sábado, 12 de dezembro de 2015

Samarco, Vale e BHP se esquivam, mas justiça aperta o cerco

Samarco, Vale e BHP se esquivam, mas justiça aperta o cerco






Chega ser surreal a tentativa das mineradoras Vale e BHP que tentam, de todas as formas, se esquivarem das suas responsabilidades no desastre de Mariana.

Vale e BHP são as donas da Samarco com 50% cada.

Tudo leva a crer que os volumes de rejeito, que estavam sendo lançados nas barragens da Samarco, estavam bem acima do planejado e aprovado pelo DNPM e pelos órgãos ambientais aumentando consideravelmente o risco de rompimentos..

Em nota a Vale afirma que não se considera responsável, mesmo sendo dona da Samarco e mesmo lançando rejeitos de outras minas, como a Mina de Alegria, de sua propriedade, na barragem do Fundão.

Segundo o Ministério Público 28% dos rejeitos da Mina de Alegria eram lançados nas barragens da Samarco sem que o DNPM e os órgãos ambientais soubessem.

Segundo a Vale a responsabilidade cabe única e exclusivamente à Samarco que gerenciava a operação. A mineradora diz, também, que o Ministério Público se precipitou já que as causas do desastre “ainda não foram esclarecidas”...

Estas causas certamente passam pela ausência do DNPM e seus funcionários nesta equação assim como pelo erro de cálculo da Samarco quanto a real estabilidade de suas barragens em um cenário de produção elevada.

Vai ficar muito difícil para a Samarco explicar por que ela não tinha instalado várias barragens de contenção destinadas exclusivamente a frear um fluxo de lama de altíssima energia, no caso de um rompimento. A necessidade dessas barragens de contenção aumenta à medida que consideramos, que entre as barragens de rejeito e a Vila de Bento Rodrigues existe uma diferença de nível gigantesca, de 189 metros, que transformaria qualquer fluxo de lama em um tsunami mortal.

A necessidade dessas barragens de contenção, que poderiam ter evitado o maior desastre ambiental do país, até hoje ainda não é discutida pelas autoridades ou pela Samarco.

A mesma Samarco que também não havia instalado um sistema de alarme em Bento Rodrigues, no caminho do tsunami de lama, que teria salvado vidas e propriedade.

Um sistema de alarme que o infeliz executivo da Samarco afirmou não ser necessário, já que a comunidade “não havia solicitado”. Um sistema que, somente agora, depois da catástrofe, foi instalado.

A verdade é que será muito complicado isentar a Samarco e suas donas das responsabilidades deste gigantesco desastre.

Enquanto as mineradoras se esquivam de pagamentos e das suas responsabilidades, os processos contra elas se acumulam.

Estima-se que possam ultrapassar os 50 bilhões de reais.

Ontem o MP de Minas entrou com um novo recurso a favor dos prejudicados pela Samarco que recebem, no momento, irrisórias quantias a título de manutenção.

Uma vergonha que mancha a imagem de mineradoras consideradas, até então, modelos. 

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