sábado, 19 de setembro de 2015

Coríndon é um mineral à base de óxido de alumínio (Al2O3), que representa valor 9 em dureza, na escala de Mohs.

Coríndon é um mineral à base de óxido de alumínio (Al2O3), que representa valor 9 em dureza, na escala de Mohs. Naturalmente transparente e pode ter cores diferentes de acordo com impurezas que estejam incorporadas à sua matriz. Os espécimes translúcidos são usados como joias, o de coloração vermelha é chamado de rubi, ocorrendo outras variações: amarelo, rosa, púrpura, verde e cinzento; o azul é chamado de safira.
A sua Composição química é Trióxido de Alumínio, com 52.9% de Alumínio e 47.1% de Oxigénio.
O nome coríndon tem sua origem na palavra proveniente do tâmil Kurudam (uma das línguas dravídicas faladas no sul da Índia) cujo significado é Rubi. O coríndon foi pela primeira vez identificado na Índia, Cunha (2008), é conhecido desde o início dos tempos, e sua presença sempre foi marcante em todas as civilizações, seja pela utilização como gema ou por seu uso industrial.
É Moçambique o coríndon foi conhecido desde os tempos coloniais portuguesas, Afonso, R.S. et al, (1998) e Lächelt, S. (2004).
Jazigos Minerais Tema: Coríndon Curso de Engenharia Geológica e de Minas Universidade de Wutivi (Unitiva)
Autores: Marta Luísa, Salina Lázaro & Sheila Olga4
2. OBJECTIVOS Para o presente trabalho foi traçado seguintes objectivos:
2.1.Objectivo geral
O presente trabalho tem como objectivo geral estudo do mineral coríndon, no que concerne ao estudo do seu processo de formação/génese, caracterização geológica, a sua aplicação na indústria e seus locais de ocorrência.
2.2.Objectivos específicos Para poder-se alcançar o objectivo geral, foram definidos seguintes objectivos específicos:
Estudar a génese/processos da formação do mineral coríndon;
Caracterizar entremos geológicos os depósitos de coríndon existente em Moçambique;
Debruçar-se da aplicação industrial das gemas do mineral coríndon.
3.METODOLOGIA
Para reedição do presente trabalho baseou-se fundamentalmente na pesquisa bibliográfica, que consistiu na consulta de livros, artigos científicos, monografias e dissertações. Com intuito de puder alcançar os objectivos traçados, e também com a finalidade de enriquecer a compreensão e o conhecimento da matéria em estudo.
4.CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DO MINERAL CORÍNDON
O mineral coríndon pode ser gerado por processos magmáticos e metamórficos. E é um mineral típico das rochas metamórficas, isto é, das que se formam a partir de rochas preexistentes quando submetidas a altas pressões e temperaturas. Também pode ser encontrado em rochas formadas pela consolidação de magmas profundos pobres em sílica.
Também pode ser produzido artificialmente por aquecimento de alumina acima de 450ºC. Pelo processo Verneuil, são produzidas gemas sintéticas, adicionando-se pequenas quantidades de Ferro, Crómio, Vanádio ou Titânio para dar a cor apropriada, Campos (1999).
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Autores: Marta Luísa, Salina Lázaro & Sheila Olga5
Também a sua origem pode estar associada aos eluviões, coluviões e aluviões dos rios, como é o caso de Moçambique e Brasil. No Brasil, com ocorrências no Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, (Cunha, 2008).
4.1.As variedades do mineral coríndon
Das gemas, as variedades mais conhecidas são o rubi de cor vermelha e as safiras, azul carregado (safira propriamente dita), incolor (leucossafira), amarela (topázio oriental), verde (esmeralda oriental), roxa (ametista oriental) ou rósea. O coríndon é a única substância natural de dureza 9, na escala de Mohs.
4.1.1.Rubi
Do ponto de vista químico, o rubi é um óxido de alumínio (Al2O3), com pequenas quantidades de Crómio, em substituição do alumínio, cuja cor é causada principalmente pela presença de Crómio.
4.1.1.1.Génese do rubi
A maioria dos rubis aparece em mármores, rochas metamórficas formadas a temperaturas e pressões muito altas. No entanto, esta pedra não é extraída directamente da rocha mãe em que se forma, mas sim de depósitos de cascalhos e areões aluviais, “pláceres” resultantes da erosão da rocha mãe, é o caso dos rubis extraídos no Distrito de Montepuez,
4.1.1.2.Ocorrência do rubi
O rubi é minerado na África, Ásia e na Austrália. Eles são mais comuns em Myanmar, no Sri Lanka e na Tailândia, porém também são encontrados em Montana e na Carolina do Sul nos Estados Unidos.
4.1.2.Safiras
É uma variedade da forma monocristalina de óxido de alumínio, (Al2O3), um mineral chamado coríndon, com pequenas quantidades de ferro e titânio, em substituição do alumínio.
