sábado, 26 de setembro de 2015

Exploração de diamantes ameaça Serra da Canastra


Mineração em área de entorno do Parque Nacional da Serra da Canastra pode causar danos irreversíveis ao meio ambiente
Definição de quilombo mudou ao longo do tempo.
Minas Gerais, o estado que surgiu com a exploração do ouro, volta a aparecer no mapa mundial como área de grandes interesses minerários. A descoberta de diamantes no subsolo do município de São Roque de Minas pela gigante do diamante DE BEERS, Consolidated Mines Ltd. empresa sul-africana que comercia cerca de 80% da produção mundial de diamantes e que está na região há mais de 30 anos, tornou-se uma ameaça ao ecossistema da região.

Instalações da DE BEERS
na Serra da Canastra
s
O empreendimento está localizado em área de entorno do Parque Nacional da Serra da Canastra. Criado em 1972, o Parque situa-se no divisor de águas entre as grandes bacias dos rios Paraná e São Francisco, abrigando a nascente deste último; abrange uma superfície de 71.525 hectares repleta de espécies de fauna e flora, entre elas algumas endêmicas da Serra da Canastra, como o pato-mergulhão e 45 novas espécies de plantas recentemente descobertas.
O investimento de milhões de dólares por parte da DE BEERS, além de outras mineradoras de menor porte, deve-se ao fato de terem sido encontradas pela primeira vez nas Américas amostras de uma rocha denominada kimberlito, ou rocha de Kimberley. Resultado de erupções vulcânicas, essa rocha indica a presença de diamantes no subsolo em seu estado mais puro. Este nome foi dado em homenagem à cidade de Kimberley, África do Sul, onde foi encontrada a rocha pela primeira vez no final do século passado. Hoje, após a total destruição do relevo na região, resta uma enorme cratera de aproximadamente um quilômetro de profundidade.
A Sopemi - Pesquisa e Exploração de Minério S/A, subsidiária brasileira da DE BEERS, logo após a descoberta iniciou suas atividades perfurando numerosos buracos, que chegavam a 600
Exploração de diamantes ameaça Serra da Canastra
metros de profundidade. Segundo André Picardi, da ONG SOS Lobo-guará, mesmo possuindo apenas licenças para pesquisa, a DE BEERS já explorou economicamente a jazida, pois extraiu além do limite de 30 mil quilates de diamantes estipulado pela licença. Diamantes estes que saíram do país sem qualquer arrecadação de impostos para a Receita Federal. Devido a esse fato, a licença foi suspensa e no momento as atividades encontram-se paradas à espera de uma licença para lavra. 

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