Ouro em queda: mineradoras perdem mais de US$20 bilhões
Nos últimos meses o ouro vem caindo sistematicamente. É um processo sem data para acabar, que está vaporizando os lucros das mineradoras e mudando drasticamente a topografia do setor.
O preço de hoje (US$1.090/oz) é o pior em cinco anos fazendo muitos acreditarem que o ouro já não tem mais o atrativo de antigamente.
Apesar das crises mundiais, da Grécia, dos problemas com a China o ouro permanece, inexoravelmente, em queda.
Somente nos últimos cinco dias o índice de ouro e prata da Bolsa de Philadelphia foi corroído em US$20 bilhões. Um número que afugenta os investidores e que pode significar o início de uma nova e perigosa era.
O mercado está pessimista e acredita, agora, que a barreira dos US$1.000 por onça será facilmente quebrada nos próximos dias.
Segundo um relatório do Wood Mackenzie mais de 10% das minas de ouro do mundo já são deficitárias.
É o que nós, do Portal do Geólogo sempre afirmamos: só irão sobreviver aqueles mineradores cujo AISC (custo operacional total acrescido de custos de manutenção, fechamento e outros custos futuros) seja bem abaixo de US$900/oz.
Isso não ocorre ainda com nenhuma grande mineradora. Os AISC médios delas estão mais próximos dos US$1100/oz do que dos US$900/oz.
Um vento com cheiro de desastre...
O motivo que ainda mantém muitas mineradoras em atividade são as estratégias financeiras onde o hedje e o equity financing são intensamente aplicados.
A hora é de reduzir os débitos, que superam US$35 bilhões, vender ativos, paralisar minas menos competitivas e se preparar para o pior.
As consequências afetam as juniors diretamente: o corte na pesquisa e na exploração mineral, a queda gigantesca do valor de mercado da maioria das mining juniors leva à falta geral de financiamentos, desemprego e falências.
Se o ouro não reagir o setor será transformado e só as empresas de baixíssimo custo operacional, com ativos excepcionais de alto teor, altamente competentes e otimizadas irão sobreviver.
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