O renascimento da exploração mineral para depósitos de níquel na Austrália
Publicado em: 4/12/2014 14:27:00
Todo o geólogo e minerador sabe sobre as descobertas épicas feitas pela Western Mining de jazidas de níquel na Austrália nas décadas de 60 e 70.
Foi a época do boom de exploração que consolidou modelos de greenstones, os komatiitos e os jazimentos de níquel sulfetado do tipo Kambalda.
Para a maioria esta é uma época passada e hoje, só o que se permanece inexplorado são os jazimentos de níquel laterítico.
Verdade?
Não! Absolutamente não!
Parece que o sonho do níquel sulfetado australiano não morreu. Ele esteve adormecido nestas últimas décadas e, somente agora, algumas empresas juniors de pesquisa mineral estão revendo a geologia, geofísica e geoquímica de áreas no Oeste Australiano.
Por incrível que possa parecer ainda existem vastas áreas no Western Australia com pouca densidade de trabalhos de exploração mineral. Talvez nestas regiões não se descubra mais jazidas através dos estudos de gossans, como nas décadas de 60 e 70, mas sempre tem espaço para uma boa geologia e geofísica...
São essas áreas que estão sendo revistas hoje pelas junior companies australianas.
Alguns dos mais espetaculares casos de sucesso vem da junior Sirius Resources que em 2012 descobriu o jazimento de níquel denominado Nova e, em 2013 descobriu Bollinger..
Nova (veja o gráfico) é um depósito de níquel sulfetado associado a rochas magmáticas que lembra, não ao tipo Kambalda, mas aos depósitos canadenses do tipo Thompson, Raglan e Voisey´s Bay.
Coisa que nunca havia sido vista na Austrália e que demonstra claramente que um geólogo de exploração nunca deve apostar tudo em modelos. Temos que ser criativos e sempre estar preparados para as muitas surpresas que a geologia nos reserva.
Nova além do níquel tem cobre e cobalto, hospedados em rochas máficas metamórfizadas.
Nova tem 10.2Mt com 2.4% Ni, 1.0% Cu e 0.08% Co devendo entrar em produção em 2016 e poderá ser uma das minas com menor custo operacional do mundo.
Já Bollinger ( gráfico) é um corpo horizontalizado situado na continuação leste de Nova que foi descoberto em 2013. (veja o gráfico) As descobertas australianas não param por aí.
Outras junior companies como a Rumble Resources entraram também na corrida. Elas descobriram novos jazimentos como o Big Red e Zanthus que já atraíram o financiamento para estudos de viabilidade.
No sul da Austrália outra junior, a Monax Resources, está iniciando um grande programa de sondagem, mostrando que nem só no Oeste Australiano existe potencial para novas descobertas.
O que tudo isso nos está dizendo? Esta pequena história nos mostra que mesmo em um país que vem recebendo, sistematicamente, centenas de milhões de dólares por ano em pesquisa mineral nos últimos 60 anos ainda é possível a descoberta de grandes jazimentos minerais.
Para isso só é preciso um bom geólogo de exploração e o capital para financiar a pesquisa.
Imagine só o que nós podemos ainda descobrir no Brasil se nós investíssemos o dinheiro que os australianos investiram em pesquisa mineral?
Será isso um sonho inalcançável?
Mais uma vez não! É só o governo não atrapalhar e a Bovespa criar uma Bolsa para junior companies que nós faremos o resto.
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