sábado, 30 de julho de 2016

INCLUSÕES EM GEMAS 1ª parte

INCLUSÕES EM GEMAS 
1ª parte 


As gemas fascinam a quase todos, porém poucos têm idéia do quão exuberante é a experiência de observar seu mundo interno. As inclusões nas gemas são testemunhas eloqüentes da história da Terra, preservando suas evidências e manifestando a sucessão de eventos geológicos ocorridos há milhões ou mesmo bilhões de anos.
Além do aspecto estético, o estudo das inclusões nas gemas é de fundamental importância na sua identificação, bem como na distinção entre as pedras naturais, sintéticas e imitações.
Em gemologia, define-se inclusão como qualquer partícula de matéria estranha ou defeito estrutural presente na gema. Em relação ao mineral hospedeiro, as inclusões podem se formar antes (protogenéticas), simultaneamente (singenéticas) ou depois (epigenéticas) dele.
As inclusões protogenéticas são sempre sólidas, enquanto as demais podem ser sólidas, líquidas ou gasosas. Quanto ao número de fases ou estados físicos, podem ter apenas uma (monofásicas), duas (bifásicas) ou três (trifásicas).

Esmeralda da Colômbia com inclusão trifásica singenética, consistindo de cristal de halita (NaCl), bolha de gás e solução aquosa salina. Até meados dos anos 80, estas inclusões eram diagnósticas para as esmeraldas oriundas da Colômbia, no entanto, a partir desta época, elas foram observadas também em esmeraldas de outras procedências, inclusive do Brasil.
(Fotomicrografia: R. W. Hughes)
Determinados padrões de inclusões, além de nos deleitarem com sua contundente beleza de formas e cores, fornecem informações a respeito do ambiente geológico no qual se formou o mineral que as contém e de suas condições de cristalização, além de poderem ser úteis, em alguns casos, para determinar seu local de origem.

Esfera de cristal-de-rocha (quartzo incolor) com inclusões não-identificadas,
as de cor vermelha, provavelmente, constituídas de algum óxido de ferro.
(Fotografia: Schwigor)
Usualmente, os gemólogos identificam, com auxílio de lupa ou microscópio, apenas as inclusões diagnósticas e mais características das gemas, cabendo ao mineralogista identificar as demais inclusões por meio de técnicas específicas, não pertencentes ao escopo da gemologia.
Fontes:
Anderson, B. W.: Gem Testing

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