Você sabia que o alumínio já chegou a valer mais do que o ouro?
O
alumínio certamente é um dos elementos mais abundantes da Terra. Hoje
ele aparece em embalagens de alimentos, latinhas de refrigerante, na
estrutura de aviões e tem mais de uma centena de aplicações. Porém, o
metal nem sempre esteve disponível e a sua raridade fez com que ele
chegasse a custar mais do que ouro. Não deixe de conferir este artigo
para entender como isso aconteceu e conhecer um pouco mais sobre a
história desse metal tão útil nos dias de hoje.
Tudo começa com o fato de que, mesmo representando cerca de 8% da
crosta terrestre, o alumínio não pode ser encontrado em sua forma
metálica em nenhum canto do planeta. Ou seja, o alumínio aparece
principalmente como parte de um composto químico, como o alúmen de
potássio, por exemplo.
Mesmo antes do alumínio ser descoberto ou mesmo teorizado, os compostos da classe dos alúmens já possuíam diversas aplicações desde a antiguidade. No entanto, acredita-se que o primeiro registro do elemento date de 1807, quando o químico Sir Humphrey Davy argumentou que o alúmen era o sal de um metal que ainda não havia sido descoberto. Davy pretendia batizar esse elemento de “alumínio”.
Porém, existe algum debate na comunidade científica sobre Davy ter sido realmente o primeiro a falar sobre o metal, já que 30 anos antes (em 1778) o químico francês Antoine Lavoisier comentou em seu livro Elementos de Química que o que ele chamava de “argila” (óxido de alumínio) poderia teoricamente existir como um metal sólido, mas a tecnologia disponível não permitia desfazer a forte ligação entre os átomos de oxigênio.
O alumínio como conhecemos hoje foi originalmente criado em
laboratório por Hans Christian Oersted ao aquecer o cloreto de alumínio
com amálgama de potássio em 1825. Em homenagem ao trabalho de Humphrey
Davy, o novo metal ganhou o nome de alumínio. Porém, o material obtido
por Oersted não passava de algumas lascas de metal pequenas e impuras – o
que dificultava a análise do material.
Dois anos depois, Friedrich Wöhler desenvolveu uma nova maneira de isolar o alumínio em pó e melhorou bastante as técnicas utilizadas no experimento de Oersted. Mesmo assim, foi preciso esperar mais 18 anos até que a quantidade de metal produzida fosse suficiente para que os cientistas pudessem analisar suas propriedades.
Em 1845, o alumínio começou a fazer sucesso. Mas foi apenas em 1854 que o químico francês Henri Sainte-Claire Deville desenvolveu uma maneira de produzir o metal em larga escala com o uso de sódio. Pela primeira vez na História, esse método permitiu a produção de quilos do metal de uma única vez. Para se ter uma ideia, Deville conseguia produzir em um único dia a mesma quantidade que Wöhler levaria anos para obter.
No ano seguinte, em 1855, 12 pequenos lingotes de alumínio foram
colocados em exposição em uma enorme exibição francesa organizada a
pedido do imperador francês Napoleão III. Imediatamente após a exibição,
a demanda pelo novo metal leve e brilhante aumentou significativamente.
Como o metal se mostrou ideal para produzir joias, não demorou muito
para que a elite francesa estivesse usando broches feitos de alumínio.
Entretanto, o responsável pela produção em larga escala do metal não gostou de saber que o elemento estava sendo usado por uma pequena classe de pessoas quando poderia estar beneficiando às massas. E o imperador Napoleão III – que havia financiado o estudo e a produção do metal muito antes da exibição – compartilhava o pensamento do químico e acreditava que o alumínio poderia ser usado para produzir equipamentos leves para seu exército. De fato, alguns capacetes chegaram a ser confeccionados, mas o alto custo do refinamento do material impediu a continuidade do projeto.
Frustrado, Napoleão III fez com que seu estoque de alumínio fosse derretido e transformado em talheres. Uma das evidências desse fato é que existiam rumores de que o imperador francês comia em pratos de alumínio e dividia seus luxuosos talheres apenas com convidados nobres, enquanto as outras pessoas utilizavam peças forjadas em ouro.
Não existem meios de confirmar se a história dos talheres de Napoleão III é verdadeira ou não. Mas fato é que, mesmo sendo muito mais abundante do que o ouro, o alumínio era mais difícil de ser obtido, o que o tornava um dos metais mais caros e nobres da época.
