domingo, 29 de novembro de 2015

O Jade

O Jade


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O jade, muito apreciado pelos orientais, que se tornaram mestres na arte de esculpir peças de adorno e de adoração, é na realidade uma designação que se refere a dois minerais com propriedades semelhantes. Conheça algumas das suas características.
Jade é um termo gemológico para designar dois minerais, a Jadeíte (uma piroxena) e a Nefrite (uma anfíbola), que se assemelham nas suas características e na utilização. A jadeíte é um silicato de alumínio e sódio e a nefrite um silicato de magnésio e cálcio, com algum ferro a substituir o cálcio. Ambas são constituídas por agregados microcristalinos com uma estrutura entrelaçada, que lhes confere uma grande tenacidade (resistência), apropriada para a arte de gravar ou esculpir. Ocorrem em rochas metamórficas(1) e podem ser encontradas em depósitos aluviais, como seixos arredondados.
A nefrite é conhecida desde o Neolítico e a jadeíte desde o final do séc. XVIII; ambas foram, e são, utilizadas para a escultura de muitos objectos sagrados, de adorno e de ornamento. Desde os tempos mais antigos que os chineses admiram muito estes dois minerais, designando-os por yu, “a coisa mais apreciada”. 
 
A nefrite e a jadeíte eram usadas para ajudar a curar doenças renais: nefrite vem do grego nephrós, que significava “rim”; a jadeíte vem da palavra “jade”, que por sua vez provém do castelhano antigo hijada, palavra que indicava a região renal.
Estes dois minerais podem ser de translúcidos a opacos e possuem um brilho gorduroso ou ceroso e vítreo, se polidos mecanicamente (menos apreciado). As peças mais apreciadas eram trabalhadas de forma a ficarem translúcidas, em certo grau, e sujeitas a um polimento suave. Os objectos em tons de branco-creme e verde-pálido foram muito desejados, mas ao longo dos tempos também outras cores de jade tiveram lugar nas preferências de quem o admira. É provável que o tipo de material disponível em cada época se relacione com a evolução das predilecções ao longo dos tempos.
O material que esteve sujeito à meteorização, como seixos de rios, pode apresentar uma capa de alteração acastanhada ou esbranquiçada. Nalgumas peças chinesas, do período Ming, estas zonas foram deixadas, aproveitando-as de modo a provocar nuances de cores às peças esculpidas. As peças pré-históricas que estiveram durante muito tempo enterradas podem, também, apresentar cores de alteração amareladas, rosadas ou verde-acastanhadas devido ao ambiente a que estiveram sujeitas. 
 
Khotan e Yarkand, no deserto de Taklamakan, foram os locais mais importantes de proveniência do jade na China. Apesar da distância, estes locais faziam parte das rotas comerciais na Ásia Central. Pensa-se que, desde sempre, mesmo na pré-história, as ferramentas e os objectos feitos de jade teriam já uma utilização importante (cerimonial ou religiosa). As peças deste material na China (objectos de veneração aos deuses, amuletos, peças de ornamento, de adorno pessoal, objectos que representam poder político e prestígio social, etc.) e a sua relação com as sucessivas dinastias, revelam-nos a História do seu povo através dos tempos.

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