Como funcionava e ainda funciona o monopólio do Diamond pipe line da De Beers?
De Beers é um conglomerado de empresas envolvido na mineração e comércio dediamantes. De Beers está ativa em todas as categorias da indústria de mineração de diamantes: a céu aberto, no subsolo em larga escala de aluvião, em mar profundo ou em costeira, desde a pesquisa até o varejo. Suas minerações tem lugar em Botswana, Namíbia, África do Sul e Canadá.
A empresa foi fundada por Cecil Rhodes, que foi financiado por Alfred Beit e a Rothschild.1 Em 1927, Ernest Oppenheimer, um imigrante alemão na Grã-Bretanha, que já havia fundado a gigante da mineração Anglo American plc com o financista americano J. P. Morgan, assumiu a companhia. Ele construiu e consolidou o monopólio global da empresa sobre a indústria de diamantes até a sua aposentadoria. Durante este tempo, ele estava envolvido em uma série de controvérsias, incluindo a fixação de preços, defesa de concorrência e uma alegação de não liberar diamantes industriais para o esforço de guerra dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.
A exploração, produção, distribuição e marketing do diamante já eram bastante sofisticados, em sua maior parte, desde o final do século XIX.
O ponto crucial para sua modernização deu-se em 1888, quando foi fundada a De Beers Consolidated Mines Ltd. A partir daquele ano e durante mais de um século, este conglomerado deteve praticamente o monopólio da comercialização de diamantes, adquirindo cerca de 80% da produção mundial de bruto através de uma espécie de cooperativa, denominada Central Selling Organization (CSO), aberta em 1916.
Na prática, a De Beers funcionava custodiando estoques reguladores, mantendo assim o equilíbrio entre oferta e demanda, de modo que os preços permanecessem relativamente estáveis.
Depois de serem adquiridos pela CSO, renomeada Diamond Trading Company (DTC) em 2000, os diamantes brutos de diferentes procedências são misturados, classificados por tamanho e qualidade, avaliados e, finalmente, vendidos a um seleto grupo de empresas ou negociantes, denominados sightholders, que são convidados a adquirir os lotes pré-selecionados contra pagamento imediato.
Há 10 oportunidades de compra por ano, denominadas vistas (sights), cada qual com duração de uma semana, em Londres, Lucerna (Suíça) e Kimberley (África do Sul). De acordo com o atual contrato, firmado para o período de 2008 a 2011, o número de negociantes escolhidos foi reduzido a apenas 79 em todo o mundo.
De posse dos sightholders, a maioria da produção destina-se, seja qual for a rota, a um dos 5 maiores centros de lapidação: Mumbai (Índia), Antuérpia (Bélgica), Tel Aviv(Israel), Johanesburgo (África do Sul) ou Nova York (EUA).
Os diamantes lapidados fazem uma última parada, antes de sua longa jornada para as joalherias, nas bolsas de diamante, nas quais há também severas regras de filiação e conduta.
A grosso modo e não sem alguns percalços, tudo funcionou mais ou menos assim durante mais de cem anos, até que uma conjunção de fatores políticos, econômicos e sociais alterasse por completo o panorama mundial do diamante a partir do início dos anos 90.
O principal fator que contribuiu para estas mudanças foi o influxo, a partir de 1991, de diamantes provenientes de um número bem mais diversificado de fontes que as até então habituais.
O colapso da União Soviética em 1991 e o decorrente anseio por se desfazer de parte do seu estoque de bruto através da cooperativa Alrosa, de controle majoritário da República Semi-Autônoma de Yakutia (Sakha), localizada no extremo norte da Federação Russa; a decisão de não escoar exclusivamente através da De Beers a enorme produção da mina australiana de Argyle a partir de 1996; e a impossibilidade da De Beers deter o controle majoritário da significativa produção canadense, que teve início em 1999, levaram a uma total restruturação no mercado mundial.
Diante deste novo cenário, em julho de 2000 a De Beers percebeu que teria de modificar sua estrutura para se adaptar ao novo sistema de distribuição ramificado emergente e anunciou formalmente ter cessado seus esforços para seguir controlando o suprimento mundial. Já no ano seguinte, detinha “apenas” cerca de 57 % da produção, contra os históricos aproximadamente 80%.Os diamantes do Brasil, e as minas, nem sequer foram mapeadas ou seja, só 2% do diamante no Brasil foram vendidos, e suas minas como Diamantina -MG tem uma reserva de Toneladas de diamantes a serem minerados, e 98% do Brasil está totalmente sem pesquisas no caso do Kimberlito/reservas diamantíferas, em resumo bilhões de dólares adormecidos.
Em vista disso, o mercado tem se tornado significantemente mais competitivo e diversificado, com a participação de um maior número de companhias mineradoras e governos, o que deverá gerar uma maior volatilização dos preços, no que parece ser uma fase de transição para uma possível 'comoditização' do diamante.
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