Mas esse panorama começou a mudar em 1886, quando descobriu-se que
era possível obter grandes quantidades de alumínio através da
eletrólise. A descoberta foi feita por Paul Lois Toussaint Héroult e
Charles Martin Hall quase ao mesmo tempo. Curiosamente, os dois
trabalhavam de maneira independente na França e nos Estados Unidos, o
que levou o processo – que é utilizado até hoje – a ser chamado de
Héroult/Hall em homenagem aos dois profissionais.
Dois anos depois, o químico austríaco Carl Josef Bayer revelou que o óxido de alumínio podia ser obtido a partir da bauxita com baixos custos. Todos esses processos fizeram com que o preço do alumínio despencasse 80% do dia para a noite. Dentro de poucos anos, o alumínio passou do posto de metal mais caro do planeta para o lugar do mais barato.
Em termos de comparação, vale pensar que em 1852 (ou seja, antes do surgimento do processo de Héroult/Hall), o quilo do metal era vendido por 1,2 mil dólares. Já no início do século 20, a mesma quantidade não chegava a custar um dólar.
Um pouco de história
Mesmo antes do alumínio ser descoberto ou mesmo teorizado, os compostos da classe dos alúmens já possuíam diversas aplicações desde a antiguidade. No entanto, acredita-se que o primeiro registro do elemento date de 1807, quando o químico Sir Humphrey Davy argumentou que o alúmen era o sal de um metal que ainda não havia sido descoberto. Davy pretendia batizar esse elemento de “alumínio”.
Porém, existe algum debate na comunidade científica sobre Davy ter sido realmente o primeiro a falar sobre o metal, já que 30 anos antes (em 1778) o químico francês Antoine Lavoisier comentou em seu livro Elementos de Química que o que ele chamava de “argila” (óxido de alumínio) poderia teoricamente existir como um metal sólido, mas a tecnologia disponível não permitia desfazer a forte ligação entre os átomos de oxigênio.
A produção de alumínio
Dois anos depois, Friedrich Wöhler desenvolveu uma nova maneira de isolar o alumínio em pó e melhorou bastante as técnicas utilizadas no experimento de Oersted. Mesmo assim, foi preciso esperar mais 18 anos até que a quantidade de metal produzida fosse suficiente para que os cientistas pudessem analisar suas propriedades.
Em 1845, o alumínio começou a fazer sucesso. Mas foi apenas em 1854 que o químico francês Henri Sainte-Claire Deville desenvolveu uma maneira de produzir o metal em larga escala com o uso de sódio. Pela primeira vez na História, esse método permitiu a produção de quilos do metal de uma única vez. Para se ter uma ideia, Deville conseguia produzir em um único dia a mesma quantidade que Wöhler levaria anos para obter.
Preço de ouro
Entretanto, o responsável pela produção em larga escala do metal não gostou de saber que o elemento estava sendo usado por uma pequena classe de pessoas quando poderia estar beneficiando às massas. E o imperador Napoleão III – que havia financiado o estudo e a produção do metal muito antes da exibição – compartilhava o pensamento do químico e acreditava que o alumínio poderia ser usado para produzir equipamentos leves para seu exército. De fato, alguns capacetes chegaram a ser confeccionados, mas o alto custo do refinamento do material impediu a continuidade do projeto.
Frustrado, Napoleão III fez com que seu estoque de alumínio fosse derretido e transformado em talheres. Uma das evidências desse fato é que existiam rumores de que o imperador francês comia em pratos de alumínio e dividia seus luxuosos talheres apenas com convidados nobres, enquanto as outras pessoas utilizavam peças forjadas em ouro.
Não existem meios de confirmar se a história dos talheres de Napoleão III é verdadeira ou não. Mas fato é que, mesmo sendo muito mais abundante do que o ouro, o alumínio era mais difícil de ser obtido, o que o tornava um dos metais mais caros e nobres da época.
Da nobreza à banalidade
Dois anos depois, o químico austríaco Carl Josef Bayer revelou que o óxido de alumínio podia ser obtido a partir da bauxita com baixos custos. Todos esses processos fizeram com que o preço do alumínio despencasse 80% do dia para a noite. Dentro de poucos anos, o alumínio passou do posto de metal mais caro do planeta para o lugar do mais barato.
Em termos de comparação, vale pensar que em 1852 (ou seja, antes do surgimento do processo de Héroult/Hall), o quilo do metal era vendido por 1,2 mil dólares. Já no início do século 20, a mesma quantidade não chegava a custar um dólar.
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