TURMALINAS CUPRÍFERAS
DO BRASIL, NIGÉRIA E MOÇAMBIQUE 1ª Parte |
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As
turmalinas conhecidas sob a designação ”Paraíba”,
em alusão ao Estado onde foram primeiramente encontradas,
causaram furor ao serem introduzidas no mercado internacional
de gemas, em 1989, por suas surpreendentes cores até então
jamais vistas.
A
descoberta dos primeiros indícios desta ocorrência
deu-se sete anos antes, no município de São José
da Batalha, onde estas turmalinas, da espécie elbaíta,
ocorrem na forma de pequenos cristais irregulares em diques de
pegmatitos decompostos, encaixados em quartzitos da Formação
Equador, de Idade Proterozóica, associadas com quartzo,
feldspato alterado, lepidolita, schorlo (turmalina preta) e óxidos
de nióbio e tântalo, ou bem em depósitos secundários
relacionados.
Estas
turmalinas ocorrem em vívidos matizes azuis claros, azuis
turquesas, azuis “neon”(ou fluorescentes), azuis esverdeados,
azuis-safira, azuis violáceos, verdes azulados e verdes-esmeralda,
devidos principalmente aos teores de cobre e manganês presentes,
sendo que o primeiro destes elementos jamais havia sido detectado
como cromóforo em turmalinas de quaisquer procedências.
A
singularidade destas turmalinas cupríferas pode ser atribuída
a três fatores: matiz mais atraente, tom mais claro e saturação
mais forte que os usualmente observados em turmalinas azuis e
verdes de outras procedências.
Estes
matizes azuis e verdes estão intimamente relacionados à
presença do elemento cobre, presente em teores de até
2,38 % CuO, bem como a vários processos complexos envolvendo
íons Fe2+ e Fe3+ e às transferências de carga
de Fe2+ para Ti4+ e Mn2+ para Ti4+. Os matizes violetas avermelhados
e violetas, por sua vez, devem-se aos teores anômalos de
manganês. Uma considerável parte dos exemplares apresenta
zoneamento de cor, conseqüência da mudança na
composição química à medida que a
turmalina se cristalizou.
Em
fevereiro de 1990, durante a tradicional feira de Tucson, nos
EUA, teve início a escalada de preços desta variedade
de turmalina, que passaram de umas poucas centenas de dólares
por quilate a mais de US$2.000/ct, em questão de apenas
4 dias. A mística em torno da turmalina da Paraíba
havia começado e cresceu extraordinariamente ao longo dos
anos 90, convertendo-a na mais valiosa variedade deste grupo de
minerais. A máxima produção da Mina da Batalha
ocorreu entre os anos de 1989 e 1991 e, a partir de 1992, passou
a ser esporádica e limitada, agravada pela disputa por
sua propriedade legal e por seus direitos minerários.
A
elevada demanda por turmalinas da Paraíba, aliada à
escassez de sua produção, estimulou a busca de material
de aspecto similar em outros pegmatitos da região, resultando
na descoberta das minas Mulungu e Alto dos Quintos, situadas próximas
à cidade de Parelhas, no vizinho estado do Rio Grande do
Norte.
Embora
as surpreendentes cores das turmalinas da Paraíba ocorram
naturalmente, estima-se que aproximadamente 80% das gemas só
as adquiram após tratamento térmico, a temperaturas
entre 350 oC e 550 oC. O procedimento consiste, inicialmente,
em selecionar os espécimes a serem tratados cuidadosamente,
para evitar que a exposição ao calor danifique-os,
especialmente aqueles com inclusões líquidas e fraturas
pré-existentes. Em seguida, as gemas são colocadas
sob pó de alumínio ou areia, no interior de uma
estufa, em atmosfera oxidante. A temperatura ideal é alcançada,
geralmente, após 2 horas e meia de aquecimento gradativo
e, então, mantida por um período de cerca de 4 horas,
sendo as gemas depois resfriadas a uma taxa de aproximadamente
50 oC por hora. As cores resultantes são a cobiçada
azul-neon, a partir da azul esverdeada ou da azul violeta, e a
verde esmeralda, a partir da púrpura avermelhada. Além
do tratamento térmico, parte das turmalinas da Paraíba
é submetida ao preenchimento de fissuras com óleo
para minimizar a visibilidade das que alcancem a superfície.
Até
2001, as turmalinas cupríferas da Paraíba e do Rio
Grande do Norte eram facilmente distinguíveis das turmalinas
oriundas de quaisquer outras procedências mediante detecção
da presença de cobre com teores anômalos através
de análise química por fluorescência de raios
X de energia dispersiva (EDXRF), um ensaio analítico não
disponível em laboratórios gemológicos standard.
No entanto, as recentes descobertas de turmalinas cupríferas
na Nigéria e em Moçambique acenderam um acalorado
debate envolvendo o mercado e os principais laboratórios
gemológicos do mundo em torno da definição
do termo “Turmalina da Paraíba”, sobre o qual
trataremos no artigo do próximo mês.
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domingo, 7 de junho de 2015
TURMALINAS CUPRÍFERAS DO BRASIL, NIGÉRIA E MOÇAMBIQUE 1ª Parte (PARAÍBA)
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