continua vendendo minério bruto moído sem valor agregado e,
talvez os australianos, nesta nova perspectiva, comecem a lucrar em cima
da venda de aço e de produtos acabados...
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