segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Petrobras: culpada ou inocente?

Petrobras: culpada ou inocente?



 
Desde o início da Operação Lava Jato a mídia foi açoitada por milhares de notícias sobre a corrupção instalada na nossa maior estatal.

De repente a empresa, que era tida como um exemplo de qualidade e gerenciamento virou o oposto e passou a ter, para o mundo empresarial, uma das piores gestões entre todas as grandes empresas mundiais. Um misto de corrupção, ladroagem e má gestão que se enraizou nos patamares mais altos da empresa enlameando a todos e corroendo rapidamente os recursos outrora imensos da petroleira.

A empresa havia sido tomada de assalto por uma quadrilha sofisticada com forte amparo político e até mesmo legal.

Quem não compartilhava se calava, fazia ouvidos de mercador ou vista grossa.

No início os executivos da Petrobras e os Políticos do Governo tentaram negar. Em vão, para horror do brasileiro.

A corrupção e o roubo eram reais e estavam instalados há décadas. Uma gigantesca quadrilha que incluía funcionários, empresas, políticos e partidos políticos, sugava vorazmente o dinheiro e a alma da estatal.

Era a cleptocracia brasileira se enraizando na Petrobras.

Até que a Lava Jato chegou.

Com Sérgio Moro veio à tona o circo de horrores e, principalmente, os números gigantescos da corrupção.

Foi quando centenas de milhões de brasileiros souberam, boquiabertos, que os desvios, roubos, propinas e outros crimes totalizavam bilhões. Bilhões...

Hoje ninguém mais fala da pequena corrupção, do cafezinho, que era a forma prosaica usada por muitos corruptos para achacar os cidadãos.

Na corrupção do terceiro milênio até gerentes de baixo escalão retornam ao Governo centenas de milhões do saque guardado em seguros cofres na Suíça.

Até onde foi a corrupção dentro da Petrobras?

Sabe-se, agora, que quase todas as diretorias importantes da empresa participavam da quadrilha e hoje grande parte destes diretores estão presos ou, em breve, serão.

Será que esses diretores eram o topo da pirâmide do crime na Petrobras?

Será que os membros da presidência e do conselho não foram, também, corrompidos? Eram eles sabedores da corrupção instalada como afirmou a gerente Venina à Lava Jato?

Esta é uma pergunta de bilhões de dólares que será julgada, em breve, em um tribunal de Nova York.

Se a presidência e/ou os membros do conselho soubessem dos crimes em andamento, o que parece altamente provável, eles ardilosamente esconderam do público e, naturalmente, dos investidores, que tiveram, em consequência do desconhecimento, prejuízos gigantescos.

Esta é a argumentação dos advogados que representam uma ação coletiva contra a Petrobras que está em andamento na corte de NY.

É por esse motivo que os investigadores dos EUA estiveram nesta semana coletando cópias dos documentos da Lava Jato e que, possivelmente, irão citar os ex-presidentes Graça Foster e Sérgio Gabrielli.

Se o Juiz norte americano decidir que a Petrobras é culpada de esconder do mercado a corrupção que a prejudicou em casos como Pasadena, Comperj, Abreu e Lima e muitos outros a empresa será condenada a pagar uma quantia enorme aos investidores americanos.

Neste caso os diretores, presidentes e membros do conselho, inclusive Dilma Roussef, que era a presidente do conselho na aquisição de Pasadena, poderão ser, também, condenados.

Já, aqui no Brasil, o Juiz Sergio Moro foi bastante específico quando declarou que considerava a Petrobras como vítima.

Se a versão de Moro prevalecer, Graça Foster, Gabrielli, Dilma e os demais membros do conselho só poderão ser acusados de pura incompetência.

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