PEDRAS PRECIOSAS NO ESPÍRITO SANTO
Quando se fala em pedras preciosas e ouro, vem logo à mente Minas Gerais, Bahia, Goiás e Pará. Mas, saibam: o Estado do Espírito Santo já foi produtor das seguintes gemas: águas-marinhas, ametistas, crisólita, andaluzita, crisoberilo olho de gato, topázio azul e incolor, morganita, granada, brasialianita, fluorita; quartzos róseos, citrino, fumê e o hialino. Ainda outras gemas, embora raras, neste Estado, são mencionadas turmalina, calcita, almandina, especularita e pirita; e ouro também.
A descoberta da grande jazida de águas-marinhas, ocorrida, em 1941, na Pedra da Onça – pedreira situada no limite dos municípios de Santa Teresa e de Itarana. Essa jazida foi lavrada sem quaisquer registros e pela maioria de garimpeiros improvisados por agricultores, comerciantes e profissionais liberais.
Num artigo abordando o fato, o jornal “A Tribuna”, na edição de domingo, dia 18 de janeiro, estampou artigo “SERRA PELADA NO ESPÍRITO SANTO”, tomado por base no livro de minha autoria “A Pedra da Onça – Jazidas, lavras e garimpos no Espírito Santo. Nessa reportagem concedi entrevista como quem teve a denominação de “pesquisador”. O evento ocorrido em 1941 manteve na região de Itarana e municípios limítrofes um aguçado interesse pelos garimpos e, como conseqüência, houve descoberta de jazidas de gemas diversas e a sensação psicológica influenciou gerações, tornando a garimpagem uma atividade sistematicamente adotada por produtores rurais e raros tornados profissionais devidamente registrados, condição tornada obrigatória para comercializarem seus produtos nos pólos de comercialização sediados nas cidades mineiras de Governador Valadares e Teófilo Otoni, além do Rio de Janeiro, na época Capital da República. A jazida da Pedra da Onça, explorada pela população de Itarana (na época essa localidade se chamava Vila da Figueira de Santa Joana, mais tarde e por força da fama do garimpo, tomou o nome de Itarana, que na língua indígena significa realmente Pedra da Onça, assim: ITA=PEDRA, RANA=ONÇA, de um tipo de onça que dizem ser comum na região – a temida SUSSUARANA).
A produção teria alcançado em torno de duas toneladas das mais puras águas-marinhas, algumas toneladas de puríssimo quartzo de rocha. Alguns dos exploradores de tal lavra comercializaram seus produtos a preços vis, entregando-os a atravessadores intermediários.
Pessoas da localidade estimam que ao todo a Pedra da Onça teria recebido cerca de três mil, dentre trabalhadores, curiosos e comerciantes de gemas vindos de fora. Hoje pode ser constatado que a riqueza não produziu senão para alguns a aquisição de propriedades rurais, enquanto que outros adquiriam bens incomuns, como foi o caso de um que teria adquirido um navio para ser utilizado na exportação do famoso jacarandá, e ainda outro teria perdido altas somas em jogatinas nas quais era viciado.
Muitas jazidas foram descobertas no século passado e sempre exploradas desordenadamente por garimpeiros vindos dos estados vizinhos e por pessoas tornadas garimpeiros casualmente. As formações geológicas do Estado do Espírito Santo aonde afloram aqui e ali blocos de quartzo amorfo, micas, caulim, óxido de ferro cristalizado no formato octaédrico, grandes blocos de feldspato e pegmatitos disseminados pelos rochedos de praticamente todo o Estado, me permite concluir que ainda há neste subsolo depósitos de gemas valiosas.
Visualizados e obtidas informações verbais, constata-se a presença de gemas em praticamente todos os municípios do Espírito Santo e, naquelas em que não se produziu esses minerais, os indícios estão presentes.
Concluindo, afirmo que a riqueza oriunda de pedras preciosas gera disputas, ambição desenfreada e até desafetos. Esses garimpos explorados à margem da legalidade, trazem, também prejuízos ao meio ambiente.
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