domingo, 7 de junho de 2015

ÁGUA-MARINHA Síntese, Substitutos, Inclusões e Principais Regiões Produtoras

ÁGUA-MARINHA
Síntese, Substitutos, Inclusões e Principais Regiões Produtoras




Depois de termos abordado no último mês o tema dos tratamentos em águas-marinhas, neste iremos tratar de sua síntese, substitutos, inclusões e principais regiões produtoras.
Substitutos
Os principais materiais gemológicos utilizados como substitutos da água-marinha são o topázio (com coloração natural ou induzida por irradiação gama, com diversas designações comerciais, tais como "Sky Blue", "London Blue", "Swiss Blue", etc), o espinélio sintético (comercializado desde os anos 20 do último século e amplamente disseminado no mercado internacional de gemas sintéticas) e os diversos tipos de vidros. Menos freqüentemente, são empregados a turmalina e a apatita de tonalidades claras; o zircão (proveniente principalmente do Sri Lanka e raramente visto no mercado brasileiro na cor azul, obtida por tratamento); a cianita, o euclásio - uma valorizada gema de coleção, cujas principais ocorrências brasileiras encontram-se em Minas Gerais (Ouro Preto e São Sebastião do Maranhão) e Rio Grande do Norte (Equador); as gemas compostas e os berilos Maxixe e Tipo-Maxixe, discutidos no artigo do último mês.
Síntese
Desde 1999, a água-marinha sintética produzida na Rússia pelo método hidrotermal tornou-se comercialmente disponível e é, eventualmente, vista no mercado brasileiro de gemas, na forma lapidada e calibrada. O material sintético, por definição, apresenta composição química, estrutura cristalina e propriedades físicas e ópticas iguais às do seu equivalente natural. Distingue-se deste por meio do exame das estruturas ao microscópio (eventualmente mesmo com uma lupa de 10 aumentos), uma vez que a água-marinha sintética apresenta característicos padrões de crescimento com aspecto de "chevron", semelhantes aos observados em muitos outros materiais sintéticos produzidos pelo método hidrotermal.
Inclusões
A água-marinha usualmente apresenta poucas inclusões e uma elevada transparência, o que contribui para realçar sua beleza. Por este motivo, a presença delas, mesmo em pequeno número ou tamanho, desvaloriza acentuadamente esta gema, ao contrário de outras, tais como a esmeralda e a rubelita, nas quais a incidência de inclusões é mais tolerável.
As principais inclusões observadas nas águas-marinhas são os tubos de crescimento ocos ou preenchidos com fluidos, paralelos ao eixo c do cristal ("efeito chuva"); as gotículas fluidas arranjadas radialmente ("estrelas de neve"); e as inclusões minerais, sobretudo de albita, apatita, muscovita, turmalina, quartzo, ilmenita, columbita e monazita.
Principais Regiões Produtoras
O Brasil detém a supremacia histórica como fonte de águas-marinhas, tendo suprido o mercado joalheiro mundial com esta estupenda gema durante todo o último século, além de haver dotado os acervos dos principais museus de mineralogia do mundo com fascinantes espécimes daqui provenientes.
Embora atualmente a produção já não seja tão abundante, o Brasil continua tendo a primazia, seguido de países do continente africano, sobretudo Moçambique, Madagascar, Nigéria, Zâmbia e Tanzânia. Em nosso país, as ocorrências mais significativas encontram-se em Minas Gerais, em diversas localidades nos vales dos rios Jequitinhonha e Mucuri, além da região de Santa Maria de Itabira. Há ocorrências de vulto também nos estados do Espírito Santo (Mimoso do Sul, Itaguaçú, Baixo Guandú, Muqui, Castelo, etc), Bahia (Itanhém, Itambé, Macarani, etc), Rio Grande do Norte (Tenente Ananias e Parelhas) e Paraíba (Taperoá e Frei Martinho).

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