sábado, 10 de outubro de 2015

"Coméricio de ouro representa mais da metade da economia da cidade"

"Coméricio de ouro representa mais da metade da economia da cidade"
Imagem ilustrativa
A diversidade do Vale do Rio Tapajós foi um dos grandes responsáveis pela ocupação de Itaituba, que hoje ostenta títulos como Cidade Pepita e Província Mineral. A história de cada morador do município tem uma passagem pelo garimpo, algumas bem-sucedidas, outras nem tanto. Maria de Lourdes Linhares da Silva viveu as duas experiências.
Ainda mocinha, deixou o Maranhão rumo a Itaituba para trabalhar no garimpo, onde o irmão já estava há algum tempo. Não tinha ideia do que era uma mina de extração de ouro. Ao chegar no local, foi encaminhada para uma casa de prostituição. Por sorte, foi resgatada pelo irmão, que queria enviá-la de volta para o Maranhão. 
Mas Maria de Lourdes bateu o pé e encontrou uma forma de ganhar dinheiro: cozinhava, lavava e passava para os garimpeiros. Em troca recebia ouro. “Juntei 150 gramas (de ouro), fui para Manaus, comprei várias mercadorias e comecei a vender no garimpo.” Aos poucos, montou uma loja para atender os trabalhadores. “Com o dinheiro, comprei terra e casa em Itaituba”, conta ela. 
Personagens como Maria de Lourdes estão espalhados por todos os cantos de Itaituba. Nem todos, no entanto, gostam de falar do garimpo. Muitos fizeram do ouro o trampolim para negócios mais sólidos. Viraram donos de empresas de aviões, comércio e restaurantes. Muitos garimpeiros, no entanto, continuam sem dinheiro e sem patrimônio. Reinvestiram tudo na exploração de ouro, sonhando em fazer uma fortuna que até hoje não veio. 
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Na cidade do ouro, as caminhonetes (nacionais e importadas) - sonho de consumo de muitos brasileiros - representam 30% dos automóveis e comerciais leves. Os moradores dizem que muitos não têm  casa própria, mas têm uma caminhonete “traçada” (com tração nas quatro rodas). Uma Hilux 2010, por exemplo, está na casa de R$ 99 mil.

Hoje a mineração e o comércio de ouro representam mais da metade da economia de Itaituba, por  onde circulam entre 4.000 e 8.000 quilos do metal por mês. “Infelizmente, uma parte vem do garimpo ilegal”, afirma o presidente da Associação Nacional do Ouro (Anore), Dirceu Frederico.

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