quinta-feira, 8 de outubro de 2015

COM AVANÇOS E RECUOS



mapapesquisa2014 O Anuário Brasileiro da Mineração traz os principais projetos do setor no País, com dados e informações coletados através de entrevistas com as mineradoras ou de relatórios trimestrais e apresentações a investidores realizadas pelas empresas em 2014. Merecem destaque nesse rol de empreendimentos aqueles voltados à substâncias destinadas à fabricação de fertilizantes e as novas plantas para produção de cimento. Verifica-se também a evolução consistente de projetos de níquel, cobre e zinco, que tiveram cotações em alta neste ano devido às restrições de oferta e a conclusão e continuidade de projetos importantes de minério de ferro, que se encontravam em estágio avançado de desenvolvimento, mesmo com as cotações reduzidas e a retração da demanda chinesa. O mesmo se aplica aos projetos de ouro, ainda que em grau bem menor, dada a suspensão ou abandono de vários projetos de pesquisa mineral diante da indefinição do novo MRM (Marco Regulatório da Mineração).
Alguns estados das regiões Norte, Sudeste e Nordeste do Brasil concentram os projetos para a produção de potássio e fosfato. Entre os mais adiantados estão o da Potássio do Brasil com a Falcon Metals, em Autazes (AM), em licenciamento; da B&A Mineração, – em Bonito (PA), que se prepara para concluir a segunda fase de implantação neste ano; e, em Arraias (TO), o da DuSolo Fertilizers, que deve ser finalizado em 2014 e o da MbAC Fertilizers, em ramp up. Em Minas Gerais, os principais são o da Galvani Mineração, na Serra do Salitre, já com Licença de Instalação; da Kalium Mineração, em Dores do Indaiá, com Portaria de Lavra; o da MbAC Fertilizers, em Araxá, em Estudo de Viabilidade, e o Verde Fertilizantes, em São Gotardo, em Licenciamento Ambiental.No Nordeste há projetos em Sergipe (Aguia Resources, Atlantica Mining, B&A Mineração e Vale), Paraíba (Aguia Resources) e PI (DuSolo Fertilizers), todos em fase de prospecção e sondagem.
Quanto às novas fábricas de cimentos há 11 projetos em curso, com início de operação entre 2014 e 2017. A maior parte deles (5) é da Votorantim Cimentos e localiza-se em Goiás, no Pará, Ceará, Paraíba e Tocantins. Na sequência estão a Cimento Apodi com uma fábrica no Ceará e uma em Sergipe; a Holcim com uma planta em Minas Gerais; a Brennand Cimentos e a CIMPOR (uma unidade cada na Paraíba) e a Cimentos da Bahia (uma na Bahia).
No segmento de minério de ferro, a Vale prossegue na implantação de três projetos: o S11D, com término previsto para 2016 e seu suporte logístico, através do CLN S11D, com otimizações na EFC (Estrada de Ferro Carajás) e no terminal portuário de Ponta da Madeira (MA), realizadas progressivamente até 2018, além de Serra Leste, que pode ser concluído ainda em 2014. Já no Amapá, a Zamin Ferrous está retomando as operações do Sistema Amapá, em Pedra Branca do Amapari.
Em Minas Gerais, o projeto Minas-Rio, da Anglo American, está em comissionamento e também deve ser finalizado este ano, assim como o terminal portuário construído pela mineradora no Porto do Açu (RJ), também concluído. Prosseguem, ainda, os investimentos da Gerdau Açominas nas minas Miguel Burnier, Gongo Soco, Várzea do Lopes e Dom Bosco, da Manabi Holding no projeto Morro do Pilar e da Honbridge e Sul Americana de Metais no projeto Vale do Rio Pardo. A Vale pretende concluir os projetos Conceição Itabiritos II e Vargem Grande Itabiritos neste ano e o Cauê Itabiritos em 2015, quando também passa a operar o Projeto Friáveis, da Usiminas, em Itatiaiuçu. Na Arcellor Mittal, a prioridade, neste ano, foi primarizar a frota móvel da Mina de Andrade, com a aquisição de equipamentos e a construção de uma oficina de manutenção veicular. O único projeto paralisado no estado é o Serra Azul, da MMX, que aguarda a reestruturação da empresa, e o único finalizado até o momento é o P4P (Projeto Quarta Pelotização), da Samarco.
No segmento de ouro, que sofre baixas seguidas neste ano devido à valorização do dólar, um projeto, ao menos, está em fase de ramp up: a reativação da mina subterrânea Palito, em Itaituba (PA), pela Serabi Gold, que deve alcançar sua capacidade plena de produção (24 mil oz/ano) em 2015. Na AngloGold Ashanti, esse horizonte é mais distante, até porque dois projetos foram iniciados em 2013 e outros três em 2014. No primeiro caso estão o aprofundamento da mina Cuiabá, em estudo de pré-viabilidade, e o São Bento Deep, nova mina subterrânea em Santa Bárbara, que se encontra em estudos iniciais. Ambos tem conclusão prevista para 2020. Também em Santa Bárbara, a mineradora desenvolve os estudos conceituais do projeto Pinta Bem, uma mina a céu aberto, que deve operar a partir de 2016, e, em Goiás, estudos de pré-viabilidade para uma mina subterrânea e para a introdução da tecnologia de carvão ativado na planta metalúrgica de Crixás. Já a Carpathian Gold deve alcançar uma produção de 70 mil oz/ano (70% da produção total planejada) na Mineração Riacho dos Machados (MG).
Para a produção de zinco, o principal projeto é o da Votorantim Metais, em Vazante (MG), já com Licença de Operação. Entre os de níquel estão o da Anglo American em São Félix do Xingu (em Licenciamento Ambiental) e da Horizonte Minerals, em Conceição do Araguaia (aguarda a Licença Prévia) e, entre os de cobre, o da Mineração Caraíba, em Tucumã (aguarda a Licença de Instalação), e o Salobo II, da Vale, que será concluído neste ano ainda, todos no Pará.
Devido à eleição presidencial, de governos estaduais e do Distrito Federal (DF), não foi possível entrevistar secretários de estado vinculados à área de mineração, assim como os superintendentes do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), a partir de 5 de julho passado, situação que poderia configurar “publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos”, caracterizando promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, contrariando resolução do Superior Tribunal Eleitoral.

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