quinta-feira, 7 de julho de 2016

Polícia Federal desarticula esquema de garimpo em terra indígena no PA

Polícia Federal desarticula esquema de garimpo em terra indígena no PA

Operação ocorre nesta quinta, 7, em Ourilândia do Norte e Redenção.
São cumpridos 11 mandados de prisão e 14 de busca de apreensão.

Do G1 PA
Operação Muiraquitã deflagrada agora pela manhã pela Polícia Federal. Ourilândia Ouro (Foto: Divulgação/ Polícia Federal)Comerciantes de ouro tinham lucros altíssimos com a atividade criminosa. Na foto, parte do ouro apreendido na operação. (Foto: Divulgação/ Polícia Federal)
A Polícia Federal realiza nesta quinta-feira (7) a Operação Muiraquitã, em Ourilândia do Norte eRedenção, no sul do Pará. A ação tem o objetivo de desarticular um esquema criminoso de garimpo e venda ilegal de ouro extraído do interior da terra indígena Kayapó. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), são extraídos aproximadamente 20 kg de ouro por semana do local, o que representa movimentação mensal de R$ 8 milhões.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 14 de mandados de busca de apreensão e três de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para depor, expedidos pela Justiça Federal de Redenção, no sul do Pará. Também estão sendo executados mandados nas cidades de Porto Nacional (TO) e São José do Rio Preto (SP).
As investigações sobre a exploração ilegal do ouro iniciaram no final de 2015. Até o momento, ficou demonstrado que os investigados incidiram na prática dos crimes de usurpação de bem da União, extração de recursos minerais sem autorização, diversos outros crimes ambientais, receptação qualificada e associação criminosa.
Com a busca e apreensão de documentos, em complemento às declarações dos envolvidos, a Polícia Federal pretende identificar outros participantes do esquema e averiguar a extensão dos danos ambientais causados e a prática do crime de lavagem de capitais pelos comerciantes de ouro, que tinham lucros altíssimos com a atividade.
Movimentações financeiras milionárias feitas pelos comerciantes de ouro foram descobertas. (Foto: Divulgação/ Polícia Federal)Movimentações financeiras milionárias feitas pelos comerciantes de ouro foram descobertas. (Foto: Divulgação/ Polícia Federal)
Garimpo clandestino
A Polícia Federal e a Funai sobrevoaram a área e verificaram que o centro da atividade garimpeira está concentrada no garimpo da Aldeia Turedjan, em Ourilândia. Foram identificadas cerca de 40 pás-carregadeiras, avaliadas em aproximadamente R$ 400 mil cada, posicionadas em diversos pontos de garimpos espalhados pelo local.
De acordo com a PF, a reserva indígena se tornou o destino de centenas de garimpeiros clandestinos atraídos pela expectativa de fortuna rápida. A ambição pelo ouro resultava em conflitos entre os garimpeiros, que disputavam uma mesma área, gerando um clima tenso.
Aproximadamente 70 policiais federais participam da Operação Muiraquitã. (Foto: Divulgação/ Polícia Federal)Aproximadamente 70 policiais federais participam
da operação nos garimpos ilegais.
(Foto: Divulgação/ Polícia Federal)
As investigações apontaram o envolvimento de indígenas da própria Aldeia Turedjan, que compactuavam e lucravam com a atividade garimpeira clandestina, bem como comerciantes de ouro da região, que atuavam como receptadores do minério extraído ilegalmente, repassando-o para os estados do Tocantins e São Paulo, de onde era distribuído para o resto do país.
Os danos ambientais causados pela atividade clandestina de mineração mais recorrentes são: desvio do curso de rios; desmonte hidráulico, no caso de garimpagem mecânica; aterramento de rios e contaminação do solo, ar e águas através de metais pesados, principalmente o mercúrio. A paisagem de locais onde existem ou já existiram garimpo é modificada por quilômetros, vegetações são extintas e animais fogem ou morrem por causa da contaminação causada.
A extensão dos danos causados está sendo avaliada por peritos federais que participam da operação e resultará em laudo pericial, mensurando o tamanho do dano, bem com o valor necessário para recomposição do ecossistema devastado.

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