sexta-feira, 11 de março de 2016

OXIGÊNIO: O GRANDE VILÃO

OXIGÊNIO:
O GRANDE VILÃO

Prata não oxida, reage com o enxofre, o que enegrece consideravelmente a peça. Então... e o oxigênio?
Ele continua sendo o grande vilão das ligas de prata!
A prata absorve muito oxigênio quando líquida, e essa é a principal causa de bolhas no material. Ao esfriar, nem todo o gás absorvido é devolvido ao ambiente e a parte dele permanece no interior da liga. Quando há recozimento, essas bolhas chegam à superfície causando uma série de transtornos.
O cobre oxida, e a prata é ligada com cobre. O oxigênio absorvido pela prata liquefeita une-se ao cobre formando o óxido de cobre, estável em seu estado sólido. Não solúvel na liga, o óxido (Cu2O) se transforma em pequenas inclusões em forma de cristais pontiagudos. As inclusões se espalham comprometendo a plasticidade da liga e causando problemas de acabamento.  Os cristalitos de óxido de cobre são arrancados durante o polimento; isto fica evidente com o aparecimento de  vários riscos. Esse problema é muito desagradável, pois se evidencia em peças quase prontas e não há o que se possa fazer - quanto mais o material é polido, pior fica!
Durante o recozimento, o cobre também sofre oxidação, nesse caso na superfície da liga, e eis que surge a indesejada mancha azul (fantasma).
Como minimizar o problema quando não se tem acesso a uma fundição à vácuo?

Com carbono (C), fácil assim! Ele se apresenta em forma de carvão, grafite e diamante, mas ficaremos com as duas primeiras. Quando for fundir uma liga de prata com cobre*, dê preferência a cadinhos de grafite ou utilize um lápis (ou lápis integral) para dar umas mexidas na prata. Descasque o lápis de modo a deixar um pedaço de ponta de grafite grande o suficiente para não queimar a madeira. O grafite absorverá parte do oxigênio da liga.
Quando recozer ou soldar, faça-o sobre um pedaço de carvão. Além de absorver oxigênio, o carvão irradia calor, reduzindo o tempo de exposição às altas temperaturas e de trabalho.

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