domingo, 17 de julho de 2016

Garimpeiros de Humaitá fazem primeira venda legalizada de ouro

Garimpeiros de Humaitá fazem primeira venda legalizada de ouro

A Cooperativa de Garimpeiros da Amazônia, do município de Humaitá, comercializou cerca cinco quilos de ouro, ao preço de R$ 480 mil, beneficiando diretamente 93 pessoas.
[ i ] Mais de três mil famílias são beneficiadas pela atividade garimpeira no Rio Madeira, diz secretário.
Manaus - A Cooperativa de Garimpeiros da Amazônia (Cogam), do município de Humaitá, distante 590 km de Manaus, efetuou neste mês a primeira venda de ouro, extraído do Rio Madeira, após a entidade ter recebido o licenciamento ambiental e mineral. A cooperativa comercializou cerca cinco quilos de ouro, ao preço de R$ 481.103,15, beneficiando diretamente 93 cooperados.
De acordo com o secretário de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos (Semgrh), Daniel Nava, a venda legal de ouro no garimpo do Rio Madeira tem uma grande importância social porque tira da clandestinidade dezenas de trabalhadores, que, além da garantia de emprego e renda, passam a contribuir com o desenvolvimento do Estado, a partir da geração de impostos.
“Mais de três mil famílias são beneficiadas pela atividade garimpeira no Rio Madeira”, ressalta Daniel Nava.
O secretário destaca ainda a busca constante do Governo do Estado em tirar da informalidade atividades econômicas importantes, como é caso da extração do ouro, que acontece no Amazonas desde a década de 1950.
Uma atividade, que de acordo com Daniel Nava, estando legalizada, terá uma grande relevância na composição das receitas dos municípios. “O rio Madeira é mundialmente conhecido como rio do ouro, exatamente por proporcionar em cada vazante uma safra anual de ouro extraída pelo trabalho dos garimpeiros e suas balsas, uma riqueza que, a partir de agora, passará a ser compartilhada com todos os amazonenses, por meio da geração de impostos.
Programa Garimpeiro Cidadão
Após a legalização da atividade de extração de ouro no Rio Madeira, o secretário estadual de Mineração anuncia para o mês de novembro a implantação do programa Garimpeiro Cidadão. A ação, segundo Daniel Nava, faz parte do plano de atividades que está sendo elaborado pela Semgrh para apoiar o trabalhador das áreas de garimpo.
“Nós estamos trabalhando atualmente num levantamento das necessidades e dificuldades de cada cooperativa, nos municípios de Novo Aripuanã, onde fica o projeto Eldorado Juma; em Humaitá, onde a atividade de garimpo é feita no leito do Rio Madeira; e também em Manicoré. Também estamos preparando um diagnóstico sobre os processos produtivos e, a partir dele, vamos propor novas metodologias, que sejam condizentes com as boas práticas ambientais e, principalmente, sustentáveis econômica e ambientalmente”, informa o secretário.
Segundo ele, o Programa Garimpeiro Cidadão também prevê o acompanhamento das condições socioeconômicaa, estimulando a formação nos municípios de Arranjos Produtivos Locais (APLs) de base mineral, com o uso do ouro na fabricação de joias e biojoias.
“Agregar valor ao ouro produzido estimula a economia do município e cria-se oportunidades de outros empregos nas áreas do turismo, comércio e artesanatos”, justifica Nava.
Sustentabilidade
Segundo o secretário, atualmente, a Semgrh desenvolve ações de extensão mineral em todas as áreas de garimpo existentes no Estado, treinando e orientando os garimpeiros sobre boas práticas ambientais,  cobrando o uso de equipamentos de proteção individuais, como o cadinho, retorta (equipamento de circuito fechado para o correto manejo do mercúrio).
A secretaria de Mineração também desenvolve ações em parceria com a Capitania dos Portos da Marinha do Brasil, para orientar os garimpeiros sobre sinalização correta das balsas que são usadas na extração do ouro no leito do rio, atendendo a legislação da segurança aquaviária.
Daniel Nava acrescenta ainda que há uma grande preocupação por parte da Semgrh em fortalecer a atuação das cooperativas como gestoras da atividade garimpeiro no Estado.

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