domingo, 27 de dezembro de 2015

O risco Brasil afasta os investidores da mineração

O risco Brasil afasta os investidores da mineração






Os últimos anos foram muito difíceis para os mineradores.

Apesar de terem investido bilhões em gigantescos projetos, uma grande parte deles teve que lidar com incertezas econômicas e políticas de caráter regional que tornaram o risco da mineração insuportável.

Um risco que caracteriza os países de elevada toxidade à mineração.

Os grandes mineradores, em um efeito manada, fogem destes países, onde tentam vender os seus ativos procurando locais mais sérios e estáveis.

O Brasil de hoje é um destes países de alta toxidade aos investimentos minerais.

Conquistamos este estigma pela nossa legislação mineral dúbia, por um elevado sentimento antimineração, pela falta de estabilidade política, inflação assustadora, rebaixamento ao nível de mau pagador e pelas incertezas legais criadas por um Governo que abandonou a mineração há mais de cinco anos.

Todo o trabalho de décadas, para atrair investidores e mostrar que o Brasil era seguro, foi lançado na sarjeta pelo descaso desta gestão incompetente.

Infelizmente não basta ter uma geologia fantástica e atraente. É preciso ser estável.

Este mesmo dilema está fazendo com que a Newmont, um gigante da mineração, tente vender os seus ativos de cobre na Indonésia. O mesmo ocorre com a Barrick que viu um dos seus maiores jazimentos, o Pascua-Lama, ser paralisado pelo governo chileno e pela população local que luta contra a mineração.

O sentimento antimineração latino americano afugenta mineradores dos países andinos, antes considerados atrativos.

A mineração está sendo espancada na África e até na África do Sul, um modelo de estabilidade que atraiu bilhões nas décadas passadas. Hoje a África do Sul enterra grandes mineradoras de ouro e platina em um clima hostil recheado de intermináveis greves e conflitos sociais.

Mineradores como a Kinross fogem da instabilidade política da Rússia.

Todos procuram investir em países estáveis como o Canadá, Austrália e os Estados Unidos.

São os paraísos de estabilidade que podem ter custos mais elevados, mas riscos políticos quase inexistentes.

A Austrália se destaca no mundo caótico antimineral.

O país, que abriga uma economia impulsionada quase que exclusivamente pela mineração, agradece a nossa incompetência.

A mineração, que aqui é execrada, tornou a Austrália no melhor país do mundo, com um IDH extraordinário de 0,935 e um PIB previsto de 3% nos próximos anos, mesmo quando no meio de uma crise de commodities.

Quando iremos aprender?

Nenhum comentário:

Postar um comentário