domingo, 17 de abril de 2016

GARIMPOS DO TAPAJÓS

GARIMPOS DO TAPAJÓS

A Província Aurífera do Tapajós inserida na Reserva Garimpeira do Tapajós, criada através de Portaria Interministerial nº 882, de 25 de julho de 1983, com publicação no Diário Oficial da União em 28 de Julho de 1983, ocupa uma superfície de aproximadamente 250.000 km².
As jazidas de ouro localizadas nessa região, distribuem-se ao longo da intensa rede de drenagem tributária do Rio Tapajós, mencionando-se entre os mais importantes cursos d’água, os rios Jamanxim, Tocantins, Crepori, Creporizinho, Marupá, Novo, Surubim, Tropas, Mutum e Pacu. Os Rios Parauari, Amana e seus tributários, já pertencem a bacia do Rio Amazonas.  
Por longas décadas o sonho de “Bamburrar” (fazer fortuna) acalentou o sonho de milhares de garimpeiros. É a história comum na vida dos homens que abandonaram e até hoje, abandonam suas famílias, para buscarem na floresta Amazônica o mais cobiçado dos metais: o ouro. Muitos acabaram nunca saindo dos garimpos, e nem tão pouco enriqueceram, padeceram na própria floresta, abatidos pela malária, violência e/ou pelas dificuldades de se viver sem a mínima infraestrutura. O resultado deste componente são histórias de abandono, violência, o aumento dos surtos de malária e a crescente contaminação por mercúrio. 
        
                                                             Pista do Sudário - Rio Marupá

Os Precursores da Garimpagem na Região
Em 1958 os irmãos Nilson e Edson Pinheiro, descobriram a primeira jazida de ouro no Tapajós, denominada “Grota Rica das Tropas” localizada a poucos quilômetros a montante da foz do Rio das Tropas, tributário da  margem direita do Rio Tapajós. Essa área chegou a produzir toneladas de ouro, tipo pepita.  Posteriormente vieram os Irmãos Sudários precursores da garimpagem na região do Rio Marupá. Os Irmãos Uchoa (Wilson, Walter e Weimar) criaram diversos garimpos na região do Rio Amana, inclusive o garimpo do Porquinho. O José Cândido de Araújo, o Popular Zé Arara – um dos maiores produtores e compradores de ouro de toda a região dominou por muitos anos a Região do Garimpo do Patrocínio no Rio Surubim, que posteriormente vendeu parte do Garimpo ao Ruy Barbosa de Mendonça.
A descoberta do ouro no Rio Teles Pires aconteceu em 1978 com a decadência dos garimpos de Peixoto de Azevedo. A febre do ouro fez com que durante o auge da extração em 1989, o município de Apiacás chegasse a ter 55 mil garimpeiros. Com a fim do grande ciclo de mineração no final da década de 90, muitos tentaram ocupar terras na região, começando um período marcado por muitos conflitos fundiários e mortes.

REGIME DE LAVRA GARIMPEIRA
A Lei 7.805 que criou o regime de Lavra Garimpeira, foi editada em 18 de Julho de 1989, regulamentada pelo Decreto nº 98.812, de 09 de janeiro de 1990. Essa Lei, extinguiu o regime de matrícula do garimpeiro, o que ajudou a tornar célere a atividade na região. Mas o ponto negativo desse episódio, é que quando foram criadas as Unidades de Conservação na região do Tapajós (13.02.2006), os garimpeiros e agricultores que já historicamente estavam no âmbito das unidades trabalhando legalmente, passaram a ser considerados “Criminosos ambientais”.

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