Diamantes do rio Borrachudo, bacia do São Francisco (Tiros, MG): aspectos morfológicos e de dissolução.
Uma população representativa de diamantes do rio Borrachudo (114 cristais) é pela primeira vez descrita quanto às suas características físicas, envolvendo peso, morfologia, figuras de dissolução e abrasão. A maioria das amostras possui peso reduzido (~51% inferior a 0,30 ct) e apenas ~3,5% acima de 3,0 ct. No entanto, em relação ao peso total, ~47% concentra-se na faixa de peso acima de 3 ct, sendo observados, ainda, diamantes com dezenas de quilates. As formas cristalográficas mais comuns são oriundas da dissolução da forma original octaédrica, embora formas irregulares como chips e flats também ocorram. Os diamantes apresentam diferenciações quanto às suas formas em relação às faixas de peso; os com até 0,30 ct mostram-se em formas variadas; entre 0,31 a 1 ct ocorrem formas octaédricas e suas descendentes; e, nas amostras maiores que 1 ct, predominam os chips e flats. O habitus geral dos cristais, identificado pelas formas tetraedróides finais, chips e flats, juntamente com as figuras de dissolução, indicam que os diamantes sofreram uma forte dissolução no ambiente magmático. No estágio final do processo, são, ainda, observadas figuras de corrosão como hillocks residuais e buracos. O estudo da abrasão fluvial indica que o transporte não foi expressivo para causar desgaste mecânico, logo cerca de 97% não apresenta sinais abrasivos. Este fato sugere uma fonte proximal para a maioria desses diamantes.
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