quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Estatais da China querem reproduzir boom americano do gás de xisto

Estatais da China querem reproduzir boom americano do gás de xisto

O excedente global de gás natural desacelerou o boom do xisto nos Estados Unidos, mas na China ele está apenas no início. Com lucros dizimados pela queda dos preços do petróleo, as petrolíferas estatais chinesas estão investindo bilhões de dólares para extrair gás natural das formações de xisto do país.
A China Petroleum & Chemical Corp., também conhecida como Sinopec, lidera uma iniciativa para dobrar a produção doméstica de gás em cinco anos, o que pode abalar ainda mais um setor já em convulsão. Se o plano for bem-sucedido, a demanda da China por gás natural liquefeito importado pode cair, colocando em risco investimentos de dezenas de bilhões de dólares das grandes multinacionais do petróleo em projetos de gás que vão do Canadá a Papua-Nova Guiné.
A China possui reservas enormes de xisto, mas formações geológicas complexas e uma rede de dutos inadequada sempre dificultaram sua exploração. Por outro lado, o aumento da poluição nas cidades chinesas torna o gás natural mais atraente, já que ele oferece uma alternativa mais limpa do que o carvão. O desenvolvimento desse setor também ajudaria a proteger empregos na China.
A maior parte da expansão das atividades na China virá da área próxima a Fuling, um distrito na região central do país que é cortado pelo rio Yangtzé e onde plantações de tabaco se espalham entre os morros. Lá, formações rochosas subterrâneas abrigam as maiores reservas de gás de xisto fora da América do Norte.
Os investimentos da Sinopec estão transformando a região, presa entre o a China do passado e a do futuro. De um lado, agricultores de sandálias caminham por estradas rurais sinuosas, carregando cestos nas costas. Na base local da Sinopec, em Jiaoshi, funcionários vestindo macacões vermelhos exibem seus iPhones ao passar pela rua principal da cidade, que tem o nome de um campo petrolífero da Sinopec.
Ao assumir esse desafio, a Sinopec aposta no crescimento do apetite futuro do país por gás natural. O consumo cresceu 3,3% no ano passado, menor que altas recentes de dois dígitos. “O espaço para esse mercado ainda é enorme”, diz Hu Degao, gerente-geral da unidade da Sinopec em Fuling, cujos escritórios improvisados se assemelham a contêineres.
Fonte: WSJ

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