quarta-feira, 29 de julho de 2015

Conheça a planta que cresce apenas em solo rico em diamante

Conheça a planta que cresce apenas em solo rico em diamante

O geólogo Stephen E. Haggerty, da Universidade Internacional da Flórida, percebeu que a Pandanus candelabrum, uma planta espinhosa, tem uma característica que com certeza chama muita atenção: ela só cresce em solo contendo diamantes. O artigo que descreve essa intrigante descoberta foi publicado no “Economic Geology”.
Essa planta “exigente” é encontrada apenas no topo de tubos de kimberlito: formações geológicas ricas em mineiras que trazem materiais como diamantes desde o manto da Terra. Estas estruturas subterrâneas férteis são cicatrizes que ficaram de antigas erupções vulcânicas. Elas têm a forma de uma taça de champanhe, e são preenchidas com um “coquetel” de minerais como potássio, magnésio e fósforo.
planta diamante
Haggerty ligou a Pandanus candelabrum com diamantes quando ele estava procurando por esses tubos de kimberlito na Libéria. Ele estava fazendo a dragagem de um solo pantanoso em busca de minerais que indicassem a presença de um tubo de kimberlito. Durante a dragagem, ele não só descobriu um novo tubo, de 50 metros de diâmetro e 500 de comprimento, ele também notou que uma planta particular foi encontrada crescendo acima desses tubos: a Pandanus candelabrum.
“É uma brilhante observação, particularmente em uma área densamente arborizada, que é difícil de ser explorada”, disse Karin Olson Hoal, geólogo de diamantes na Colorado School of Mines. Não é surpreendente que a correlação tenha sido feita somente agora.
Haggerty continuará a avaliar o solo na África Ocidental, em um esforço para diagnosticar quais tubos de kimberlito valem mineração de diamantes, entre outros minerais. Ele também quer entender como a planta utiliza os nutrientes do solo exuberante. A densidade das florestas faz com que encontrar essa planta seja uma tarefa difícil, por isso esforços serão feitos no intuito de mapear essa planta a partir de imagens aéreas e de satélite. Isso poderia ajudar países da África Ocidental a localizar depósitos de diamante. Um bônus adicional vem do fato de que a mineração de tubos de kimberlito é menos destrutiva para o ambiente que, por exemplo, a mineração a céu aberto do cobre.
Além disso, o solo das minas de kimberlito vão ajudar os geólogos a descobrir como as condições de calor e pressão do manto da Terra se apresentavam 150 milhões de anos atrás. Os próprios diamantes são janelas do passado: alguns possuem cerca de 3 bilhões de anos. Os minerais aprisionados no interior dos diamantes pode conter pistas para as condições que os diamantes experienciam dentro da Terra.

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