APUÍ / HUMAITÁ - Jazidas de diamantes no Sul do Amazonas
Com detalhes técnicos ainda sob sigilo, a descoberta de
grandes reservas de diamantes na região Sul do Amazonas aponta para uma
nova perspectiva de desenvolvimento no Estado. Segundo o jornal Valor
Econômico, as novas áreas identificadas por geólogos a serviço do
Governo Federal abrangem, principalmente, os estados do Amazonas, Mato
Grosso, Rondônia e Pará.
A questão é tratada com o devido cuidado em Brasília, mas, com o vazamento de dados importantes para a imprensa, a descoberta tornou-se pública e já é motivo de debate entre geólogos, políticos e ambientalistas, preocupados agora com a forma de exploração das reservas por meio de empresas detentoras de alta tecnologia e empenhadas em aumentar a produção de diamantes no país.
As pesquisas sobre as reservas ocorrem de acordo com o Projeto Diamante Brasil, do CPRM (Serviço Geológico do Brasil), órgão vinculado ao Ministério das Minas e Energia. Segundo o superintendente do CPRM/AM, Marco Antônio Oliveira, o Amazonas possui características adequadas à ocorrência de jazidas diamantíferas. “As características do Estado ajudam e, portanto, pode ser real a existência de jazidas de diamantes em seu território embora não haja nenhuma mina em produção hoje nesse sentido”, explicou o superintendente ao Jornal do Commercio.
Conforme Marco Antônio, as ocorrências de diamantes no mundo são raras e atualmente a maior província de produção do minério localiza-se no continente africano, mais precisamente na África do Sul e Angola. “No Brasil existem poucas notícias sobre a questão”, afirma, chamando a atenção para a região Norte onde há informações sobre exploração clandestina do minério, o que é visto com preocupação pelas autoridades federais. “Em Rondônia, há uma exploração clandestina, situada em território indígena”, assinala, lamentando que a exploração ilegal esteja facilitando o contrabando de diamantes para fora do país.
O Ministério das Minas e Energia, informa Marco Antônio, está atento à questão, inclusive, para evitar que o vazamento de informações estimule os negócios clandestinos de diamantes e impedir a avaliação incorreta das gemas e a sonegação de impostos, causando prejuízos irreparáveis aos cofres da União. “Precisamos fazer as coisas com muito critério, considerando o fato de existirem reservas de diamantes em terras indígenas”, destaca.
Ele ressalta que várias empresas já realizaram pesquisas no Sul do Amazonas constando a existência de jazidas entre Apuí e Humaitá. “O Amazonas ostenta uma diversidade geológica interessante, que favorece muito a descoberta de recursos minerais. No caso do diamante, as rochas que hospedam esse minério são raríssimas. Geralmente essas rochas nem afloram, acabam sendo erodidas pelo vento e pela água da chuva, levando os diamantes para os rios”, diz, confirmando que algumas dessas rochas foram identificadas no Estado pelo Projeto Diamante Brasil.
No Amazonas, as reservas diamantíferas não são profundas e podem ser exploradas com o uso de tecnologia moderna. “O fato de encontrarmos os kimberlitos já é um bom indício de diamantes e cabe agora à iniciativa privada investigar tudo com mais propriedade”, observa, lembrando que o kimberlito é um tipo de rocha que serve como um canal do subsolo até a superfície e na qual em geral os diamantes são encontrados. Ele ressalta que as pesquisas no país tiveram como base um documento entregue ao governo brasileiro pela multinacional De Beers. A empresa, uma das maiores multinacionais no setor de diamantes, investiu durante vários anos no Brasil.
Potencial
O Projeto Diamante Brasil, já descobriu e cadastrou mais de 50 corpos possíveis depósitos de diamantes no subsolo brasileiro. O geólogo Francisco Valdir Silveira, chefe do Departamento de Recursos Minerais do CPRM e coordenador do projeto federal, garante terem sido identificadas áreas com potencial para produção de diamantes na maioria dos estados. Ele sustenta também que os kimberlitos descobertos no Rio Grande do Norte, no Norte e Centro-Oeste do país (Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Pará) não constavam do documento da De Beers.
Francisco Silveira diz que o Palácio do Planalto orienta os trabalhos do Projeto Diamante Brasil e aposta nos investimentos de mineradoras e até na mobilização de garimpeiros em cooperativas, buscando elevar a produção de diamantes no país que hoje é pequena e praticamente ilegal. O país é signatário do Processo de Certificação Kimberley, um acordo internacional chancelado pela ONU, que exige dos países participantes documentação que atestem procedência em áreas legalizadas.
Todo o diamante que sai do Brasil é ainda produzido em áreas de aluvião - pedras retiradas de leitos de rio ou do solo. Minas Gerais, Rondônia e Mato Grosso são alguns dos Estados com atividade garimpeira expressiva. O país não tem mina aberta extraindo diamante em rocha primária, no subsolo, onde estão depósitos maiores e as pedras mais valiosas. Os novos achados podem abrir caminho para potenciais novas minas.
Reservas dos chamados diamantes industriais e também de gemas (para uso em joias) se espalham pelo país, afirma Francisco Silveira. Estes últimos são os que fazem girar mais dinheiro. Um diamante pode ser vendido em um garimpo do Brasil por R$ 2 milhões. Depois, um atravessador de Israel ou da Europa paga R$ 10 milhões pela pedra. E ela pode chegar a Antuérpia, por exemplo, para ser lapidada, ao preço de R$ 17 milhões, R$ 20 milhões, comenta Silveira.
