A turquesa de Itacupim, Pará
RESUMO
Na
ilha de Itacupim, localizada na região costeira do nordeste do Pará,
foram encontrados veios de fosfatos de alumínio contendo turquesa,
além de quartzo e argilominerais. A ilha é sustentada por espesso
perfil laterítico maturo desenvolvido sobre complexo
alcalino-ultramáfico mineralizado em apatita. Os veios e vênulas são
de espessura centimétrica, normalmente constituídos de wavellita
fibro-radial, onde pode ser observada turquesa verde-azulada, em
massas subesferolíticas, microcristalinas, intercrescidas com caulinita
e oxi-hidróxidos de Mn, além de quartzo. A identificação mineral
foi realizada por DRX, microscopia óptica, análises químicas de rocha
total, MEV/SED. Os teores de CuO são inferiores aos das turquesas em
geral, compensados por Fe2O3 e ZnO. Os
subesferolitos de turquesa contêm inúmeras inclusões micrométricas
de goyazita ou svanbergita. A ocorrência da turquesa, na forma de veios
e vênulas, seu aspecto porcelanado e a conhecida relação desse
mineral com ambiente hidrotermal sugerem que a turquesa de Itacupim
também seja de origem hidrotermal, reforçada pela sua associação
com wavellita, goyazita ou svanbergita, quartzo e argilominerais. Ela
não foi encontrada no perfil laterítico. Seu aspecto compacto e sua
cor esverdeada abrem perspectivas para seu uso como mineral de gema.
Palavras-chave: Turquesa, fosfatos de alumínio, wavellita, apatita, ilha de Itacupim, Amazônia, Brasil.
ABSTRACT
Veins
and veinlets of aluminum phosphates with turquoise occur at the
Itacupim Island in the coastal plain northeast the state of Pará. A
thick mature lateritic iron crust rich in aluminum phosphates
developed an apatite-bearing alkaline-ultramafic complex which
constitutes the Island. The veins and veinlets are cm-thick, usually
constituted by wavellite, fibrous to radialfibrous, with bony or
porcelaneous aspect, and can turquoise. Pebbles of these phosphates
inside of apatite-bearing ultramafic rocks are very common at the
base of the hang wall, and locally form expressive agglomerates.
Turquoise forms half spheroids and is bluish-green, microcrystalline,
and is intergrown with kaolinite and Mn oxy-hydroxides. The mineral
identification was carried out by XRD optic microscopy, chemical
analyses by wet methods and by SEM/EDS. The lower CuO values, in
comparison to turquoise elsewhere, are compensated by the higher Fe2O3
and ZnO. The spheroids display countless inclusions of micrometric
goyazite or svanbergite. The turquoise relation to veins and veinlets
with wavellite, goyazite or svanbergite, quartz and clay minerals,
its porcelaneous aspect and well-known occurrence of turquoise in
hydrothermal environment indicate that the Itacupim turquoise was formed
by the same mechanism. It doesn't display any clear relationship to
laterite profile. The color and compact aspect of this turquoise make
it suitable for use as gems.
Keywords: Turquoise, aluminum phosphate, apatite, Itacupim island, Amazon region, Brazil.
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