Pode ser encontrada na natureza sob a forma de gemas ou produzida de forma sintética para uma infinidade de aplicações.
4.1.2.1.Génese da safira
As safiras têm geralmente origem em rochas metamórficas. O tipo de depósito mais comum é o sedimentar, formado por cascalhos e areias aluviais.
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4.1.2.2.Ocorrência
Os depósitos mais conhecidos são as da Sri Lanka, extraordinárias e ainda hoje muito produtivas, justamente consideradas como “cofre” natural. Outros depósitos importantes são as da Birmânia (Myanmar), na região gemífera de Mogok (as safiras de Mogok são muito apreciadas comercialmente), na zona Tailandesa de Chantaburi e as do Cambodja, região de Pailin.
5.OCORRÊNCIA DE CORÍNDON EM MOÇAMBIQUE
5.1.Ocorrência em Moçambique
O coríndon em Moçambique ocorre no Norte de Moçambique, concretamente nas Províncias de Niassa e Cabo Delgado. Três depósitos ocorrem na Província de Niassa e um em Cabo Delgado, no Distrito de Montepuez. Também esse mineral ocorre na Província de Tete, correctamente nos Distritos de Changara, Mutarara e Tsangano.
Afonso e Marques (1998), também indicaram possível ocorrência de coríndon no Revue, Cancheira, Monte Chissindo e os Montes Pandibuè-Congune
5.2.Caracterização geológica dos depósitos de coríndon de Moçambique
5.2.1.Caracterização geológica dos depósitos do Coríndon da Província de Niassa (depósito de Ruambeze, M’sawize e Ngauma)
O mineral coríndon encontrado nos depósitos da Província de Niassa, a sua origem está associado a formações rochosas e nas aluviões dos rios, como é o caso do coríndon que ocorre no Rio Lugenda, que está associado com rochas básicas e calcários cristalinos (skarn) em aluviões que se acumulam em torno desses depósitos.
No depósito de M'sawize, rubi parece estar confinado dentro do Meta-Gabro e Gnaisse Gabroico. E o coríndon (rubi) é extraído a partir de dois tipos de depósitos:
Um de solo rico em rubi aluvionar que é encontrado entre Um à Dois metros de espessura, que corresponde com a meteorização do depósito em rubi no local, e são encontrados em associação com granadas vermelhos;
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No depósito primário, o rubi é encontrado em associação com feldspato branco e uma anfíbola verde-escura, em estreita associação com mica, como ilustra a figura 1, Pardieu, V. et al., (2009).
Figura 1: Foto que ilustra associação de Rubi com feldspato branco (anortite) e anfíbola verde-escura (actinolite). Fonte: Pardieu, V. et al, (2009).
Também pode ser encontrado em diferentes tipos de depósitos como, por exemplo, nos calcários cristalinos, micaxistos e gnaisses, Deer et al,. (1966).
5.2.1.1.Minerais associados
Nestes depósitos da Província de Niassa o mineral coríndon aparece associado com Feldspato branco, Anfíbola verde-escura e com estreita associação com micas. Onde o feldspato branco aparece como anortite, anfíbola verde-escura aparece como actinolite, como mostra a figura anterior.
5.2.1.2.A era das rochas
As rochas que foram encontradas nesses depósitos pertencem ao Complexo de M’sawize, e são da era Neoproterozóico.
5.2.1.3.Métodos de extração
O método extração nesses depósitos é o método de poços ou artesanais, que consiste em abrir uma cova com uma profundidade que varia entre Seis a Sete metros de profundidade, como a finalidade de extrair rocha ou minério, usando equipamentos manuais, como mostra a figura 2.
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Figura 2: Poço de mineração, que ilustra uma pequena galeria que foi escavado na parte inferior do poço. Fonte: Pardieu, V. et al, (2009).
Segundo Pardieu, V. et al, (2009), os depósitos da Província de Niassa, produzem coríndon que varia de cor vermelho-escuro (rubi) e que aparece as vezes alaranjado ou acastanhado, material de qualidade polida que às vezes é adequada para o tratamento de vidro de chumbo, e também com grandes cristais azuis-escuros (safira) com muitas fendas e planos individuais, que é vendido em alguns mercados de Tailândia como material de escultura, como mostra a figura 3.
Figura 3: Foto de variedade de coríndon produzido nas minas da Província de Niassa. Fonte: Pardieu, V. et al, (2009).
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5.2.2.Caracterização geológica do depósito do coríndon da Província de Cabo Delgado, no Distrito de Montepuez (Namahumbire e Namahaca)
O depósito de rubi de Montepuez está localizada na unidade tectónica do Complexo de Montepuez (veja a Figura 4).
Esta unidade é composta principalmente de gnaisse fortemente deformado e quartzito, com algumas lentes de mármore, Boyd et al., (2010).
Figura 4: Mapa geológico da região Norte de Moçambique. O depósito do rubi de Montepuez está localizada no Complexo de Montepuez. Modificado a partir do Mapa geológico de Moçambique, por Boyd (2010). Fonte: Pardieu, V. et al, (2009).
