sexta-feira, 13 de maio de 2016

Gemas Coradas | Turmalina

Gemas Coradas | Turmalina

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Siegfried Becker
Termo empregado para designar um grupo de minerais que, quimicamente, trata-se de silicatos de boro e alumínio, de composição complexa.
Sua fórmula geral pode ser definida por XR3Y6B3O27(O,OH,F)4 , onde:
X = Na, Ca, K e, menos freqüentemente, Mn2+, Mg, H3O+
R = Fe2+, Mg, Fe3+ e, menos freqüentemente, (Al + Li), Mn2+, Ca, Cr3+, Ti4+
Y = Al3+, Fe3+, Cr3+ e, menos freqüentemente, Mg, Va3+, Fe2+, Mn3+,Ti3+, Ti4+

Cristalografia


A turmalina apresenta hábito prismático, com estrias paralelas ao eixo vertical.
Sua seção transversal apresenta quase invariavelmente uma forma triangular caracteristicamente arredondada.
Siegfried Becker
 

Propriedades Físicas e Ópticas


Dureza: 7 a 7,5.
Densidade relativa: 3,01 a 3,21; usualmente 3,06 (o aumento ocorre em função do teor de ferro).
Índices de refração: 1,624 (-0,010 +0,015) - 1,644 (-0,010 +0,022).
Birrefringência: 0,014 a 0,032; usualmente 0,020.
Pleocroísmo: forte (dois tons do matiz fundamental).

Cores

Como era de se esperar, da complexidade da composição química da turmalina resulta uma enorme gama de cores, como nenhuma outra gema apresenta.
Existem nomenclaturas de turmalinas que utilizam critérios mineralógicos e de cor, porém ambas têm inconvenientes. Como não é possível distinguir as espécies segundo o critério mineralógico por meio dos ensaios gemológicos standard e o critério de cor é meramente comercial, a tendência atual é designá-las por turmalina com a descrição adicional da cor.
Os principais termos comerciais, segundo as cores, são os seguintes: rubelita (rosa intensa a vermelha), indigolita ou indicolita (azul), verdelita (verde), schorlita (preta), dravita (marrom) e acroíta (incolor).
As principais espécies (ou subespécies) mineralógicas no grupo das turmalinas são as seguintes: elbaíta (a mais importante sob o ponto de vista gemológico), liddicoatita, dravita, uvita e schorlita.
As causas de cor em turmalinas são igualmente complexas, pois nem todos os exemplares de uma determinada cor têm necessariamente a mesma causa de cor, assim como um dado elemento cromógeno não é necessariamente responsável por apenas uma coloração.
Resumidamente, pode-se afirmar com relação às cores mais usuais que: o ferro é responsável pelas verdes, azuis (às vezes envolvendo também o processo de transferência de cargas), pela seqüência amarelo a marrom e parte das rosas e vermelhas; o cobre e/ou o manganês provocam o aparecimento dos azuis, verdes e púrpuras de tons pouco usuais das turmalinas da Paraíba.
 
Turmalinas rosa, diamantes, peridotos, safiras amarelas e pérolas cultivadas; Porchet
É freqüente nas turmalinas o zoneamento de cor em torno do eixo principal, usualmente com o rosa ou vermelho no núcleo e o verde na periferia (popularmente conhecida como melancia); ou bem o zoneamento longitudinal, com diferentes cores nas extremidades.
Estes materiais são designados por bicolores ou policrômicos e o efeito se deve às pequenas alterações na composição durante o processo de formação do mineral.

Modos de Ocorrência e Principais Regiões Produtoras

O modo de ocorrência característico da turmalina é em pegmatitos graníticos e nas rochas que circundam esses depósitos.
Os principais continentes e países produtores desta gema são:

América do Sul

Brasil
MG: Província Pegmatítica Oriental, sobretudo as regiões de Araçuaí-Jequitinhonha-Salinas-Virgem da Lapa;
Malacacheta-Rio Urupuca-São José da Safira e Conselheiro Pena-Divino das Laranjeiras-Galiléia.
PB: São José da Batalha.
RN: Parelhas.
 
Turmalinas rosa no corpo da borboleta, sob exemplar de ametista; Forum Romano

África:

Nigéria, Moçambique, Zâmbia, Madagascar, Namíbia, Tanzânia e Quênia.

Ásia:

Afeganistão e Sri Lanka.

América do Norte:

EUA (Pala e Mesa Grande, ambas na California).

Tratamentos

A complexidade da composição das turmalinas influi também na resposta variável dessas gemas aos tratamentos, embora estes costumem ser consistentes para uma dada procedência.
Os tratamentos empregados com mais freqüência em turmalinas são os seguintes:
Turmalina Paraiba Azul; IBGM
 
• Exemplares de cor verde ou azul escuros muito saturados adquirem coloração menos intensa mediante tratamento térmico a temperaturas entre 500oC e 725oC (usualmente 650oC);
• Espécimes incolores ou rosa claro adquirem tons mais escuros e saturados por irradiação;
• Turmalinas da Paraíba, de qualquer cor, adquirem coloração azul “neón” ou verde de vários tons mediante tratamento térmico, a aproximadamente 550oC. Algumas das cores obtidas por tratamento em material da Paraíba e do Rio Grande do Norte ocorrem também naturalmente.
Todos os tratamentos mencionados são estáveis e não detectáveis por ensaios gemológicos standard.
A turmalina foi obtida por síntese apenas para fins experimentais; em vista de sua diversidade de cores, ela pode ser imitada por uma série inumerável de materiais gemológicos.

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