quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Ametistas no Rio Grande do Sul

Ametistas no Rio Grande do Sul


Ametista do Sul é uma pequena cidade que concentra uma grande quantidade de garimpos de ametista. Segundo uma pesquisa histórica feita, por volta de 1940 chegaram à região de Ametista do Sul os primeiros moradores e encontraram ali os índios que viviam na região. Eram pessoas de espírito aventureiro, que vieram em pequenos grupos, trazendo seus pertences em animais cargueiros como burros, mulas, cavalos e bois, seguindo sangas e abrindo picadas na mata. Chamaram a região de "Cordilheira". Por volta de 1940 haviam na região as famílias Tasso, Castro, Giacomini, Comunello, Freitas, Bertoletti e Rodrigues, entre outras. Suas moradias eram feitas de pau-a-pique e cobertas por folhas de coqueiro.

O início da colonização consistia na derrubada do mato para implantação de roças para a produção de alimentos de subsistência, além de criação de animais domésticos. A caça complementava a alimentação. Além disso, os moradores abriam e conservavam estradas com ferramentas manuais, usando como transporte o cavalo e a carroça. Os doentes eram carregados, muitas vezes, em uma padiola. As compras eram realizadas nas cidades de Iraí, Rodeio Bonito ou em Frederico Westphalen.

Os moradores construíram um capitel (igrejinha) onde colocaram a estátua de São Gabriel. Isso motivou a troca do nome do local de Cordilheira para São Gabriel, sendo o santo o padroeiro do município. No início da colonização a única diversão era a participação no culto religioso aos domingos (o terço). A partir daí formou-se um grupo social que deu início às festas religiosas, bailes de galpão, jogo de mora, cartas, bocha, carreiradas e outras.

A primeira missa foi celebrada pelo Padre Luiz Esponquiado, provavelmente em frente ao capitel. Mais tarde, o Padre Vitório Seraglio, auxiliar do Padre José Borget, de Iraí, assumia a capela de São Gabriel.

Mais tarde inicou-se a exploração das pedras preciosas. A atividade garimpeira na região do Médio Alto Uruguai já conta com mais de 50 anos. As ametistas foram descobertas por acaso por caçadores e agricultores pioneiros que habitavam a região desde a década de 1930. Inicialmente, as pedras eram encontradas ao acaso, sob as raízes das árvores, córregos e áreas lavradas. Nesta época as pedras eram comercializadas e levadas para o Exterior, mais precisamente para a Alemanha, país com longa tradição na industrialização de pedras preciosas. Isso foi facilitado pela proximidade de colônias alemãs, as quais propiciavam grande intercâmbio com seu país de origem.

Com o início da II Guerra Mundial o processo se interrompeu pois a economia mundial voltou-se para o custo da guerra e a atividade se esvaziou. Mas após a Guerra, devido ao grande valor comercial das pedras, o interesse pela exploração aumentou e, nos períodos de entressafra os agricultores começaram a fazer escavações com enxadões, pás, picaretas e uma ferramenta chamada sonda ou barra de ferro. Nesta época surgiram os primeiros garimpeiros que, por experiência empírica, descobriram a existência da chamada "veia" de pedra sobre a qual realizavam várias cavas, que nada mais eram do que escavações em forma de poço com uma abertura na parte laterial chamada de carreados, facilitada pela topografia acidentada. Ainda hoje são encontradas antigas cavas abandonadas que foram abertas naqueles primórdios de exploração da ametista.

Nos anos 70 a agricultura, a pecuária e a suinocultura foram cedendo lugar à extração de pedras preciosas (ametista e ágata) em grande escala e, com a instalação de grandes empresas exportadoras no distrito, os negócios começaram a prosperar. Foram chegando mais habitantes, trazendo máquinas para a exploração destas pedras.

Nos anos 90 o movimento emancipacionista tornou esta vila um município, através da Lei Estadual 9.570 de 20 de março de 1992, sancionada pelo Governador Alceu Collares. A Lei cria o Município de Ametista do Sul, desmembrando do município de Planalto uma área de 65%, de Rodeio Bonito 5% e de Iraí 30%. Hoje o município possui 6.878 habitantes, contando com toda a infraestrutura básica e tendo por principal atividade o extrativismo mineral através de 207 garimpos. O número de garimpos é de 100 e de garimpeiros 1300. As pedras extraídas são ametista, ágata, calcita e zeolitas. Estas pedras são exportadas para outros estado e países.(Fonte: Folheto Informativo da Prefeitura de Ametista do Sul)

A extração das pedras é feita em "garimpos", que são escavações na rocha, formando túneis horizontais com larguras entre 3 e 6 metros e alturas entre 2 e 2,5 metros. No perímetro urbano de Ametista do Sul existem 20 galerias subterrâneas, com profundidade horizontal entre 40 e 150 metros, pertencendo a 20 garimpos que garantem 230 empregos. O prefeito reeleito da cidade é Sílvio Pôncio.

Em Ametista do Sul, incluindo o interior do município, há 207 garimpos. Juntas, as oito cidades com atividade garimpeira possuem 315 pontos de extração de pedras, básicamente ametista. Dois pontos são de calcita e outros dois de selenita (gipsita).

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