segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Persistência e instinto criaram negócio familiar

Persistência e instinto criaram negócio familiar

E385C é o modelo escolhido pela Imil

Corrida do ouro no Mato Grosso, há mais de três décadas, foi o início de tudo 

Há 32 anos, Jonas Gimenez assistiu uma reportagem na televisão mostrando uma nova corrida ao ouro em Poconé (MT), cerca de 1 mil km de Ourinhos (SP), onde morava e atuava na extração de areia. Montou uma pequena mineradora com o irmão mais velho, dos nove da família. “Não tínhamos know how, levou muito tempo para entender o que é uma jazida, como se faz para encontrar o ouro”, lembra. No entanto, persistiu em trabalhar com técnicas avançadas para a época, com equipamentos, informações sobre a geologia local e “instinto” de que iria encontrar o metal. Foi o que aconteceu. A Mineradora Cangas II rendeu trabalho para a família inteira, e hoje possui 4 mil ha em terras que podem conter novas jazidas. “Somos ‘garimpeiros’  que se transformaram em mineradores. Nada é feito manualmente”, conta o empresário. “As dificuldades vão surgindo nesse caminho e as máquinas vão se aperfeiçoando”, comenta Gimenez, que hoje conta com quatro escavadeiras E485B New Holland em sua frota, que remove entre 250 e 300 caminhões de terra por dia e descem até 100 m de profundidade e a produção aumentou de 5 kilos  para 50 kilos mês, nada mau comparado com o preço do ouro hoje.

Mármore é o ouro do Espirito Santo
Cachoeiro do Itapemirim, situada no sul do Estado, é conhecida por estar sobre a maior reserva de mármore do Brasil. O potencial da região é tão grande que, no ano passado, quatro mineradoras – Magban, Cajugram, Bramagram e Mamede – se reuniram num consórcio para dar origem à Indústria de Mármores Italva (Imil), para juntas explorar a maior reserva da região. O engenheiro Cláudio Carneiro, gerente de Extração da Imil, comanda as operações com duas escavadeiras E385C Mass Excavator.

A preferência pelo modelo vem de sua polivalência – a máquina é conhecida como uma “porta-ferramentas”, já que permite diversos tipos de implementos. Entre eles, está o expansor de prancha, usado para movimentar o pedaço extraído da rocha. Esse equipamento que pesa, no mínimo, 6 t, depende do uso do macaco hidráulico da própria escavadeira, o que exige uma potência enorme da máquina, além de peso a partir de 32 t. Prancha é um aglomerado de blocos de 10 m3 em média. No total uma prancha pode chegar a 200 m³ de pedra, equivalente a 400 t.

Só a Cajugram, criada há 25 anos, trabalha com duas escavadeiras E245C e duas E385B, além de sete carregadeiras W-190, uma FW200 e três FR180. O empresário Valdecyr Viguini, que também é sócio da Imil, diz que são equipamentos que sempre atendem as expectativas. “A New Holland tem sido uma solução importante, considerando o custo competitivo e a performance dos equipamentos, bem como a assistência técnica”, explica. Por isso, novos equipamentos serão adquiridos à medida que os negócios forem expandidos, garante. “As escavadeiras da New Holland Construction estão entre as melhores para a função, e foram escolhidas para a operação porque têm o melhor custo/ benefício”, afirma Carneiro. Outro implemento muito utilizado nesse tipo de mineração é o rompedor, hidráulico, que picota o composto que sobra da rocha – pó usado para fazer diversos outros produtos, de sabão a adubo para aplicações agrícolas. Rogério Lemos, chefe administrativo da empresa, ressalta a versatilidade da máquina, que permite o engate rápido e o uso imediato dos implementos, isto é, gera economia, pois uma mesma escavadeira pode cumprir diversas funções no mesmo dia.

“É possível remover a cobertura e fazer a extração do mineral com uma escavadeira hidráulica. A produção é mais rápida se a máquina é mais ágil”, explica. Para ele, também, o diferencial da linha está no sistema hidráulico mais potente. “Se fôssemos tirar bloco como era antigamente, nem teria funcionário para isso. Usava-se guincho, cabo de aço, explosivos, muito mais do que se usa agora. O bloco de mármore trincava, o que acabava gerando prejuízo. Hoje a tendência é de que os equipamentos fiquem cada vez maiores em tamanho e volume”, explica Carneiro. Um mesmo bloco de mármore pode ter diversas variações. O nome varia de acordo com o local e com o nome dado pela empresa que o extrai. O material retirado daquela região é conhecido como mármore Cachoeira. Quanto mais branco, mais valorizado. Até poucos anos atrás o preferido nas construções brasileiras era o que vinha importado da Itália ou da Grécia. “Pedra é igual à roupa, a moda é cíclica”, afirma Carneiro.

“Estamos fazendo um grande investimento em máquinas, em caminhões, ampliando as licenças ambientais, os estudos, levantamentos geológicos, sondagens, para crescer aproveitando esse momento do mercado”. A Imil possui 52 ha de terra para explorar, nos quais atualmente há seis frentes de trabalho. O tanto que ainda falta investir, afirma, “a rocha e o mercado é que vão dizer”. Estima-se, para o segmento de mármores e rochas ornamentais, um crescimento médio de 30% nas exportações nos próximos três anos.

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