terça-feira, 19 de maio de 2015

Geoquímica dos filitos carbonosos do depósito Morro do Ouro, Paracatu, Minas Gerais.

Geoquímica dos filitos carbonosos do depósito Morro do Ouro, Paracatu, Minas Gerais.













O depósito de Morro do Ouro localiza-se ao norte da cidade de Paracatu, Estado de Minas Gerais. O depósito está hospedado nos filitos carbonos da base da Formação Paracatu (Membro Morro do Ouro) pertencente ao Grupo Canastra, Zona externa da Faixa Brasília. A mina Morro do Ouro é explorada com o mais baixo teor de ouro do mundo (<0,4 g/t), com uma produção de 15 toneladas por ano, o que a torna a principal produtora de ouro do Brasil. A distribuição do ouro e dos sulfetos é condicionada por uma estrutura principal (megaboudin) que mergulha 15° para SW. Esse mergulho aumenta em direção ao SW do depósito. Os boudins estão distribuídos ao longo dessa estrutura e possuem uma maior concentração e volume no centro (5%) em relação às bordas do depósito (2%). Existem diferentes tipos de boudins de diferentes tamanhos e composições. Os Boudins de quartzo ± siderita ± sulfetos representam a principal característica mineralização do depósito Morro do Ouro. Os sulfetos característicos são a arsenopirita, pirita, galena, esfalerita, pirrotita e calcopirita. A presença de boudins sulfetados, em particular quando eles contêm arsenopirita e pirita, é um bom indicador de elevados teores de ouro. Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizadas análises de rocha total, difratometria de raio-x e valores de volume de boudins em relação a rocha. O depósito caracteriza-se por uma litologia visualmente homogênia, mas com variações químicas que estão relacionadas com o controle da mineralização. Os filitos não mineralizados (regionais) apresentam clorita, muscovita e quartzo, raros boudins de quartzo e baixa deformação. Estas rochas possuem valores elevados de SiO2, Zr, V, Cr e Al em relação as rochas mineralizadas. Em comparação, os filitos carbonosos mineralizados são formados por quartzo e muscovita, apresentam alto grau de deformação, elevado volume de boudins (quartzo, siderita e sulfetos) e são enriquecidos em Au, Ag, As, Pb, Zn, C e S. O estudo das rochas mineralizadas e não mineralizadas do depósito Morro do Ouro indicaram que a mineralização aurífera está localizada em uma camada litoestratigráfica preferencial, marcada por diferenças geológicas, deformacionais e geoquímicas. Esses dados contribuíram para o conhecimento do Depósito Morro do Ouro e podem ser usados como guias prospectivos para a descoberta de novos depósitos do tipo Morro do Ouro. _________________________________________________________________________________ ABSTRACT
The Morro do Ouro (or Paracatu) gold deposit is located close to the city of Paracatu, in northwestern Minas Gerais state. The Paracatu mine is the lowest grade gold operation in the world (0.4g/t Au), but from 2009 it will become the largest gold producer in Brazil, with annual output of 15 tonnes. The deposit is hosted by carbonaceous phyllites with subordinate arenites near the base of the Paracatu Formation (Morro do Ouro Member). The Paracatu Formation is part of the Canastra Group that makes up the bulk of the Brasília fold-thrust belt, one of several extensive mobile belts of Brasiliano age in Brazil. The Morro do Ouro orebody is hosted by a shallow southwest dipping structural zone, within which the Morro do Ouro member metasediments host the abundant quartzcarbonate- sulphide boudins. Boudin volumes are higher in the central part of the deposit (5%) than on the margins (2%). The boudins contain a sulphide assemblage dominated by pyrite and arsenopyrite, with minor sphalerite, galena, pyrrhitite and chalcopyrite. Whole rock geochemistry, X-Ray diffractrometry and counts of boudin volumes were used to investigate geochemical variations within and around the orebody and their relationship to boudins. Unmineralized carbonaceous phyllites in the footwall of the orebody are composed of chlorite, muscovite and quartz, with rare quartz boudins and weak deformation indicators. These rocks have higher values of SiO2, Zr, V, Cr and Al than the mineralized phyllites.. In contrast, mineralized carbonaceous phyllites are dominated by quartz and muscovite (no chlorite), have much higher boudin volumes (quartz, siderite and sulfides), and have much more intense deformation. They are also enriched in Au, Ag, As, Pb, Zn, C and S. These mineralogical and geochemical differences are not related to hydrothermal alteration or to dilution by veining. Rather they reflect primary stratigraphy: the Morro do Ouro mineralisation has a strong lithological control. This has application to the exploration for similar deposits.

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