GARIMPOS DO TAPAJÓS
As jazidas de ouro localizadas nessa região, distribuem-se ao longo da intensa rede de drenagem tributária do Rio Tapajós, mencionando-se entre os mais importantes cursos d’água, os rios Jamanxim, Tocantins, Crepori, Creporizinho, Marupá, Novo, Surubim, Tropas, Mutum e Pacu. Os Rios Parauari, Amana e seus tributários, já pertencem a bacia do Rio Amazonas.
Por longas décadas o sonho de “Bamburrar” (fazer fortuna) acalentou o sonho de milhares de garimpeiros. É a história comum na vida dos homens que abandonaram e até hoje, abandonam suas famílias, para buscarem na floresta Amazônica o mais cobiçado dos metais: o ouro. Muitos acabaram nunca saindo dos garimpos, e nem tão pouco enriqueceram, padeceram na própria floresta, abatidos pela malária, violência e/ou pelas dificuldades de se viver sem a mínima infraestrutura. O resultado deste componente são histórias de abandono, violência, o aumento dos surtos de malária e a crescente contaminação por mercúrio.
Pista do Sudário - Rio Marupá
Os Precursores da Garimpagem na Região
Em 1958 os irmãos Nilson e Edson Pinheiro, descobriram a primeira jazida de ouro no Tapajós, denominada “Grota Rica das Tropas” localizada a poucos quilômetros a montante da foz do Rio das Tropas, tributário da margem direita do Rio Tapajós. Essa área chegou a produzir toneladas de ouro, tipo pepita. Posteriormente vieram os Irmãos Sudários precursores da garimpagem na região do Rio Marupá. Os Irmãos Uchoa (Wilson, Walter e Weimar) criaram diversos garimpos na região do Rio Amana, inclusive o garimpo do Porquinho. O José Cândido de Araújo, o Popular Zé Arara – um dos maiores produtores e compradores de ouro de toda a região dominou por muitos anos a Região do Garimpo do Patrocínio no Rio Surubim, que posteriormente vendeu parte do Garimpo ao Ruy Barbosa de Mendonça.
A descoberta do ouro no Rio Teles Pires aconteceu em 1978 com a decadência dos garimpos de Peixoto de Azevedo. A febre do ouro fez com que durante o auge da extração em 1989, o município de Apiacás chegasse a ter 55 mil garimpeiros. Com a fim do grande ciclo de mineração no final da década de 90, muitos tentaram ocupar terras na região, começando um período marcado por muitos conflitos fundiários e mortes.
REGIME DE LAVRA GARIMPEIRA
A Lei 7.805 que criou o regime de Lavra Garimpeira, foi editada em 18 de Julho de 1989, regulamentada pelo Decreto nº 98.812, de 09 de janeiro de 1990. Essa Lei, extinguiu o regime de matrícula do garimpeiro, o que ajudou a tornar célere a atividade na região. Mas o ponto negativo desse episódio, é que quando foram criadas as Unidades de Conservação na região do Tapajós (13.02.2006), os garimpeiros e agricultores que já historicamente estavam no âmbito das unidades trabalhando legalmente, passaram a ser considerados “Criminosos ambientais”.
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