Ferrosos ou metais básicos?
No período a maioria das commodities caíram (veja o gráfico).
O fenômeno afugentou os investimentos e reduziu significativamente o valor de mercado da maioria das mineradoras.
Os maiores impactos foram sentidos pelas mineradoras de minério de ferro, muitas das quais tiveram que fechar as portas. Minas e projetos foram paralisados. A maioria, possivelmente, não voltará a operar tão cedo.
Algumas mineradoras, que haviam apostado em várias commodities para se proteger de crises como esta, viram horrorizadas os preços do minério de ferro e dos metais básicos (cobre e níquel) serem reduzidos ao longo de cinco anos de queda quase ininterrupta.
O gráfico mostra que os principais metais básicos da indústria, o cobre e o níquel, também caíram quase tanto quanto o minério de ferro.
Estas quedas afetaram sobremaneira a Vale, que é a maior produtora de minério de ferro e uma das maiores de níquel. A empresa viu o seu valor de mercado derreter como um sorvete no asfalto de 40 graus. Em cinco anos ela perdeu 88% do seu valor de mercado tirando o sono, e o dinheiro, de milhares de investidores ao redor do mundo.
Um desastre.
O mesmo cenário atingiu, também, a maioria das mineradoras, algumas das quais mergulharam em dívidas apostando em uma recuperação que nunca veio. É o caso da Glencore que hoje luta para não desaparecer.
A surpresa veio de onde ninguém esperava. O zinco é o metal básico que quase não perdeu valor ao longo de cinco anos.
Esta estabilidade deve-se a depleção das minas e a ausência de descobertas de jazimentos importantes nos últimos anos.
A última grande fase de pesquisa foi nas décadas de 70 e 80, quando o mundo da exploração mineral se voltou, quase que exclusivamente, para a busca dos metais básicos.
Hoje, três a quatro décadas depois, as jazidas que antes sustentavam as economias, começam a se exaurir.
Algumas minas como Perseverance e Brunswick que produziam juntas mais de 335.000t fecharam.
Outras estão quase fechando.
É o caso de Century, um mega jazimento de zinco na Austrália que deverá reduzir a sua produção em 31% em 2015. O mesmo fenômeno ocorre com inúmeras jazidas de chumbo e zinco ao redor do mundo.
Somente em 2014 o mercado de zinco mundial teve um déficit de 309.000 toneladas de zinco. A tendência é que esse déficit se agrave e que, em consequência, os preços escalem.
Quem sabe o zinco não seja o metal que vai iniciar um novo ciclo de pesquisa mineral de nível mundial?
Afinal, um dia desses o período de quedas deve acabar e um novo superciclo de commodities vai comandar, mais uma vez, o mundo mineral.
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