História das Minas de Ouro e Diamante: Chico Rei, O Rei do Congo no Brasil.
Chico Rei, nascido Galanga no Congo, África, como monarca guerreiro e sumo-sacerdote do deus pagão Zambi-Apungo, foi capturado com toda a sua corte por comerciantes portugueses de escravos e vendido com o filho, Muzinga, no Rio de Janeiro, em 1740.Durante a travessia da África para o Brasil, a rainha Djalô e a filha, a princesa Itulo, foram jogadas ao mar pelos marujos do navio negreiro Madalena, numa tentativa de aplacar a ira dos deuses, que assolaram a embarcação com uma tempestade que quase a levou ao naufrágio. Comprado dos traficantes pelo minerador Augusto de Andrade Góis, Galanga, então batizado de Chico, foi levado à Vila Rica (Ouro Preto) para trabalhar na famosa Mina de Ouro da Encardideira. Lider nato e extremamente carismático, em pouco tempo, Chico conquista a confiança do proprietário da mina, passando a conduzir a exploração dos filões e veios auríferos, pessoalmente. Chico Rei, então, descobre um grande filão de ouro depositado nas entranhas da mina, acontecimento este que é logo atribuído às providências de Santa Efigênia e de Nossa Senhora do Rosário, o qual é mantido inexplorado e oculto do dono da mina. O tempo passa e a Mina da Encardideira começa a apresentar sinais e exaustão. Sem saber do rico veio aurífero guardado por Chico Rei e, portanto, julgando esgotado o ouro de sua mina, Augusto de Andrade Góis vende a Encardideira a Chico Rei, que já havia alcançado sua liberdade, pagando por sua carta de alforria com o ouro que conseguiu nos extravios, no trabalho aos domingos e nos dias santos.
O primeiro negro proprietário de uma mina de ouro na Capitania de Minas Gerais, condição esta que deixou furioso o Governador de Minas, Gomes Freire de Andrada, o conde de Bobadela. Chico Rei então passa a explorar o filão aurífero que havia ocultado de todos. Com o grande volume de ouro que extrai da mina, Chico Rei alforria outros 400 cativos, entre os quais, todos os integrantes da sua corte africana, sendo, por isso, considerado um dos maiores libertadores de escravos do Brasil. Aproveitando, habilmente, de uma brecha no sistema colonial, Chico Rei, um homem inteligente, carismático e enérgico, torna-se rei novamente no exílio. Em 6 de janeiro de 1747, data em que o calendário católico comemora o Dia de Reis, Vila Rica foi surpreendida por uma festa que desconhecia. Galanga, rei do Congo, batizado Chico, como todo escravo trazido a Minas, é coroado pelo Bispo de Mariana rei da Irmandade do Rosário dos Homens Pretos Alforriados. Vila Rica se torna palco das liturgias que outrora Chico Rei praticara no Congo como rei e sumo-sacerdote, só que desta vez, as dedica às santas católicas, para as quais manda erguer a Igreja de Santa Efigênia e a Igreja do Rosário dos Homens Pretos.
Cortejo da Rainha do Congado: Carlos Julião.
Assim, nos dias santos dedicados à Santa Efigenia, a santa negra, e à Virgem padroeira dos escravos e negros forros, Nossa Senhora do Rosário, e em dia de reis, Chico Rei e sua corte tomam as ruas de Vila Rica em ricas indumentárias, seguidos por músicos e dançarinos, ao som de caxambus, pandeiros, marimbas e ganzás. É a festa do Rei do Congo nas Minas do Brasil.
Congado, Rugendas.
É a celebração da alegria e da perseverança de um Rei que, embora tenha sido escravizado junto com sua corte, por seu próprio trabalho e com muita astúcia e inteligência, volta a ser rei e líder de sua gente, deixando um legado, que permanece vivo há quase 300 anos e que se traduz numa das mais tradicionais expressões da cultura do povo das Minas: o Congado
O primeiro negro proprietário de uma mina de ouro na Capitania de Minas Gerais, condição esta que deixou furioso o Governador de Minas, Gomes Freire de Andrada, o conde de Bobadela. Chico Rei então passa a explorar o filão aurífero que havia ocultado de todos. Com o grande volume de ouro que extrai da mina, Chico Rei alforria outros 400 cativos, entre os quais, todos os integrantes da sua corte africana, sendo, por isso, considerado um dos maiores libertadores de escravos do Brasil. Aproveitando, habilmente, de uma brecha no sistema colonial, Chico Rei, um homem inteligente, carismático e enérgico, torna-se rei novamente no exílio. Em 6 de janeiro de 1747, data em que o calendário católico comemora o Dia de Reis, Vila Rica foi surpreendida por uma festa que desconhecia. Galanga, rei do Congo, batizado Chico, como todo escravo trazido a Minas, é coroado pelo Bispo de Mariana rei da Irmandade do Rosário dos Homens Pretos Alforriados. Vila Rica se torna palco das liturgias que outrora Chico Rei praticara no Congo como rei e sumo-sacerdote, só que desta vez, as dedica às santas católicas, para as quais manda erguer a Igreja de Santa Efigênia e a Igreja do Rosário dos Homens Pretos.
Cortejo da Rainha do Congado: Carlos Julião.
Assim, nos dias santos dedicados à Santa Efigenia, a santa negra, e à Virgem padroeira dos escravos e negros forros, Nossa Senhora do Rosário, e em dia de reis, Chico Rei e sua corte tomam as ruas de Vila Rica em ricas indumentárias, seguidos por músicos e dançarinos, ao som de caxambus, pandeiros, marimbas e ganzás. É a festa do Rei do Congo nas Minas do Brasil.
Congado, Rugendas.
É a celebração da alegria e da perseverança de um Rei que, embora tenha sido escravizado junto com sua corte, por seu próprio trabalho e com muita astúcia e inteligência, volta a ser rei e líder de sua gente, deixando um legado, que permanece vivo há quase 300 anos e que se traduz numa das mais tradicionais expressões da cultura do povo das Minas: o Congado
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