Guerra Fria

A Guerra Fria foi uma luta ideológica do comunismo versus capitalismo, pela liderança mundial entre União Soviética e os Estados Unidos. Teve início após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), onde as duas superpotências buscavam ampliar suas áreas de influência no mundo, intervindo direta ou indiretamente nos assuntos internos dos diferentes países.

Divisão da Europa

Ao fim das negociações entre os vencedores da Segunda Guerra Mundial, a Europa ficou claramente dividida em duas partes, que correspondiam ao limite do avanço de tropas durante a guerra.

A parte oriental, ocupada pelas tropas soviéticas, tornou-se área de influência da União Soviética. Em pouco tempo, os partidos comunistas locais passaram a exercer o poder nesses países, estabelecendo as chamadas democracias populares na Albânia, Romênia, Bulgária, Hungria, Polônia e Checoslováquia. A Iugoslávia estabeleceu um regime socialista independente da União Soviética.

A parte ocidental, ocupada por tropas principalmente inglesas e norte-americanas, ficou sob a influência dos Estados Unidos. Nessa área consolidavam-se democracias liberais, com exceção das ditaduras na Espanha e em Portugal.

A Consolidação da Guerra Fria

Em 1947, com o objetivo de combater o comunismo e a influência soviética, o presidente norte-americano Harry Truman proferiu um discurso no Congresso no qual afirmou que os Estados Unidos se posicionariam a favor das nações livres que desejassem resistir às tentativas de dominação. No mesmo ano, o secretário de Estado, George Marshall, lançou o Plano Marshall, que propunha a ajuda econômica aos países da Europa Ocidental, onde crescia a influência de partidos de esquerda devido ao desemprego e a crise generalizada.

Em represália, a União Soviética criou o Kominform, organismo encarregado de conseguir a união dos principais partidos comunistas europeus. Era sua tarefa, também afastar da supremacia norte-americana os países sob sua influência, gerando o bloco da “cortina de ferro”. Foi criado também, em 1949, o Comecon, uma cópia do Plano Marshall para os países socialistas.

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OTAN e o Pacto de Varsóvia

A Guerra Fria foi também responsável pela formação, em 1949, de dois novos blocos de alianças politico-militares: A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e o Pacto de Varsóvia. A OTAN, composta inicialmente por Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Dinamarca, Noruega, Finlândia, Portugal e Itália, aos quais mais tarde juntaram-se Alemanha Ocidental, Grécia e Turquia, opondo toda a Europa Ocidental à União Soviética.

Em 1955, em resposta, a União Soviética criou o Pacto de Varsóvia, para impedir o avanço capitalista na sua área de influência. Ambos tinham, entre si, um compromisso de mútua proteção, pois entendiam que a agressão a um deles atingiria a todos.

O Pacto de Varsóvia desapareceu entre 1990 e 1991, em consequência do fim dos regimes socialista do Leste europeu. Como consequência a OTAN perdeu o significado que lhe deu origem.

O Muro de Berlim

No início dos anos 60, dois fatores provocaram o aumento das tensões internacionais provocadas pela Guerra Fria: a construção do Muro de Berlim, em 1961, e também a crise dos mísseis, em 1962.

O muro dividiu a cidade em Berlim Ocidental e Berlim Oriental, e foi construído para impedir a saída crescente de profissionais e trabalhadores qualificados que deixavam a socialista Alemanha Oriental em busca de melhores condições de vida na capitalista Alemanha Ocidental.

A crise dos mísseis teve origem na pretensão soviética de instalar bases e lançamento de mísseis em Cuba, o que seria uma ameaça constante para os Estados Unidos. A reação americana se fez imediata, através de um bloqueio naval sore Cuba, o único país da América que havia adotado o regime socialista.

Para saber mais: Muro de Berlim.

O Fim da Guerra Fria

A Guerra Fria chegou ao fim em novembro de 1989, depois de um período de 42 anos determinando as relações internacionais. A queda do Muro de Berlim foi um marco que simbolizou a morte dos regimes socialistas no Leste europeu. Em outubro de 1990 as duas Alemanhas foram finalmente unificadas.