A questão é tratada com o devido cuidado em Brasília, mas, com o vazamento de dados importantes para a imprensa, a descoberta tornou-se pública e já é motivo de debate entre geólogos, políticos e ambientalistas, preocupados agora com a forma de exploração das reservas por meio de empresas detentoras de alta tecnologia e empenhadas em aumentar a produção de diamantes no país.
As pesquisas sobre as reservas ocorrem de acordo com o Projeto Diamante Brasil, do CPRM (Serviço Geológico do Brasil), órgão vinculado ao Ministério das Minas e Energia. Segundo o superintendente do CPRM/AM, Marco Antônio Oliveira, o Amazonas possui características adequadas à ocorrência de jazidas diamantíferas. “As características do Estado ajudam e, portanto, pode ser real a existência de jazidas de diamantes em seu território embora não haja nenhuma mina em produção hoje nesse sentido”, explicou o superintendente ao Jornal do Commercio.
Conforme Marco Antônio, as ocorrências de diamantes no mundo são raras e atualmente a maior província de produção do minério localiza-se no continente africano, mais precisamente na África do Sul e Angola. “No Brasil existem poucas notícias sobre a questão”, afirma, chamando a atenção para a região Norte onde há informações sobre exploração clandestina do minério, o que é visto com preocupação pelas autoridades federais. “Em Rondônia, há uma exploração clandestina, situada em território indígena”, assinala, lamentando que a exploração ilegal esteja facilitando o contrabando de diamantes para fora do país.
O Ministério das Minas e Energia, informa Marco Antônio, está atento à questão, inclusive, para evitar que o vazamento de informações estimule os negócios clandestinos de diamantes e impedir a avaliação incorreta das gemas e a sonegação de impostos, causando prejuízos irreparáveis aos cofres da União. “Precisamos fazer as coisas com muito critério, considerando o fato de existirem reservas de diamantes em terras indígenas”, destaca.
Ele ressalta que várias empresas já realizaram pesquisas no Sul do Amazonas constando a existência de jazidas entre Apuí e Humaitá. “O Amazonas ostenta uma diversidade geológica interessante, que favorece muito a descoberta de recursos minerais. No caso do diamante, as rochas que hospedam esse minério são raríssimas. Geralmente essas rochas nem afloram, acabam sendo erodidas pelo vento e pela água da chuva, levando os diamantes para os rios”, diz, confirmando que algumas dessas rochas foram identificadas no Estado pelo Projeto Diamante Brasil.
No Amazonas, as reservas diamantíferas não são profundas e podem ser exploradas com o uso de tecnologia moderna. “O fato de encontrarmos os kimberlitos já é um bom indício de diamantes e cabe agora à iniciativa privada investigar tudo com mais propriedade”, observa, lembrando que o kimberlito é um tipo de rocha que serve como um canal do subsolo até a superfície e na qual em geral os diamantes são encontrados. Ele ressalta que as pesquisas no país tiveram como base um documento entregue ao governo brasileiro pela multinacional De Beers. A empresa, uma das maiores multinacionais no setor de diamantes, investiu durante vários anos no Brasil.
Potencial
O Projeto Diamante Brasil, já descobriu e cadastrou mais de 50 corpos possíveis depósitos de diamantes no subsolo brasileiro. O geólogo Francisco Valdir Silveira, chefe do Departamento de Recursos Minerais do CPRM e coordenador do projeto federal, garante terem sido identificadas áreas com potencial para produção de diamantes na maioria dos estados. Ele sustenta também que os kimberlitos descobertos no Rio Grande do Norte, no Norte e Centro-Oeste do país (Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Pará) não constavam do documento da De Beers.
Francisco Silveira diz que o Palácio do Planalto orienta os trabalhos do Projeto Diamante Brasil e aposta nos investimentos de mineradoras e até na mobilização de garimpeiros em cooperativas, buscando elevar a produção de diamantes no país que hoje é pequena e praticamente ilegal. O país é signatário do Processo de Certificação Kimberley, um acordo internacional chancelado pela ONU, que exige dos países participantes documentação que atestem procedência em áreas legalizadas.
Todo o diamante que sai do Brasil é ainda produzido em áreas de aluvião - pedras retiradas de leitos de rio ou do solo. Minas Gerais, Rondônia e Mato Grosso são alguns dos Estados com atividade garimpeira expressiva. O país não tem mina aberta extraindo diamante em rocha primária, no subsolo, onde estão depósitos maiores e as pedras mais valiosas. Os novos achados podem abrir caminho para potenciais novas minas.
Reservas dos chamados diamantes industriais e também de gemas (para uso em joias) se espalham pelo país, afirma Francisco Silveira. Estes últimos são os que fazem girar mais dinheiro. Um diamante pode ser vendido em um garimpo do Brasil por R$ 2 milhões. Depois, um atravessador de Israel ou da Europa paga R$ 10 milhões pela pedra. E ela pode chegar a Antuérpia, por exemplo, para ser lapidada, ao preço de R$ 17 milhões, R$ 20 milhões, comenta Silveira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário