A RIQUEZA COM DOIS MILHÕES DE QUILATES
Dois milhões de quilates de diamantes brutos começarão a ser retirados em breve das minas do projeto Braúna, localizado na pequena Nordestina, cidade com pouco mais de 12 mil habitantes, encravada no meio do sertão da Bahia.
As pedras preciosas — avaliadas em cerca de US$ 310 o quilate — estão enterradas a cerca de 3 quilômetros abaixo da superfície. A estimativa é que a retirada total das rochas primárias do mineral deverá ser executada em sete anos.
O kimberlito é uma formação rara, que forma o manto da terra. Chega à superfície após uma erupção vulcânica. Foi nessas explosões, ocorridas há bilhões de anos, que o kimberlito trouxe para próximo da superfície terrestre os diamantes.
Desde então, por meio da erosão natural do solo, os diamantes podem se soltar e chegar até aluviões de rios, onde são encontrados na maior parte das vezes.
PRODUÇÃO OFICIAL
O Brasil, até hoje, tem “produzido” diamantes dessa forma, com produção anual de 47 mil quilates, de acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) — cerca de 0,04% de todo o diamante explorado no mundo.
Agora, apenas a produção de Nordestina deve multiplicar por cinco a oferta nacional de diamantes, aumentando também o valor do minério, uma vez que não é oriundo de aluviões, mas de fonte primária – da própria rocha.
Há apenas 20 minas de kimberlito em atividade no mundo. O grupo de países do qual o Brasil vai fazer parte é pequeno: as minas estão no Canadá, em países no sudoeste africano e na Rússia.
O bloco de rocha kimberlítica no qual está a pequena Nordestina pertence ao cráton (bloco de rocha com mais de 1 bilhão de anos) do São Francisco, que ficava junto ao cráton do Congo, na África, antes da separação dos blocos em continentes.
Praticamente todo esse diamante será exportado para Dubai, Bélgica, Canadá e, em particular, Israel onde o comércio tradicional e lapidação do minério são atualmente concentrados (monopolizados).
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