Segundo Boyd et al., (2010), graças as observações de campo, foram capazes de encontrar e estudar um depósito primário em que a rochas hospedeira é composta por anfíbola verde com pequenas lentes ricas em feldspato branco, como ilustra a figura 5 e 6. Boyd et al., (2010).
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Figura 5: As áreas verdes escuras são compostas principalmente de anfibólio enquanto os veios brancos são ricos em feldspato. Os rubis são encontrados principalmente no interior ou nas proximidades dos veios ricos em feldspato. Fonte: Pardieu, V. et al. (2009b).
Figura 6: Vista detalhada dos rubis encontrado no local associado com anfibólio (verde escuro), mica (amarelada) e feldspato (branco) na parede do poço mostrado na foto anterior. É interessante notar que feldspato branco circunda a maioria dos rubis. Fonte: Pardieu, V. et al. (2009b).
Segundo o mesmo autor encontram rubis em dois tipos de depósitos:
1) Alguns foram encontrados associados com cascalhos no depósito aluvial/detrito que cobre o depósito primário. Neste depósito as pedras encontradas no solo perto do leito do rio em Namahaca são diferentes daquelas encontradas em Namahumbire. Pois
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neste depósito obviamente o quartzo e rubi foram transportados pela água, como mostra como mostra a figura 7.
2) Enquanto outros foram encontrados in situ em associação com estes lentes.
Figura 7: Ilustra depósito aluvial/ detrítico, perto do leito do rio em Namahaca. Onde o quartzo e rubi encontrado nesse depósito obviamente foram transportados pela água. Fonte: Pardieu, V. et al, (2009).
Segundo Boyd et al., (2010), ao longo das suas actividades de exploração constatou que os rubis são hospedados por material aluvial, e a base consiste no Complexo de Montepuez, um conjunto de rochas sedimentares metamorfoseadas (Xistos Anfibólicos e Gnaisses) da era Neoproterozóico, que foram intrudidas por Granito, Granodiorito e Tonalito.
5.2.3.1.Minerais associados
O rubi encontrado nesse depósito aparece comumente associado com alguns feldspato esbranquiçado, mica amarelado ou anfíbola esverdeada, como mostra a figura 6.
5.2.3.2.A era das rochas
As rochas encontradas nesse depósito pertencem ao Complexo de Montepuez, e são da era Neoproterozóico.
5.2.3.3.Método de extração no depósito de Montepuez (Namahumbire e Namahaca)
O método de extração nesses depósitos é o método Open cast e do poço. A extração da rocha ou minério é geralmente realizada a céu aberto com o auxílio de retroescavadoras, como mostra a figura 8.
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Figura 8: foto da mina Open cast e alguns equipamentos pesados trabalhando o depósito rubi perto Namahumbire. Fonte: Pardieu, V. et al., (2009c).
O coríndon (rubi) produzido no depósito de Montepuez variam de vermelho levemente arroxeado ao vermelho, como mostra a figura 9. A maioria do material produzido em Montepuez parece ser ligeiramente leitosa ou seda, Pardieu, V. et al., (2009c). As pedras de Montepuez são geralmente mais planas e exibem muito mais inclusões minerais em comparação com as pedras do Niassa.
Figura 9: Foto de rubi produzindo no depósito de Namahumbire e Namahaca. Fonte: Pardieu, V. et al., (2009).


5.3. Principais produtores de gemas do mineral coríndon no mundo
Neste sob capítulo falaremos, basicamente, de alguns países do mundo que produzem as gemas naturais do mineral coríndon (rubi e safira).
Os principais produtores de rubis são na Ásia: Birmânia, Sri Lanka, Tailândia e Cambodja. Em África, no norte da Tanzânia, também encontram-se rubis opacos, mas bem coloridos e de grandes dimensões.
Na Birmânia em Mogok, ela é explorado desde o século XV°. E é sempre no norte da ex- Birmânia (o actual Myanmar), onde se situam os principais centros de produção. Os rubis cristalizados, produzidos nesse depósito são alóctone, que foram transportados pelos rios, que são levados pelos aluviões e depositado na superfície. E rubi nesse depósito é extraído a partir dos poços, Basílio (1999).
Na Tailândia, o rubi é extraído a partir dos poços de Oito à Dez metros de profundidade, em depósito aluvial, constituído por cascalhos argilosos da região de Chanthaburi, ao sudeste de Bangkok, e produzem pedras de cor tendendo para o castanho ou violeta, Epstein et al. (1994).
Na Ilha de Sri Lanka, o rubi é extraído a partir do poço, em depósito aluvionar, nos cascalhos dos rios da região de Ratnapura, no sudoeste da Ilha de Sri Lanka, onde as pedras produzidas nesse depósito são vermelho-claro à vermelho-framboesa. Também a parte superior do rio Umba, na Tanzânia, produzem rubi castanho vermelho,

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