Mina do Boi Morto é uma das mais famosas do mundo
Garimpo fica localizado em Pedro II, cidade onde acontece o Festival de Inverno
Uma das minas de opala mais famosas do mundo fica localizada em Pedro II, cidade localizada a 195 quilômetros ao norte de Teresina, onde até domingo (26) acontece o Festival de Inverno, evento que já faz parte do calendário de grandes iniciativas realizadas no Piauí.Segundo histórias de moradores da região, a Mina do Boi Morto recebeu essa denominação porque no local um boi muito valente foi morto por um sertanejo. A morte do animal gerou muita confusão e fez com que o local da mina passasse a ser conhecido como Boi Morto.A exploração da opala no Boi Morto iniciou ainda nos anos 60 e em 2005 foi iniciado o trabalho de recuperação da mina, que se encontrava bastante degradada devido à ação de estrangeiros, que vieram para Pedro II para extrair a opala, pedra preciosa que só é encontrada na cidade e na Austrália.“Quando começamos o trabalho na Mina do Boi Morto detectamos que ali existiam mais de 10 milhões de m³ de rejeito. Para diminuir esse grande passivo ambiental, realizamos um estudo para a produção de tijolo ecológico, que seria prensado, respeitando as questões ambientais e hídricas”, conta o engenheiro Marcelo Morais, coordenador do Arranjo Produtivo Local, APL, da Opala.Ainda segundo Morais, através de projeto financiado pelo Banco do Nordeste e pela Obra Kolping será adquirida uma usina para processamento de tijolos, com capacidade de produção de três mil unidades diárias.A Mina do Boi Morto envolve o trabalho de quinze garimpeiros, que tiram do rejeito da opala o seu sustento. “São com os cascalhos da opala que as joalherias fabricam os mosaicos, valorizados pela beleza e criatividade. Essas peças podem ser encontradas em várias joalherias de Pedro II, segmento que cresceu bastante na cidade. Em 2005, eram apenas cinco lojas do setor. Atualmente, Pedro II já tem mais de cinqüenta joalherias, que produzem mais de quatrocentos quilos de jóia anualmente” informa o engenheiro.Cícero Nascimento é um dos profissionais que atuam na Mina do Boi Morto. “Garimpo há três anos. São seis meses aqui e seis na roça, porque a garimpagem só é possível no verão. Com a atividade incremento a renda da minha família com mais de R$ 500. Dedico cerca de seis horas do meu dia ao garimpo”, conta Nascimento.O garimpeiro Antônio Ferreira Nascimento, mais conhecido como Marola, é mais antigo na atividade. “Tenho 49 anos, dos quais mais de trinta são dedicados ao garimpo. Antes trabalhávamos aleatoriamente. Hoje, a atividade está mais organizada. O grande gargalo é a falta de profissionais para atuar nas minas. Precisamos incentivar os jovens a investirem na atividade, porque senão daqui há quinze anos o garimpo corre o risco de parar, pois a média de idade dos garimpeiros é de 40 anos, o que é considerado muito alta”, informa.Marola conta ainda como foi descoberta a primeira opala no Boi Morto. “Um nativo da região ao fazer a capina encontrou uma pedra que chamou a sua atenção pelo brilho e colorido. Uma amostra foi levada ao Rio de Janeiro por um coronel para análise e lá detectaram a existência de opala no Piauí”, destaca o garimpeiro.Além da mina do Boi Morto, Pedro II possui outras dezenove áreas onde é realizada a extração da opala.Uma oportunidade para quem quer ganhar muito dinheiro.
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