domingo, 3 de julho de 2016

Mini Era Glacial? O que esperar do futuro próximo

Mini Era Glacial? O que esperar do futuro próximo



 
A única coisa que podemos dizer com absolutamente certeza é que não temos certeza de nada quando o assunto é o clima futuro.

Entre os anos de 1300 e 1850 o mundo conheceu a Mini Era Glacial, que foi amplificada entre 1645 e 1715. Nestes 70 anos o Sol atravessou o que se convencionou chamar de Mínimo de Maunder (gráfico): uma fase caracterizada pelo quase desaparecimento das manchas solares.

Manchas solares
Antes da Mini Era Glacial os astrônomos contavam milhares de manchas solares (de 40.000 a 50.000 em um único ano), mas após o ano de 1645 elas praticamente desapareceram. Neste período em um ano eram visualizadas pouco mais de 50 manchas solares.

Incrível, mas mais incrível ainda foi o efeito devastador que esse fase de baixa atividade magnética solar teve sobre a Terra. Foi a última Mini Era do Gelo, cujo ápice durou quase 100 anos e destruiu economias, arrasou colheitas e até o transporte fluvial (muitos rios e lagos congelaram). O mar Báltico congelou e o transporte entre a Finlândia e a Groenlândia com o resto do mundo foi praticamente inviabilizado. Os glaciais das Alpes invadiram cidades e fazendas matando e destruindo.

Com o frio veio o colapso das plantações e, neste período, milhões de pessoas morreram de fome e de doenças, principalmente na Europa.

Em 1696 1/3 da população da Finlândia morreu de fome.

Tudo isso ocorreu com uma temperatura média de apenas dois graus centígrados abaixo das atuais...

Gradativamente as manchas solares reapareceram, atingindo o Máximo entre os anos de 1950 e 2000 (veja o gráfico). O Mundo havia voltado ao normal.
Manchas solares estatística recente
Mas, nestas últimas décadas os cientistas vem observando, preocupados, o decréscimo das manchas solares. Se torna óbvio, pelos gráficos do NOAA (veja), que o Solar Maximum já foi ultrapassado e que em pouco tempo as manchas solares irão praticamente desaparecer...mais uma vez.

Já em 2009 Bill Livingston do NOS havia previsto, através das medições do magnetismo solar (ele percebeu que os campos magnéticos decaiam a 50 gauss por ano), que em 2015 as manchas deveriam desaparecer iniciando mais uma Mini Era Glacial.

Ele errou!

As manchas desapareceram somente agora, em 2016.

Hoje faz uma semana que o Sol parece uma bola de bilhar amarela, sem manchas, assim como todos os gráficos estavam prevendo.
Segundo Livingston as manchas só aparecem quando o campo magnético solar está acima de 1.500 gauss, um limiar que tudo leva a crer foi atingido a uma semana atrás...

A partir deste ponto tudo é pura especulação.

Será que as manchas solares voltarão e um novo ciclo será reiniciado ou será que estamos, realmente, no início de uma nova Mini Era Glacial e que teremos uma repetição do fenômeno que afetou o mundo entre 1645 e 1815?
temperaturas nos últimos 2416 anos
No gráfico das temperaturas (acima) feito pelo climatologista Cliff Harris dos últimos 4.416 anos é possível ver com precisão a alternância cíclica entre as mini eras de resfriamento e as mini eras de aquecimento global, sempre relacionadas a temperatura média de 57,1 graus Fahrenheit (12,5 graus centígrados).

A cada ciclo as fases de resfriamento se tornam mais longas e mais frias. A última foi a Mini Era Glacial entre 1300 e 1800.

Se estivermos adentrando um período de resfriamento global, como tudo indica, é hora de planejar.

Um novo hiato implicará, mais uma vez, em invernos extremos na Europa e na América do Norte e Ásia, onde, por coincidência estão as maiores economias e as maiores concentrações populacionais.

Não é preciso ser um vidente para entender os possíveis desdobramentos: o mundo pode entrar em um período de décadas de problemas relacionados ao frio.

Veremos a volta da mineração do carvão, que hoje se encontra praticamente banido dos radares dos mineradores. Com a necessidade de aquecimento os preços dos hidrocarbonetos irão subir viabilizando os jazimentos dos oil sands do Canadá. Projetos de energia limpa serão, possivelmente, engavetados.

Com a queda na produção agrícola no norte os países como o Brasil, pouco afetado pelas mudanças climáticas, se tornarão gigantescos produtores de grãos e demais commodities agrícolas.

Vai ser um tempo para tirar o casaco e as luvas do armário, sonhar com o efeito estufa e se preparar para uma mudança radical.

Se você gosta de esquiar não vai precisar voar para o hemisfério norte...

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