Com 32 toneladas por segundo, apetite da China por minério quebra record: o que esperar para 2017?
Uma combinação de forte e inesperada produção de aço e da queda na mineração interna levaram a China a um recorde na importação de minério de ferro em 2016. A maior parte do 1 bilhão de toneladas métricas que o país asiático comprou do exterior saiu do Brasil e da Austrália e contribuiu para uma recuperação nos preços da commodity. Cálculos da Bloomberg apontam que os chineses consumiram 32 milhões de toneladas de minério de ferro por segundo e analistas estimam que em 2017 o apetite será ainda maior.
O aumento de 7,5% do consumo chinês na comparação com 2015 resultou na disparada de mais de 80% nos preços do minério de ferro em 2016. A tonelada da commodity negociada no porto de Qingdao com 62% de pureza atingiu a máxima em dois anos em dezembro de 2016, cotada a US$ 83,58. Nesta sexta-feira (11), o valor estava em US$ 80,54.
A dinâmica em 2017 será determinada pela oferta, na avaliação do economista sênior da Westpac Banking Corp, Justin Smirk. “Tudo gira em torno da oferta. A oferta de minério de ferro no comércio vindo de Brasil e Austrália, assim como de alguns outros produtores menores, continua crescendo e vai continuar entrando nos mercados chineses”, estimou, em entrevista à Bloomberg. Um dos fatores que devem impulsionar a produção de minério de ferro do Brasil é o início da operação do projeto S11D, da Vale, o maior da história da companhia e também da indústria da mineração.
Para Smirk, porém, a dinâmica de crescentes importações chinesas podem não ser suficientes para sustentar os preços ao longo deste ano. “Em vez de sugerir que a demanda por minério importado é grande, eu destaco que a oferta está crescendo de novo”, ponderou. Para ele, sem uma elevação significativa na demanda, a disparada da oferta pode levar a uma correção dos preços em 2017.
Este é o cenário previsto pela Austrália, um dos maiores exportadores da commodity. O país estima queda nos preços do minério. Já uma pesquisa da Singapore Exchange feita com participantes da indústria chega a uma conclusão mais positiva, de que haverá incremento no comércio e estabilidade ou alta dos preços.
(com Bloomberg)
Fonte: Boa Informação
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