S&P eleva projeção para preço do minério
A resiliência do preço do minério de ferro nos últimos meses é tamanha que até agências de classificação de risco, tradicionalmente conservadoras, estão elevando as projeções. A S&P Global Ratings aumentou a premissa para o preço da commodity até o fim deste ano em US$ 10, de US$ 40 para US$ 50 a tonelada. Para 2017, a premissa de preço da S&P foi de US$ 40 para US$ 45. Já no caso de 2018 a previsão de US$ 45 foi mantida.
Segundo relatório publicado na sexta-feira, a acelerada produção de aço na China e alguns atrasos na entrega de expansões de capacidade instalada de minério foram os motivos que levaram à revisão para cima. A baixa participação de mineradoras chinesas no fornecimento local também ajuda, acrescenta.
Essa retomada da produção siderúrgica foi causada tanto por estímulos que aqueceram a demanda como pela alta do preço do aço, que elevou a rentabilidade das usinas e as encorajou a aumentar o ritmo de produção.
“Mas esperamos que os preços do minério de ferro se enfraqueçam em 2017 ante os níveis atuais, com os efeitos dos estímulos à economia se dissipando”, diz a agência. “Não vimos nenhuma mudança fundamental nas dinâmicas de oferta e demanda do setor.”
Na sexta-feira, no porto chinês de Tianjin, a commodity recuou 3,3%, para US$ 59,10 a tonelada, segundo a “The Steel Index”.
O relatório lembra ainda a importância do movimento de corte de custos das mineradoras ao redor do mundo. Enquanto as produtoras salvam uma parcela de sua rentabilidade, o efeito negativo é na curva de custos da commodity. Quanto mais baixa e estreita – ou seja, quão mais barato for para produzir minério -, menores os preços podem ser. Isso representa uma potencial pressão sobre a cotação do insumo, diz o texto.
A expectativa também parece melhor para os metais não ferrosos. A S&P elevou as premissas também para alumínio, níquel e zinco. Apenas as projeções para o cobre foram mantidas.
De acordo com a instituição, a demanda por alumínio provavelmente segue forte daqui para frente, com alta de 5% por ano. No lado da oferta, contudo, o texto alerta para uma potencial expansão “descontrolada” de fundições na China. A previsão para o resto deste ano foi de US$ 1.500 para US$ 1.600 a tonelada. Para 2017, foi de US$ 1.550 para US$ 1.650.
Sobre o níquel, a S&P escreve que a valorização de 2016 obriga a uma revisão para cima, mas que no médio e longo prazos a situação permanece. A produção tem subido demais e fechamentos por problemas ambientais nas Filipinas ainda precisam ser concretizados. A premissa até o fim do ano foi elevada de US$ 9.000 para US$ 10.000, enquanto para 2017 a estimativa de US$ 10.500 foi mantida.
No caso do cobre, a manutenção das expectativas se deve à chance de o excesso de oferta no mercado internacional se manter nos próximos anos, em média de 500 mil toneladas por ano. Aumentos de capacidade no Peru seriam os grandes responsáveis por esse cenário, afirma a agência. A premissa para o resto do ano é de US$ 4.600. Para 2017, encontra-se em US$ 4.850.
No relatório, a S&P elegeu o zinco como o metal não ferroso com melhores fundamentos neste ano. A alta até agora levou a agência a revisar para cima a premissa de preços para 2016, de US$ 1.550 para US$ 2.200 por tonelada. Para 2017, o aumento foi de US$ 1.750 para US$ 2.200, e no ano seguinte, de US$ 2.000 para US$ 2.200.
Fonte: Portos e Navios
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