segunda-feira, 8 de junho de 2015

O futuro do ouro está no AISC

O futuro do ouro está no AISC



Com o preço do ouro em queda, 40% abaixo do seu pico de 2011, muitos investidores procuram investimentos mais rentáveis.

Será verdade que os dias da mineração de ouro estão contados?

Com certeza não!

A mineração de ouro contribuiu, em 2014, com US$171 bilhões para a economia mundial segundo o World Gold Council. Uma indústria deste porte, que emprega centenas de milhares, e movimenta trilhões, não vai desaparecer.

Quem vão desaparecer são aqueles minas ineficientes que produzem o seu ouro a custos elevados e com baixa competitividade.

O que faz um empreendimento mineiro ser lucrativo pode ser sumarizado em apenas um acrônimo: AISC (all-in sustaining costs).

O conceito de AISC é bem mais amplo do que o do que os de cash costs, cut-off ou do break-even, que são os custos de empate que a empresa tem para produzir uma onça de ouro. O AISC leva em consideração não só os custos atuais mas, também, os custos futuros com manutenções, fechamentos de mina, taxações e reabilitações ambientais.

A mina que produz uma onça de ouro com AISC mais baixo que as competidoras está na vantagem e não será afetada caso o ouro caia ainda mais.

O problema é que as grandes empresas de mineração de ouro como a Barrick (AISC=US$865/onça) a Goldcorp (AISC=US$950/onça) ou a Newmont (AISC=US$1003/onça) tem, no seu portfólio um grande número de minas e, muitas, apresentam um AISC elevado o que faz a rentabilidade média da empresa cair.

O AISC médio das dez maiores mineradoras de ouro do mundo, em 2014, foi de US$956 por onça de ouro. Neste mesmo período o preço da onça variou entre US$1.350 e US$1.150 o que deu uma margem de lucro bem longe do espetacular as top 10.

Com o ouro em queda esses mineradores estarão, em muito breve, com margens apertadas e com minas no vermelho.

Muitos se perguntam se não é a hora de apostar em minas menores de alto teor e baixo custo.

De qualquer forma a hora é de baixar custos, concentrar nas jazidas de alto teor, vender ou fechar as minas marginais e concentrar em empreendimentos de alta lucratividade que são, coincidentemente, aqueles com AISC baixo e grande produção.

Quando o assunto é AISC quanto menor melhor!

A vendas de ativos de baixo AISC como a mina de ouro australiana Cowal cujo AISC é de apenas US$787/onça, vendida pela Barrick, serão considerada, em breve, grandes erros estratégicos.

O que vimos recentemente na guerra do minério de ferro pode se repetir com o ouro, basta o metal continuar em queda.

No momento a onça do ouro está sendo negociada a US$1.173,50 depois de estar a US$1.232 a 3 semanas atrás. Não falta muito para algumas grandes mineradoras entrarem no vermelho...

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