Turismo Mineral: gemas de Minas atraem turistas de todo o mundo
A história de Minas Gerais tem início com a procura pelas riquezas minerais no estado. Os registros das primeiras descobertas de gemas no Estado de Minas Gerais datam de 1554, quando ocorreram as primeiras Entradas e Bandeiras que percorreram o interior do Brasil em busca de ouro e outras riquezas. Hoje o estado é conhecido internacionalmente pelo subsolo rico em minerais, gemológicos e amostras raras para coleção, sendo o principal produtor de ouro, gemas coradas e diamantes do Brasil. Todas estas características fazem com que o turismo mineral tenha uma grande procura, principalmente pelo mercado internacional.
Os principais pólos mineradores são os municípios de Ouro Preto, Itabira, Guanhães, Governador Valadares, Teófilo Otoni, Araçuaí, Diamantina e Corinto, onde é possível acompanhar uma série de atrativos ligados a atividade mineradora, além de promover o acesso e a comercialização das gemas e minerais produzidos no estado.
Além do ouro, as principais pedras preciosas encontradas no estado são a esmeralda, a água-marinha, topázios, o diamante, a turmalina, a alexandrita, o crisoberilo, o heliodoro, a morganita, o olho-de-gato, a kunzita, a andaluzita, a granada, a ametista e o citrino. O estado ainda tem a produção de gemas exclusivas encontradas na região, como o topázio imperial, que tem sua extração no município de Ouro Preto.
A grande quantidade de gemas produzidas no estado, alinhado aos atrativos culturais e naturais presentes nas principais regiões, formam um grande produto turístico, e que é comercializado pela D’Minas Turismo. Fatores históricos, geológicos, geográficos, sociais integrados formam um roteiro temático que disponibiliza para os turistas momentos de conhecimento cultural, vivências e compras.
Ouro Preto e Mariana
Uma das cidades em que a mineração está mais evidente na sua história e no cotidiano do seu povo é Ouro Preto e Mariana. E toda a atividade turística está ligada ao turismo mineral e comercialização de gemas.
A estruturação turística também coloca a disposição dos turistas grandes atrativos. Um exemplo é o Museu de Ciência e Técnica, cujo acervo mineralógico é um dos maiores da América Latina e a Casa dos Contos, edificação por onde passava todo o ouro produzido na região para a cobrança do quinto. O garimpo de topázio imperial de Antonio Pereira, ainda em funcionamento e explorado com técnicas totalmente artesanais recebe um expressivo fluxo de turistas e tem pavimentação asfáltica até sua entrada.
Mariana também é uma boa opção para visitação, a primeira cidade e capital de Minas Gerais tem além do seu conjunto arquitetônico a única mina de ouro aberta a visitação turística do Brasil, a antiga Mina de Ouro de Passagem.
Itabira e Nova Era
A região de Itabira e Nova Era tem grande importância na produção mineral do estado, pois a região é uma das principais produtoras de esmeraldas do mundo além das históricas e impressionantes minerações de ferro do Quadrilátero Ferrífero. Além da esmeralda e do ferro, ainda se encontra nos arredores a alexandrita, gema cuja raridade e preço são impressionantes. O Brasil é o principal produtor desta gema, com pouquíssimos exemplares que chegam ao comércio.
Na região é possível visitar as áreas de garimpagem de esmeralda (Capoeirana) e a compra de amostras.
Guanhães e arredores
Nos arredores de Guanhães, Santa Maria do Itabira, Ferros e Sabinópolis encontram- se inúmeros garimpos e minerações de água- marinha e outras gemas da família do berilo, ligados à presença de múltiplos corpos pegmatíticos (rochas especiais ricas em minerais raros). A água- marinha é uma das gemas símbolo do Brasil no mercado internacional e sua produção é quase que totalmente artesanal, com poucas pessoas trabalhando em pequenas lavras.
Apesar de não ter uma infra-estrutura turística, a região recebe a freqüentemente visitação turístico-científica organizada por universidades, congressos e instituições de pesquisa do Brasil e de países da Europa.
Governador Valadares, Teófilo Otoni e Vale do Jequitinhonha
A região que reúne os municípios de Governador Valadares, Teófilo Otoni, Padre Paraíso e Araçuaí é hoje reconhecida como uma referência para o turismo mineral e também para quem comprar uma variedade de gemas. Espécimes de coleção na forma bruta com alguns centímetros de altura chegam a alcançar preços de vários milhares de dólares, e atraem muitos turistas.
Na grande região de Governador Valadares (Galiléia, Conselheiro Pena, Barra do Cuité, Divino das Laranjeiras) são produzidas quase todas as variedades de gemas: turmalinas, granadas, água-marinhas, brasilianitas e outros minerais raros. Recentemente um estudo avançado de mineralogia apresentou nove espécies novas de minerais descobertas no Brasil e destas, seis são provenientes desta região. São elas a coutinhoíta, a lindbergita, a atencioíta, a matioliíta, a arrojadita e a ruifrancoíta.
A cidade de Governador Valadares mantém ainda um dos grandes eventos da área, a Brazil Gem Show que apresenta stands com impressionante variedade mineral e reflete a riqueza econômica e cultural deste segmento.
Em Teófilo Otoni, encontra- se a Gems Export Association (GEA) que representa a indústria e os comerciantes e organiza a Feira Internacional de Pedras Preciosas (FIPP), realizada anualmente e que atrai grande número de expositores e forte visitação internacional. O evento entrou para o circuito dos consumidores mundiais de gemas e minerais raros. É o evento mais importante turisticamente para toda a região do Vale do Mucuri e um dos mais importantes do Brasil para o setor.
A produção, beneficiamento, comércio e exportação de gemas em Teófilo Otoni fazem deste município a capital das gemas na América do Sul e coloca toda a região entre as maiores províncias gemológicas do mundo.
Em Araçuaí e no Vale do Jequitinhonha também é possível apreciar a produção de pedras preciosas. A região é grande produtora de kunzitas, hiddenitas, andaluzitas e petalitas, além das turmalinas, topázios-azuis e berilos.
Diamantina e Serro
A região da Serra do Espinhaço e sua geologia de beleza cênica incomparável tiveram uma grande importância para a história do Brasil Colônia. Assim como Ouro Preto e Mariana a história destas cidades sempre esteve ligada a exploração mineral e principalmente a produção de diamantes.
Durante cerca de 140 anos (s éculos XVIII e XIX) o Brasil foi o maior produtor do mundo de diamantes, fornecendo material para a maior parte das jóias da realeza européia nesta época.
Em Diamantina, um dos cartões postais da cidade tem uma importância para a história da geologia do Espinhaço. Trata-se da famosa Casa da Glória, que foi transformada em Centro de Estudos que recebe estudantes e pesquisadores do Brasil e do exterior, além de apresentar para os turistas a história do diamante.
Na cidade ainda é possível conhecer o Museu do Diamante, com peças raras ligadas ao período áureo e a mais antiga joalheria do Brasil, a Joalheria Pádua de 1883.
Corinto e Curvelo
A região de Corinto e Curvelo, entre outras localidades no entorno, apresenta uma intensa produção de quartzo e inúmeras oficinas de lapidação artesanal, um atrativo a parte para os visitantes. Na região ocorre também a feira anual de minerais (Feira de Curvelo) onde é possível ter acesso a amostras do mineral.
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